terça-feira, 5 de março de 2013

Sabaton - Carolus Rex

O álbum Carolus Rex, lançado em 2012 pela banda Sabaton, foi escolhido por Mercante para análise.


1. Dominium Maris Baltici - 0:29
2. The Lion From the North - 4:43
3. Gott mit uns ("God With Us") - 3:16
4. A Lifetime of War - 5:45
5. 1 6 4 8 - 3:55
6. The Carolean's Prayer - 6:14
7. Carolus Rex ("King Charles") - 4:54
8. Killing Ground - 4:25
9. Poltava - 4:04
10. Long Live the King - 4:10
11. Ruina Imperii - 3:24

Phantom Lord

Aqui estou a ouvir o Carolus Rex do Sabaton, graças ao retorno do Metal Mercante ao blog. A verdade é que ouvi este disco antes do que eu esperava, para não morrer de tédio em meu "novo ambiente de trabalho" monótono e sem ar-condicionado. Copiei o álbum do "dropbox metalcólatra" em meu horário de almoço e lá fui eu. 
Horas depois, chegando em meu covil, com sombra e água fresca, ouvi novamente este histórico trabalho musical sueco.
Rapidamente percebi que o trabalho (o álbum, não a m%$#@ do meu emprego) se trata de um speed e/ou power metal com pitadas do ar épico ou pseudo-épico. Ou eu posso chamar de metal "melódico"? Não sei e não importa o nome do rótulo mesmo... 

 The Lion of north não me impressionou, mas não é ruim. A faixa 3, de nome incógnito (sueco?) é mais interessante do que a anterior. A Life Time of War é mais lenta e melancólica, porém isso não a torna pior que as demais músicas, pelo contrário, em minha opinião esta música é melhor do que as primeiras... 1648... pelos meus cálculos os dois números intermediários desta data constituem a nota desta música quando separados por uma vírgula. Então temos uma mescla do power metal com uma oração nórdica medieval... legal... seguida pela faixa título... legal... Killing Ground começa bem, porém passa por um momento "sou igual as outras faixas" retornando com um solo de guitarra atraente. Poltava... interessante, talvez uma das melhores deste disco. Long Live the King merece uma nota um pouco superior ao álbum de mesmo nome que passou por aqui há meses... Runa Imperii segue o padrão da maioria das músicas do álbum. 

 Ok, após avaliar as faixas individualmente, vamos analisar o todo: o bateria está consideravelmente redundante (as vezes isso não interfere tanto, como aconteceu em Louder Than Hell do Manowar), porém temos mais um probleminha aqui: o vocalista não é ruim... nem bom. Não atinge agudos, não puxa pro "melódico" nem grita ou força a voz para se aproximar de um "power" mais Virgin steele ou Manowar... 
As músicas também contam com corais que tentam gerar ambientes supostamente épicos e ocasionais sons similares a teclados discretos (similar, ou o próprio teclado, tanto faz). Essas características estão fiéis a um gênero (ou subgênero, que seja...) musical, mas estão todas enlatadas (ou engessadas como diria o Magician), fazendo com que no final das contas, tudo soe bem Genérico. Seria comum na escandinávia o "Power Metal Genérico"? 
Obviamente os fãs da espécie de metal abordado pelo Sabaton devem gostar bastante deste álbum. Mas eu devo ser aquele stubborn-old-school-metal, ranzinza e saudosista né... 

 Dominium.../The Lion of the North 6,9 
Gott Mit Uns 7,0 
A Life Time of War 7,5 
1648 6,4 
The Carolean`s Prayer 6,2 
Carolus Rex 6,3 
Killing Ground 7,2 
Poltava 7,4 
Long Live the King 6,4 
Ruina Imperii 6,5 

 A faixa-bônus In the Army Now, ficou interessante, apesar de que eu nem me lembro de quem é a versão original. 
Enfim, nenhuma faixa chega a ser medíocre ("notas 5"), porém muitas são apenas razoáveis, os destaques do álbum ficam por conta de A Life Time of War, Killing Ground e Poltava. 
 Modificadores: - 
 Nota: 6,7 

The Trooper
3 Cá estou eu mais uma vez me preparando para escrever uma resenha para o Metalcólatras e lamentando a perda de tempo que isto é quando tenho que “resenhar” um cd tão...tão....tão porra nenhuma... Do mesmo jeito que esse cd é uma mistureba de tudo que é razoavelmente bom no metal hoje em dia, eu pensei em pegar pedaços de resenhas minhas antigas, amarrar daqui, costurar dalí e voilá, uma resenha digna desse cd. Convenhamos, Carolus Rex da banda Sabaton é um bom álbum no geral, mas é igual a tudo o que eu já ouvi por aí, não adiciona nada, absolutamente nada de novo, nada de espetacular ou chocante...nada. No limite, a música “Poltava” é a única que me chamou a atenção. De resto, a mesma fórmula de sempre, refrãos até que “relembráveis”, riffzinhos de guitarra bacanas e só. Esse álbum foi uma grande perda de espaço aqui no blog, pois não é bom o suficiente para justificar sua presença e também não ruim ou polêmico suficiente para valer a pena escrever algo sobre ele.

p.s.: OK, foi picuinha, mas é bem por aí, além dos vocais graves nas partes lentas das músicas, não há nada de inovador nesse trabalho. A banda abusa dos tecladinhos e corinhos em uma tentativa fracassada de transmitir algum epicismo.

p.p.s.: Aí Magician, fica a dica do que escolher para usar como cover na faixa bônus de um álbum: é só escolher uma música bem bundona, que não tem como não melhorar (como "In The Army Now").

nota: \m/\m/\m/


  Metal Mercante

As vezes eu cismo com um álbum.

Conheci Sabaton através do ótimo “The Art of War” e só depois fui tomar conhecimento que a banda já havia sido premiada várias vezes, apareceu na Billboard americana, top 20 na Alemanha e recebeu duas nomeações ao Grammy Sueco, o que é equivalente a vencer uma partida classificatória no campeonato da Mooca de Futebol de botão, mas já é alguma coisa, convenhamos…
 
O mais importante do álbum é o conceito, realmente fazia um bom tempo que eu não via um lançamento de álbum desse tipo e com essa qualidade. Até aqui dentro do Metalcólatras o pessoal parece apreciar os álbuns que contam uma boa história, como  Nightfall in Middle Earth, Tunes of War e Avantasia, mas desde 2011 não aparece nada desse tipo por aqui, não que Carolus Rex seja comparável a essas obras primas, mas certamente é um bom álbum para se ouvir e provavelmente um dos melhores lançamentos de 2012.

A história do cd fala sobre a “Stormaktstiden” que se não me engano tem a ver com a independência da Suécia e começa com “Gustavus Adolphus” que era o “Lion from the North” que é uma ótima música, passa pela Guerra dos trinta anos “1648” e “A Lifetime of War”, depois muda o foco para a ascensão da próxima linhagem real os “Caroleans” que eram a unidade de elite de Karl XI e Karl XII onde a ótima “The Carolean’s Prayer” dá o tom para uma das melhores músicas do álbum “Carolus Rex” a qual sempre que no meu player obrigatoriamente é repetida pelo menos 3x, pena que ele morre algumas músicas depois…

Olha só que belo trabalho os fãs da banda fizeram com a música “Carolus Rex”…
http://www.youtube.com/watch?v=WnAvNdVyJB0

Além dessas, a música “Gott Mit Uns” e “Poltava” merecem destaque, provavelmente é uma boa ouvir esse álbum juntamente com as letras ou o Google/Wikipedia para tentar compreende-lo mais a fundo…



…Ou você pode escutar os conselhos dos sapientes Phantom e Trooper e simplesmente ignorar qualquer álbum lançado depois de 1990, afinal, demorou 23 anos para eles decorarem todas as letras do “Master of Puppets”, seria um desperdício não cantar o mais alto possível enquanto toma banho…aos sábados…

The Magician
Carolus Rex tem tudo para ser um ótimo trabalho, mas não é. Tem músicos competentes, vocalista com uma assinatura bem peculiar e interessante, temas produtivos para o Power Metal, produção muito boa e boas variações entre as faixas. O trabalho é indiscutivelmente bem sólido, a banda percorre as trilhas mais seguras do metal, como os coros graves e contundentes, cavalgadas distorcidas e bumbos bem trabalhados, e com certeza não oferece nenhuma cagada para o ouvinte. 
Mas se você cavucar e cavucar mais, não encontrará nenhuma grande melodia, daquelas realmente marcantes que crava o CD no seu playlist, ou que pelo menos faça você se lembrar depois de alguns meses da banda. O que é uma pena, pois pelas qualidades supracitadas da banda, havia uma grande chance de um ou outro super hit surgir no repertório. 
Depois de uma semana e meia escutando, consegui no máximo solfejar a música "In the Army Now", com mais aderência que as demais composições, só que infelizmente é na verdade um cover (da banda Status Quo), esmaecendo de vez a obra em questão.
Trabalho razoável, mas que deixa um sabor muito forte de "quero mais". Nota 6 ou \m/\m/\m/.

Bem, devido à síntese sucinta do álbum, gostaria de aproveitar para discutir alguns pontos polêmicos do metal aqui no blog, e levantar novamente a bola sobre a nacionalidade e regionalismo do nosso amado cenário musical "Heavy".

Não pude ignorar o fato de que novamente temos uma banda nórdica sob análise dos Metalcólatras, mais especificamente uma banda sueca, o que me fez executar um levantamento sobre a nacionalidade das bandas que "emprestaram" seus materiais para nossas resenhas. A lista completa está disponível na página "Futilidades", mas resumido na sequencia informativa abaixo:


O panorama acima demonstra o histórico completo de bandas que tiveram títulos postados em nosso site metaleiro, racionalizando essa amostra por país-origem de cada grupo, e quando em carreira solo, a nacionalidade do artista principal. Mas mais do que isso, esse informativo toma novamente nossos críticos e nossas sugestões de postagem como um microuniverso projetado do grande cenário Heavy Metal, e não falha em mostrar onde se encontram os grandes centros de geração e sustentação desse nicho.
Minha interpretação sobre os dados acima, é de que obviamente os países mais ricos e desenvolvidos culturalmente subsidiam mais diretamente a formação de bandas metaleiras, e particularmente eu colocaria de forma igualitária os 3 países da foto desse pódio acima (EUA, Inglaterra e Alemanha), já que nossas opções e gostos particulares podem ter desviado um pouco a diferença de postagens internas entre essas bandeiras.
Sobre o Brasil na quinta colocação, eu atribuiria ao fato do blog ser brasileiro, e que apenas por causa disso, existe um maior acesso às bandas nacionais por parte dos críticos.
Mas o curioso é verificar que os países nórdicos fornecem uma quantidade espantosa de artistas do gênero, sendo que se somarmos a Finlândia e a Noruega (Mercyful Fate), a região empataria em postagens oferecidas com a Meca do Metal moderno - a Alemanha.
Poxa, mas porquê isso???? por que essa quantidade absurda, incentivo apenas do público, como diria o visionário vocalista Edu Falaschi, afinal como ele disse, a Suécia é um * (c...), porque afinal?? qual o motivo?
A imagem que coloquei acima quer dizer apenas que o brasileiro é um povo boq....?



Edu não falou uma completa besteira... mas acho que não foi no ponto exato do problema. Para ajudar o querido colega leitor metaleiro, e ao próprio Edu a expandir sua percepção vou contar uma rápida história.

Ao terminar o ensino equivalente ao médio local, um jovem desinteressado pelo mercado de trabalho e aos fluxos sociais ocasionais, não sabia bem o que fazer, mas já saiu do colégio profissionalizante com um emprego garantido, por isso aceitou. O emprego era como auxiliar químico em um laboratório local que pagava o suficiente ao jovem para que ele sustentasse a si próprio em uma moradia própria. Mas o jovem após anos nesse cargo continuava desinteressado, e com influência das amizades, dos locais que frequentava e dos ídolos artistas que escutava, o jovem "se arriscou a mudar de vida" abandonando seu emprego para assumir um posto de artísta freelancer. Quando assumiu essa posição o jovem foi considerado um artista desempregado pelo governo de onde vivia, e passou a receber uma "ajuda de custo" equivalente a =~ 
U$ 1.500 mensalmente, até que conseguisse ingressar em uma banda e se emancipar dessa fatia social.....
Sim, o cara recebia mil e quinhentos dólares por mês devido ser um artista desempregado. 

O ídolo era Alice Cooper, o país a Noruega e o jovem era Kim Bendix ou King Diamond.

Moral da história: Não acho que a cultura do país é descartável na hora de reconhecer ou não o talento de seus artistas; mas acho que como sempre e em qualquer segmento social, o dinheiro sempre fala mais alto. E o motivo de nossas dificuldades aqui no Brasil (e sim, em qualquer outro segmento, não apenas no artístico) é a ganância daqueles que detém o poder e renda contributiva, retroalimentando uma impermeável classe de sanguessugas vis e opressoras. 



11 comentários:

  1. Curse you, Mercante.
    Tenho certeza de que aquele cd do Nightmare (não a banda japonesa) é notoriamente mais interessante e inovador do que este cd de history-metal-sueco do Sabaton.

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  2. Status Quo : http://www.youtube.com/watch?v=y1kHrTTtAqM

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  3. Ahhh...o sabor da vingança...
    Servido frio, também é uma iguaria.

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  4. ...Você está se superando na arte da fanfarronice retaliadora, Trooper...

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  5. Hahaha, um post típico do Mercante.
    Saiba, mercador de heavy metal, que álbuns conceituais (ou "temáticos") são foda de se fazer. Você tem que amarrar toda uma história, criar músicas diferenciadas e transmitir com clareza a história... O Sabaton até trabalha ambientação de modo razoável, mas faltou destaques (ou músicas diferenciadas), é como se tivessem medo (ou incompetência?) de fazer um heavy metal diferenciando mais no ritmo...
    Enfim, sempre suspeitei que certos corneteiros valorizavam mais ambientação e história do que as músicas em si... Por isso acho que meu próximo post terá uma critica ao teu adorado Nightfall...

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  6. Mercante como sempre forçando a barra, dizer que eu cornetei o álbum só porque ele foi lançado depois de 1990, é ignorar que eu postei e/ou elogiei álbuns como Days of Defiance do Firewind, Wicked Maiden do Impellitteri e o próprio Skull Colector do Hibria, postado pelo fanfarrão.
    Quanto ao Phantom, o Nightfall é foda por ser épico nas letras E nas melodias, e as próprias faixas de interlúdio se encaixam perfeitamente, o único motivo para o sr. ter picuinhas com NoM-E, é seu próprio gosto por pancadaria contínua sem necessidade de sentido.

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  7. Não era pra essa postagem assumir essa conotação política...

    A culpa é o Merchant, que postou esse CD super-médio!

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    1. O metal agradece o Estado capitalista de bem-estar social. Por falar em conotação política, vc viu a entrevista do Nicolás Maduro ontém na Tede TV!?
      música preferida: Starway to Heaven
      cantora predileta: Janis Joplin ... o cara é metaleiro! Go Venezuela! Go Nicolás! \m/

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    2. kkkk, o rock e o socialismo.... ideologias irmãs.

      Curioso que a análise do Global Metal sobre o berço das bandas, chega à uma conclusão diferente da minha... que a grande maioria dos metaleiros nasce e cresce em ambientes hostis e de dificuldade.

      Admito que esse tema merece um estudo mais aprofundado...

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  8. Então o "global metal" só deve ter levado em consideração a origem de bandas de thrash/death metal a níveis nacionais (analisando só os países onde há mais bandas de metal)...

    A nível mundial é fácil perceber que quanto mais miserável o país, menos bandas de rock e/ou heavy metal ele tem... O mercante até nos enviou um e-mail com gráficos demonstrando estes fatos há anos atrás...

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