terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Carina Alfie - Aislamiento

O álbum Aislamiento lançado em 1997 por Carina Alfie foi escolhido para a análise por Venâncio.


Faixas: 1-Civilizaciones en guerra; 2-Vinka; 3-Ozono; 4-Aislamiento; 5-Liberación; 6-Lágrimas de marfil; 7-Mujer mecánica; 8-El ángel (dedicado a Steve Vai); 9-Llueve e 10-Nacimiento



Venâncio Carina Alfie foi escolhida por mim por dois motivos principais: queria por um álbum instrumental no blog e um comentário do Magician sobre mulheres e guitarras...

Durante muito tempo ponderei sobre por uma obra apenas instrumental, afinal de contas o problema não está na qualidade musical, mas no tédio gerado por não ter um vocal... apos muito escutar este álbum descobri que o problema não é o tédio, mas minha ansiedade de escutar uma voz, pois ao contrario da dita musica erudita, no metal se tem a expectativa do vocal como parte integrante de sua magia... e quando ele não aparece surge a sensação de vazio que se repetido por mais de uma faixa torna a obra tediosa...

Posso dizer, seguramente, que não entendo nada de musica e que na maior parte digo apenas que gosto ou não de determinada musica, tecnicamente falando não tenho como avaliar a obra dessa menina... em outras palavras, todas as musicas são boas, mas todas juntas fica realmente ruim de escutar...

Destaques: Civilizaciones en Guerra, Liberacion, Lagrimas de Marfil e Llueve

4 pitus pelo conjunto da obra, individualmente as musicas merecem uma nota maior.




Phantom Lord

Nosso amigo estavelmente insano agora nos traz um disco desenterrado de onde...? Argentina? De uma guitarrista solo? Pois bem, até que tem um pouquinho de lógica, a Argentina é um país "latino" cheio de roqueiros e afins... 
Gostaria de lembrar a todos leitores e administradores deste blog, que há muito tempo atrás, Joe, The Barbarian tentou indicar um disco instrumental (do Steve Vai)... Porém o disco só teve o voto do bárbaro guitarrista e acabou nem aparecendo neste blog... (por que será?) Bom... álbuns instrumentais tendem a ser pouco queridos pela grande massa que gosta (ou diz gostar) de rock e/ou seus subgêneros... Tais fãs de rock devem sentir falta dos vocais diferentemente de mim. Não quero dizer que álbuns instrumentais sejam facilmente equiparáveis com álbuns com vocais, na verdade eu normalmente também me canso de sequências de músicas instrumentais, mas acho que tenho uma tolerância maior a este tipo de música (ao comparar meu gosto com o do "povo" roqueiro). 
 Falando do ábum: Começamos com a música Civilizaciones en Guerra que em minha opinião não é ruim, mas está pendendo um pouco para o tédio virtuoso. 
Vinka apresenta muita fritação na guitarra, mas acredito que esta música é mais interessante que a primeira faixa. 
Ozono segue com looongas fritações desnecessárias e um ocasional teclado brega... 
A faixa-título é meio melancólica e hiper-virtuosa ou talvez o termo mais adequado seja firulenta... O teclado em seu decorrer parece com alguma trilha sonora de video-game... 
Libertacion é um pouco mais acelerada. A "virtuose" continua presente aqui, mas serviu bem nesta música. Acho que em alguns momentos pareceu com alguma música do X-Japan. 
Lagrimas de Marfil... ah piano... instrumento quase majestoso não? Ótimo para trilhas sonoras e... música clássica? Sei lá, não entendo muito nem de um, nem de outro, aonde está o heavy metal? 
Mujer Mecanica surge quebrando o momento praticamente entorpecente... Não é marcada pela velocidade nem por solos infinitos, é uma boa música para variar um pouco (só um pouco) o álbum como um todo. 
El Angel é interessante, apesar de parecer possuir mais sons de um teclado tímido e brega em seu decorrer... Tal teclado pode trazer lembranças de jogos eletrônicos com trilhas sonoras bregas é claro, como Rockman 7 (maldito repertório nerd-fútil...) 
Llueve... é de uma leveza desnecessária em minha opinião. Tsc. 
Nacimento... é... ... ...whatafuck?  

Civilizaciones en Guerra 6,0 
Vinka 6,8 
Ozono 5,1 
Aislamiento 6,5 
 Libertacion 7,4 
Lagrimas de Marfil 6,5 
Mujer Mecanica 7,5 
El Angel 7,0 
Llueve 5,5 
Nacimiento 5,7 

 Ufa... o disco não é ruim, mas uma hora ou outra acaba torrando a paciência! Várias músicas parecem feitas apenas para guitarristas. Se for para ouvir "rock instrumental" recomendo The Extremist do Joe Satriani... ou até o Surfing with the Alien. 
 Modificadores: Nenhum 
 Nota: 6,4

The Trooper
3Obrigado Venâncio, por indicar mais um álbum ruim, afinal, sem álbuns ruins não teríamos como comparar álbuns bons, certo? Não sei, nem tenho interesse em saber. Enfim, vou parar de resmungar e reclamar diretamente sobre o álbum. Nunca fui muito fã de álbuns e/ou artistas que tocam apenas músicas instrumentais, não conheço o suficiente para dizer, porque não ouço muito esses álbuns, e o que eu ouvi, não achei muito bom (inclusive esse que o Barbarian ia indicar). As músicas instrumentais que eu gosto estão em álbuns de bandas como Anthem, Impellitteri, Firewind e Metallica, e o que me atrai nelas é a composição da música em geral, e não a (perdoem-me pelo termo) "punhetação" do guitarrista. E é justamente o que ocorre nesse álbum, a moça se esmera nas firulas e pra piorar as coisas, esse álbum roubou o título de "menos rock'n'roll do blog" do Chameleon.
Quando a primeira faixa começou já bateu um sono, na segunda melhorou um pouquinho, mas daí em diante o sono se confirmou (até o solo de bateria é sonífero), somente a faixa Libertacion se safa, se é pra fazer firula com a guitarra, faça com uma estrutura que combine, que é o que acontece nessa quinta faixa. A seguinte impressiona um pouquinho mesmo sendo só piano, e daí pra frente o álbum afunda em tédio e sono, a música dedicada ao Steve Vai parece que saiu de um álbum da Xuxa (o solinho de baixo é a única coisa que presta nela), e a última faixa parece uma daquelas músicas que vem junto com mp3 players ou celulares chineses.
Enfim, só serviu pra mostrar pro Magician que tem guitarrista mulher firulenta por aí.

Nota: \m/\m/

The Magician
O marrento Venâncio postou este álbum como forma de uma sutil provocação ao meu comentário de 17 de novembro de 2012 na resenha dedicada ao álbum "Hard Way" do Show Ya., sendo que sou citado no primeiro parágrafo de sua análise acima.
Alheio a este fato vou procurar comentar o trabalho de Carina Alfie independentemente de este ser criação feminina ou masculina.
Acho que um trabalho instrumental possui aspectos diferentes daqueles com repertório lírico; trabalham em uma outra esfera já que não podem se comunicar em nível semântico, apenas talvez, em nível emocional com o ouvinte. Mas mesmo não sendo possível contemplar a interação da poesia em consonância atmosférica das partituras, o que ocorre frequentemente no nosso heavy metal tradicional particularmente em bandas com atributos dramáticos mais agudos (como Iron Maiden, Iced Earth, Blind Guardian, etc...), não acho que a música instrumental seja mais "limitada" do que as versões vocalizadas, apenas acho que o artista que escolhe este modo de composição deve compensar este fator com consciência que seus instrumentos musicais serão neste caso os comunicadores 100% do tempo na obra.
Entretanto entendo que para criar músicas instrumentais, especialmente com foco na guitarra, e com qualidade, é necessário um expertise superior ao do membro de banda comum, que tem  alem da segurança de uma estrutura já viciada de versos/bridges/chorus, a interpretação vocal à frente de todos outros componentes (como uma espécie de escudo). É necessário a percepção de que uma estrutura normalmente aceita em músicas comuns não se encaixa - e não se sustenta - em um modelo exclusivamente instrumental, e este é um dos principais equívocos da maioria dos guitarristas virtuosos em suas carreiras solo, o que ocorre também com a moça em questão.
Carina opta por bases e harmonias melodicamente simples e repetitivas para desfilar solos de timbres e distorções pomposas, mas sem muita expressão, e aqui é o ponto falho do disco: o cisto maligno da obra. A guitarrista imersa nos desafios gerados pela teoria musical e nas progressões escalares sofre um tipo de devaneio hipnótico autista, podando a essência da música e seu significado mais disseminado, que é de atingir/tocar de alguma forma o interesse do ouvinte.
Não ouso afirmar que toda base/harmonia teoricamente simples e de estrutura circular, baseada em pautas de músicas populares, fatalmente desembocaria no fracasso de uma música instrumental; pois está aí Joe Satriani para provar o contrário. O "professor" apostou nos modelos de versos repetidos para propagar sua música instrumental, como se fosse uma música estruturalmente pop com sua guitarra solando sobre as bases, mas nesse caso seus solos interpretam cantos extremamente expressivos e melódicos, ao invés de embolos convulsivos de shreds e sweeps contínuos. Toma-se como exemplo as lindas frases desenhadas em sua Ibanez na música "Always with me Always with you" (melhor música existente de um guitarrista solo, na minha humilde opinião) e na música tema de Top Gun, a entonação e a interpretação desses seus solos nessas músicas é o que a escola guitarristica chama de Feeling.  
E embora a guitarrista cite Mr. Satriani em uma de suas músicas, acho que pelo estilo de som, se identifica mais com os trejeitos musicais de Malmsteem. Seu ímpeto acabou se destacando um pouco mais na música "Vinka", que é também o som de base mais sólida e convincente, e acaba sendo o destaque do trabalho, que atua em nível baixo no resto do tempo.
Para concluir quero expor que ao meu ver as musicas instrumentais não deveriam se prender aos modelos limitados determinados às composições populares escritas como suporte à uma melodia vocal, nascida nos anos 40/50 apoiados principalmente nos pilares do R&B e Blues. 
Ao invés disso deveriam ter estruturas expansivas e progressivas, ainda que coerentes, inspiradas em musica erudita isenta de pre-definições estruturais, que permite sem nenhuma indução linguística direta a leitura da obra pelo próprio ouvinte. Uma música instrumental pode sim, manter seu nexo sem a necessidade de repetição continua, e ainda por cima contar uma história sem palavras...
Nada disso é novo no Metal que já criou obras exemplares nesse sentido, só que não foi feito por nenhum guitarrista virtuoso em carreira solo, e sim pelo Metallica em músicas como "Orion" e "The Call of Ctullu".

Nota 5 ou \m/\m/\m/. 

    

3 comentários:

  1. Venâncio, tu não pode ter expectativa de ouvir vocal cantado em castelhano. Eu sei disso.

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  2. É Phantom, tua tolerancia é maior que a minha, e com isso conseguiu extraiar impressões as quais eu não havia percebido até ler tua critica, obrigado.

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  3. Na verdade a maior obra prima instrumental, realmente transcendente, é "Primavera" das quatro estações de Antonio Lucio Vivaldi...

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