terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Symfonia - In Paradisum

 O álbum In Paradisum, lançado pelo Symfonia em 2011, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.


1 - Fields of Avalon; 2 - Come By The Hills; 3 - Santiago; 4 - Alayna; 5 - Forevermore; 6 - Pilgrim Road; 7 - In Paradisum; 8 - Raphsody in Black; 10 - Don't Let Me Go; 11 - I'll Find My Way Home".

The Magician

A escolha de ‘In Paradisum’ da banda Symfonia já foi criticada por alguns membros do blog mesmo antes de haver qualquer palavra resenhada dentro do site (os famosos grupos de zap e tals), adicionalmente uma Rock Brigade que tenho aqui em casa de 2011 também torce o nariz para esse trabalho. O motivo das críticas em ambas situações relembra a velha queixa sobre o Power/Speed Metal que vem definhando nesses últimos 20 anos: tedioso, sempre a mesma coisa, cópia de tal coisa… e assim por diante.

Andre Matos na ocasião bolou uma resposta (abaixo) pra esses críticos, por isso não vou perder meu tempo (mesmo não sendo tão precioso assim), com isso – vou apenas fazer um CTrl+V aqui:

[...] uma coisa que eu sempre dizia nas entrevistas [...], era o seguinte: 'Symfonia não é para ser uma banda ou um projeto que foi feito para reinventar o estilo [...]. O que queríamos era juntar todos aqueles músicos famosos que de alguma forma tiveram seus destaques neste campo musical específico e ver o que sai disso. Veja quando essas pessoas estão juntas, e se elas dão o seu melhor, que tipo de power metal sai disso.' Então essa era a proposta do álbum, e nunca negamos. Então, se alguém chegasse com alguma crítica do tipo: 'Mas é mais do mesmo, e não traz nada de novo. Parece Stratovarius e Angra.' Bem, isso é exatamente o que queríamos.  

Dito isso, não há dúvidas que toda a estrutura e o conceito desse trabalho parte das experiências anteriores dos dois principais compositores da obra, e não há nenhuma vergonha nisso, na minha opinião, muito pelo contrário; uma vez que os caras já estão estabelecidos em um gênero, resta os mesmos incrementarem suas ideias, sem necessariamente mudar a direção das músicas.

Obviamente existe um risco de fadiga para aqueles que vão escutar o trabalho, mas isso dependerá de quanto você é ou não fã do gênero, e se está ainda disposto a escutar novas composições que respeitam totalmente a história e o estilo característico do Power sem novas aventuras, aquele já consolidado pelas bandas melódicas e sinfônicas pós Helloween, e este é o meu caso. Embora eu confesse que no começo achei “isso aqui um chororô chatoso”, depois da terceira audição o negócio começou a ficar bom, e passou a ser um “chororô gostoso” daqueles que o verdadeiro fã de power metal adora. Aliás uma das características conhecidas desse gênero é que ele ganha força na medida em que com as repetições, você cada vez mais se acostuma às composições, e da forma com que as letras interagem com as pautas sonoras.

Sim, é o de sempre com batatas, Andre cantando em tons extremamente altos na maior parte do tempo (vale ressaltar que com a voz já desgastada e mais madura, que acontece nos trabalhos depois do Fireworks, esse foi o melhor registro de Matos na minha opinião), enquanto Timo frita nervosamente a guitarra com sua inconfundível digitação límpida e alcalina em seus solos mega-pirulitantes (prestem atenção no que quero dizer aos 4m:52s da faixa In Paradisum).

Fora isso a sonoridade geral também resgata toda a discografia já consagrada dos dois compositores em suas bandas anteriores, com músicas rápidas, cadenciadas, épicas, utilização de coros em refrãos, muitas camadas de teclado de suporte, riffs e solos velozes, etc.

O que acredito que talvez tenha levado a sonoridade geral mais para 'o lado' do Stratovarius do que para do Angra é o fato do tecladista não ser o Andre, mas sim Miko Harkin do Sonata, e há de se lembrar que o DNA da veia compositora de Matos está muito mais vinculado às suas musicas compostas no piano. Ou seja, se você quiser reduzir a análise a uma linha simples de conclusão, este é um trabalho que lembra muito mais um Stratovarius com Andre Matos, do que um Angra com o Timo Tolkki.

Mas a conclusão é que a sonoridade está bem encaixada, tudo certinho, tecnicamente e melodicamente no seu lugar, com apenas os exageros contumazes que o próprio gênero se reserva, mas nada além disso. Um bom trabalho de Power/Speed Metal para aqueles mais conservadores desse nicho.

Ah, sobre as letras, são bem simples e diretas, mas no geral passam reflexões de indulgência, superação, amadurecimento e redenção (se é que dá pra trazer tudo escrito no álbum em termos simples), possivelmente pesa a opção de caras mais velhos que preferiram não rebuscar tanto assim a obra ao colocar um estilo ópera, o que seria bem aceito aqui. Por fim, o conteúdo lírico passa um ‘good vibes’, que o Phantom pode apreciar sem medo de ser feliz!

Não achei nenhuma música fraca e nem espetacular, mas existem os destaques: “Come by the Hills”, “Santiago”, “In Paradisum”, “I Walk in Neon” e a balada (para mim, a melhor!) “Don’t Let me Go”.

Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.

Apesar de neste caso aqui eu achar esse papo “de mais do mesmo” uma verdadeira papagaida, provavelmente não é o que o Timo acha, já que em um ‘pitty’ por e-mail ele acabou com a banda e mandou todo mundo embora, inclusive ele mesmo (lembra alguém, certo Trooper?). Andre Matos disse sobre isso, que “haviam lhe avisado” sobre Timo, mas o fato é que o cara parece meio complicado da cabeça mesmo, ou ele encontrou um maldito elfo lá na Finlândia que ele adotou e abrigou no seu porão, e que fica dizendo no ouvido dele que as músicas que ele faz são uma porcaria e mais do mesmo… vai saber.        



The Trooper
3
Sinceramente não sei por quê ouvi falar tão mal deste trabalho. São os velhos resmungões do metal. O Mercante deveria ter inventado um selo 'Recusado pelos resmungões do metal', eu ia colar aqui. 
 
A impressão inicial que eu tive foi o que o Magician falou, 'Stratovarius com André'. Isso seria bom, já. Stratovarius é bom, André é bom ... Cabô. Mas não é só isso, não. Eu ainda fui surpreendido no álbum. Na primeira audição, escravizado pelo trabalho, só deu pra notar 'Ei! Isso não é ruim!' Na segunda audição, com o fone de ouvido boqueta, sonzinho de 70 kbps do YouTube, e ainda assim, 'C#$%#$! Que música f$%#!'

O primeiro solo de 'Alayna' começou e eu pensei 'Eita p$#%! É o Slash?' Em 'Pilgrim Road', veio uma pegada 'Folk Metal' inesperada e quando entra no solo o Timmo manda o folk pro c@#$%$# e enfia uma guitarra nada a ver que ainda ficou muito louca.

Em 'I Walk in Neon', além dos teclados 'a la Stratovarius', tem uns tecos que parecem anos 80 e você fica esperando o Morrissei entrar cantando.

E 'In Paradisum', p#$% que pariu! É uma obra-prima! Pode parecer uma música estranha e nada a ver, mas preste atenção nos altos e baixos acompanhando a letra, fantástico!

Pra terminar, 'Don't Let me Go', 'Hotel California', mas muito mais triste, meio 'Chrono Cross', fechou muito bem o álbum, e eu nem posso xingar porque eles não quebraram minha regra de duas baladas por álbum.

Não posso falar mal de ninguém. O tecladista seguiu a linha Stratovarius, e aí não tem erro. Só tenho elogios pro cara. André, é André... Só senti um pouco a falta de uma gritaria raivosa que ele aplicou no primeiro álbum do Shaman e aqui não rolou, mas dá pra entender, não é a pegada deste álbum. Batera e baixo na manha, sem deixar a peteca cair, aparecendo aqui e ali. E por fim, o dono da bola, Timmo 'Chorão' Tolkki, o mestre, o gênio. Ele enfiou uns riffs pesadíssimos no álbum que deixam a gente esperando uma faixa inteira de porrada, mas aí ele vai lá e muda tudo no meio. Mas é a mesma parada que citei sobre o André, não é a pegada do álbum. Quem curte power metal, metal melódico, essas paradas aí, já podia esperar, então nem xinga.

Agora ... O Timminho criar um monte de letra bacana, dramática, mas passando uma mensagem 'carry on' e depois se trancar no quarto chorando, e como disse o Magician, 'mandar todo mundo embora por e-mail', não dá, né? Coerência, por favor, Timminho.

Resumo: P#$% álbum! Mas tem que prestar atenção pra ouvir e não esperar porrada.

Nota: \m/\m/\m/\m/


segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Roberto Carlos - Em Ritmo de Aventura

 O álbum Em Ritmo de Aventura, lançado por Roberto Carlos em 1967, foi escolhido por Trooper para análise.

01-Eu Sou Terrível; 02-Como É Grande Meu Amor Por Você; 03-Por Isso Corro Demais; 04-Você Deixou Alguém A Esperar; 05-De Que Vale Tudo Isso; 06-Folhas De Outono; 07-Quando; 08-É Tempo De Amar; 09-Você Não Serve Pra Mim; 10-E Por Isso Estou Aqui; 11-O Sósia; 12-Só Vou Gostar De Quem Gosta De Mim




The Trooper
3
Olá. Vou começar fazendo uma confissão: às vezes eu espero algum metalcólatra postar até o último dia do mês, daí venho aqui quando não postam, posto no primeiro dia do outro mês e mudo a data para o último dia do mês passado. Meu irmão disse que sou corruptível, taí a prova.
 
Daí vem a pergunta mais importante: 'cara, que diabos você postou desta vez?!'
 
Tenho outra confissão a fazer como resposta: é uma homenagem a senhora minha mãe, que partiu para outros planos de existência. Saudades, uma incrível jornada para a senhora.
 
'Tá, pelo menos é rock?' Pergunta controversa, é indiscutível que Roberto Carlos está envolvido nos primórdios do rock no Brasil, sugiro que faça uma pesquisa na wikipedia pelo menos, existem outros precursores, e eu não vou julgar o mérito ou a importância do velho Robertão.
 
Como opinião pessoal, nunca fui fã do cara, mas ele reflete bem o povo brasileiro em sua maioria, que vive fora da discussão profunda política do país. A ideologia política dominante não seria dominante se grande parte do povo não fosse influenciada por ela, como disse o carinha do PCO, ou seja, a situação e educação do povo está diretamente ligada ao poder das elites. (Claro que todo este parágrafo foi dedicado ao tal do episódio de elogios à Pinochet).

Por quê 'Em Ritmo de Aventura'? Olha, creio que 'Roberto Carlos Canta Para a Juventude', de 1965, e até mesmo 'Eu Te Darei O Céu', de 1966, são mais rock & roll do que este álbum, mas ambos já possuíam faixas intragáveis (para mim, claro) como 'Não Quero Ver Você Triste' e um excesso de baladas românticas. Acho que só ouvi esses 3 de cabo a rabo (minha vontade não é de ferro). O motivo é que este discão morou em casa por anos e anos. Seu dono, tio Hélio (que está bem mal no hospital, good vibes pra você, tio!), tocava a bolacha com frequência em seu AIKO, que também morou anos e anos em casa. Eu ouvia, e nem sabia que estava ouvindo rock (em algum nível).

A própria escolha de Roberto Carlos como homenagem também foi questionável, porque dentro do rock minha mãe gostava de Beatles, mas vou fazer a terceira e última confissão do post: dei uma olhada no nome das faixas da discografia dos Beatles e bateu um desânimo. A verdade é que esses artistas pra mim lançam 1d4 faixas boas por álbum, ou seja, eu só vou curtir coletâneas.

Mas eu recomendo que vocês ouçam esses 3 álbuns do Robertão. Caras, é um mergulho fantástico no passado ... As gírias, as letras zoeira ... É impagável.

A primeira faixa, 'Eu sou Terrível' vai até fazer você pensar que você vai ouvir um álbum inteiro de rock 'Eita! E esse solo de gaita? Deixa The Wizard no chinelo!' (Zoeira, mas é legalzinho). Mas a segunda faixa puxa você pra realidade, o álbum deve ser mais de 50% meloso (a coisa fica realmente impossível quando a década de 70 começa e o Robertão vira cantor romântico).

Se você, como eu, tem horror a baladas românticas, ouça só meus destaques.

Destaque para as faixas que parecem rock: 'Eu Sou Terrível', 'Você Não Serve Pra Mim' e 'O Sósia'.

Talvez devido à lavagem cerebral na infância eu consigo ouvir essas faixas melosas de boa: 'Como É Grande O Meu Amor Por Você', 'Por Isso Corro Demais', 'De Que Vale Tudo Isso' (essa lembra Doors ... kkk) e 'Quando' (tá, essa tem um ritmo mais rápido). O resto dá muito sono.

Nota: \m/\m/\m/ (a nota não faz parte da homenagem)




Phantom Lord

Bom... Ouvi tal álbum algumas vezes porque havia parentes em casa que curtiam tais músicas. Pode soar nostálgico, e portanto com algum apelo sentimental, mas como o som do véio Beto Carlos alterna entra um rock'n roll clássico ou rockabilly brazuca com "pop", nunca se tratou do tipo de música que mais me chamou atenção. Alguns sons cafonas, além de nostálgicos, são engraçados... Só mesmo escutando esse símbolo da década de 60 do século 20. 
As letras variam entre românticas e umas poucas superficialidades de jovens daquela época distante, então não há muito o que discorrer sobre. Na verdade, das não (tão) românticas, parece que só a música Você não serve mais para mim tem alguma profundidade (eu nem discutiria se as "mais" românticas têm ou não).

Os destaques são previsíveis: Eu sou terrível, De que vale tudo isso, Quando, Você não serve pra mim e O sósia. Eu poderia incluir nos destaques também a faixa Como é grande meu Amor por Você e Por isso corro demais, mas aí teria que ser alguma versão regravada ou tocada mais recentemente com mais recursos sonoros. 

 1. "Eu sou terrível" 6,8 
2. "Como é grande meu Amor por Você" 5,5 
3. "Por isso corro demais" 6,4 
4. "Você deixou alguém a esperar" 6 
5. "De que vale tudo isso" 7 
6. "Folhas de outono" 5,7 
7. "Quando" 6,6 
8. "É tempo de Amar" 5 
9. "Você não serve pra mim" 7,4 
10. "E por isso estou aqui" 5,2 
11. "O sósia" 7 
12. "Só vou gostar de quem gostar de mim" 4,8 

 Dúvida: O que é o ritmo/ estilo musical de "E por isso estou aqui"? Quiqui é issu? 

 Nota Final: 6,1

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Nirvana - Nevermind

 O álbum Nevermind, lançado pelo Nirvana em 1991, foi escolhido por Trooper para análise.

01-Smells Like Teen Spirit; 02-In Bloom; 03-Come As you Are; 04-Breed; 05-Lithium; 06-Polly; 07-Territorial Pissings; 08-Drain You; 09-Lounge Act; 10-Stay Away; 11-On A Plain; 12-Something In The Way; 13-Endless, Nameless.




The Trooper
3
Adivinha quem está de volta tentando salvar o blog da morte? Sim, ele, o imortal, aquele que se sua forma física for destruída, continuará por aqui vigiando os atos de todos que entraram ao menos uma vez no blog. Sabendo dessa maldição (ou benção), resta a você se conformar e continuar lendo minhas besteiras (ou ir embora, mas minhas palavras não sairão mais de sua mente ... muahahahaha... ahem... parei).
 
Alguns diriam na verdade que esta é a pá de cal sobre a cova de um já combalido blog, mas eu não me importo. Outros diriam também que agora eu rompi a última barreira do bom senso. Será? Chameleon, Queen, Titãs e até Guns? Deixo tudo isso em aberto.
 
Para falar a verdade, pensei em postar Reload, para continuar minha vingança e o cumprimento da profecia sobre os Metallicólatras. Mas comecei a ouvir e finalmente percebi que ele consegue ser pior do que o Load. Deixei a minha vingança para mais tarde (ou não, pois acredito que muito acham Nirvana pior do que Load. Claramente não é o meu caso).
 
Nirvana foi o meu primeiro contato com música 'pesada'. Nunca tinha ouvido algo tão distorcido ou um cara berrar tanto enquanto a bateria socava meus ouvidos, o impacto foi grande. Na época eu ouvia "Era um Garoto Como Eu" e talvez ainda tinha uma música do Jimmy Cliff e "Nuvem de Lágrimas" na minha única fita cassete. Deu uma virada na minha mente, a próxima virada viria com o Black Album, e talvez a última virada com o Imaginations From The Other Side.
 
Bem, é por isso que Nevermind está no blog? Porque afinal, é um blog de rock ou de heavy metal? Se for de heavy metal, uma grande parte dos metaleiros abomina Nirvana. Por qual motivo? Dizem que o grunge matou o metal. Seria rancor? Alguns criticam as letras. Outros, o vocalista. E ainda outros, a estrutura simples das músicas (isso eu sei que se o Magician se dignar a ouvir, vai reclamar). Ou talvez, tudo isso junto.
 
A verdade é que Nevermind está aqui por eu gostar (e olha, demorou muito tempo para eu conseguir ouvir o álbum inteiro, por um bom tempo eu só conhecia as músicas que foram para a rádio), mas não só isso. Quer você ame, odeie ou cague para o Nirvana, o impacto de Nevermind no mundo musical foi enorme. Impacto positivo ou negativo? Deixo isso para quem se importa, eu só curto o som mesmo.
 
Sobre instrumentos, letras, etc... O que posso dizer é que o álbum começa em um nível muito alto (no limite indefinido de pop, grunge, alternativo e por que não? Punk) e vai perdendo o impacto conforme se aproxima do final, até o momento da queda brusca na 'faixa secreta', "Endless Nameless", que é bem caquinha. Mas no geral é um álbum bem sólido, que se mantém bom por quase todo o percurso, raro de se encontrar fora do metal.
 
Não tenho muito o que acrescentar, então paro por aqui. Um 2022 menos cocozento para todos nós. Até ... ou não.
 
Nota: \m/\m/\m/\m/
 
"He's the one who likes
All our pretty songs and he
Likes to sing along and he
Likes to shoot his gun but he
Don't know what it means
Don't know what it means
Don't know what it means
Don't know what it means
And I say aahh".

The Magician

O indivíduo que recorre a um blog chamado ‘Metalcólatras’ atrás de uma dica de álbum da cena pode se arrepender amargamente, pois aqui estamos novamente abordando trabalhos que segundo seus próprios compositores, não são de maneira alguma pertencentes a esse universo.

Contudo há um porquê. Há um porque de se abordar Nirvana, GnR, Queen, Faith No More, Titãs, ou outras bandas que não necessariamente fazem parte de forma declarada da cena do Heavy Metal, uma vez que esse gênero se molda não somente por referências oriundas de artistas do próprio meio em si, mas também de ideias plantadas em segmentos distintos. Portanto, nós, os membros do blog, volta e meia voltamos a visitar os trabalhos que entendemos que de um modo ou de outro, influenciou ou foi influenciado – e se tornaram expressivos - direta ou indiretamente pela música classificada como “pesada” (ou Heavy).

Eu particularmente acredito que o Nirvana esbarra na história do Heavy Metal e da música pesada como um todo, pegando carona nos estudos de Sam Dunn (produtor de ‘Global Metal’ e ‘Metal Evolution’) que dedica um espaço para o Grunge na grande genealogia do Heavy Metal, e no próprio comentário de Kurt Cobain que Nevermind deveria soar como um trabalho punk-pop miscigenado com Black Sabbath. O produtor Andy Wallace de Seasons In The Abyss contribuiu também para que Nevermind absorvesse um estilo de peso mais sintetizado, afastando (um pouco) o trabalho do punk almejado pela banda, e o levando para algo mais perto de “Motley Crue” (conforme as palavras ditas, também, pelo próprio Kurt).

Um outro ponto importante é que tudo que importa ou que deve ser abordado sobre o Nirvana em um panorama de impacto sobre a música pesada, está em Nevermind. Foi aqui no segundo trabalho que houve o terremoto definitivo na indústria do rock.

Antes do tsunami de destruição que o segundo álbum do Nirvana causou, o Heavy Metal monopolizava o estereotipo do Rockstar: havia os ‘machões’ come-come, os drogadassos que cheiravam formiga, e também os satanistas ritualísticos, os destruidores-de-hotéis e quebradores de pernas em botecos... estavam todos lá, em torno do ídolo de ouro, sem perceber o que estava por chegar. Se esses caras eram ou não ‘Metal’, não importava, a atitude geral desse tipo de rockstar era muito semelhante, a testosterona podia descambar para o sexo ou para violência, e o resultado era o mesmo; muito dinheiro e rotulação onipresente da mídia como “Heavy Metal”.

Eis que Nevermind foi lançado pelos 3 fitas de Seatle. O Grunge já existia, mas era devidamente ignorado.

A história de como essa ‘bolha’ do Nirvana cresceu você pode procurar em qualquer um dos inúmeros documentários e textos disponíveis na internet. Em suma, o estilo suicida, auto destrutivo sem nenhuma auto estima, que expirava insanidade nas letras e na incongruência sonora, transformou o renegado musical que residia no Metal, em um neo-punk-hippie que agora morava no Grunge. E por mais paradoxal que possa parecer o som depre-revoltado-bipolar do Nirvana proporcionou shows lotados com tanta, ou mais energia do que existia nos eventos de Heavy Metal em geral.

Não é nem preciso dizer que o estilo virou moda, abriu as portas da mídia para bandas como Sound Garden, Pearl Jam, Stone Temple Pilots, Alice in Chains, Uggly Kid Joe, entre outras;  e em aproximadamente 6 anos destruiu o tal do Heavy Metal... o espaço sob o sol era habitado pelas bandas Grunge e pós Grunge. Olhando agora de uma posição bem mais distante em 2022, esse movimento inaugurado pelo Nevermind foi muito parecido com o que o punk fez com o rock técnico da contra cultura setentista... a música complexa e abstrata sendo trocada pelos moldes simples e concretos.

À despeito dos impactos desse trabalho sobre o Rock e o mainstream, vejo Nevermind como um disco espantosamente inspirado para sair desse núcleo de três jovens com técnica limitada e (em tese) sem pretensão de grandes composições. As melodias de cara colam na cabeça, os riffs – simplórios – são extremamente expressivos e diretos, os gritos desafinados harmonizam com as distorções exageradas e com a bateria frenética, enfim, não dá pra negar que a banda entrou em uma espécie de fluxo de transe para entregar o resultado revolucionário obtido nessa coleção. Há de se reforçar que as composições – basicamente todas – saíram da cabeça de Cobain, que justifica o culto a personalidade que se criou em torno desse figura. E por cravar essas canções na história do rock moderno, ainda que estivesse cagando pra isso, eu também tiro meu chapéu para esse brother.

Mas por outro lado tenho que dizer: não é o meu estilo de som, ao ouvir para analisar o trabalho com uma postura mais neutra, tem muita coisa aqui que reconheço ter valor (a ponto de ficar difícil destacar menos de – no mínimo – 6 músicas); daí pra colocar o som do Nirvana pra ouvir regularmente no meu Mplayer.... beeeem difícil viu.

Minha conclusão é que: 1-) (obviamente) não é Metal, tem muito mais a ver com uma espécie de ‘reencarnação’ do punk rock do começo dos 80; 2-) o álbum tem o peso de um axioma para a música pesada, a ponto de debutar um gênero (o Grunge) praticamente “sozinho”, e reformar o status quo do Rock daquela geração;  3-) o trabalho é extremamente consistente transmitindo uma identidade muito clara, seis dos maiores hits da banda se encontram nesse álbum; 4-) talvez, somente talvez, tenha sido um mal necessário, desmontou o monte de merda vazia e sem significado que o Heavy Metal estava produzindo à rodo na época (com grande foco na farofagem do Glitter-Hard-Glam-Metal), e acabou – olhando somente para o gênero Metal – abrindo espaço para as bandas power seguidoras do Helloween, que possuíam muito mais conteúdo e menos testosterona gratuita.... pelo menos por um tempinho.

Nota: 7 ou \m/\m/\m/\m/, por causa da importância histórica. 







terça-feira, 30 de novembro de 2021

Blind Guardian - Tales from the Twilight World

 O álbum Tales from the Twilight World, lançado pelo Blind Guardian em 1990, foi escolhido por Trooper para análise.

Faixas: 01-Traveler in Time; 02-Welcome to Dying; 03-Weird Dreams; 04-Lord of the Rings; 05-Goodbye My Friend; 06-Lost in the Twilight Hall; 07-Tommyknockers; 08-Altair 4; 09-The Last Candle




The Trooper
3
Aqui estou eu, na árdua missão de não deixar o blog morrer. Embora árdua, é sempre uma missão recompensadora. É só olhar aí o que eu escutei para cumprir a missão.

Tales from the Twilight World é mais um álbum do Blind Guardian, mas é mais um álbum que não podia ficar de fora.

Foi aqui que o Blind Guardian virou a chave e resolveu fazer um som maluco ... ainda bem! Dá pra notar ainda que é um álbum bem rústico, mas a maluquice já tava comendo solta!

Uma das coisas que mais chama a atenção é a dupla de guitarras, entre a porradaria da violenta bateria ela aparece o tempo todo transformando o álbum em algo único e excepcional.

O álbum já começa com a porrada de Traveler in Time e só vai diminuir o ritmo lá no meio, em Lord of the Rings. Hoje em dia não posso avaliar esta faixa com clareza porque eu tive uma overdose dela, mas é inegável que é uma balada viajante ,que te arrasta para o clima da letra. Aliás, o álbum inteiro faz isso com maestria. Talvez Goodbye My Friend seja a mais estranha no quesito clima, se o trecho da Wikipedia que eu copiei foi verdadeiro (tava com a bandeirinha de falta de citação):


Mas ainda sim, é uma música duca. O álbum inteiro é duca, claro. Pode ficar ligeiramente atrás dos mais pomposos e densos, mas o ponto forte dele é não ter pontos fracos, absolutamente todas as músicas são bacanas, e algumas delas são épicas.

Meu destaque vai para ... putz, vai para o álbum todo, não tem uma mais ou menos, até Altair 4 que é estranha, é muito boa. The Last Candle merece um destaque à parte porque é pra lá de épica (eu prometi um dia montar uma aventura baseada nela no meu cenário de campanha principal - mesmo q o cara da wiki esteja certo e a música seja sobre Dragonlance).

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician

Mais um álbum marcante do Blind Guardian no blog, o primeiro realmente digno de nota na discografia deles, na verdade, embora eu respeite os dois primeiros trabalhos.

Tales From the Twillight World” (TFTTW), é marcante por estabelecer o primeiro milestone da banda em direção de um estilo muito próprio e característico de Power Metal Progressivo. À partir daqui a banda alemã estabelecia características marcantes – e sem volta – que a diferenciava da maioria das outras bandas de Heavy Metal, a tornando única no estilo de sua musicalidade. Em TFTTW algumas rupturas são claras com relação aos álbuns anteriores, principalmente no que diz respeito:

- à adesão de linhas de teclados mais presentes que contribuem em fraseados importantes no decorrer das faixas (exemplo em “Atair 4”);

- as pautas polirítmicas por todos os lados colocando os dois pés da banda de vez, no sub gênero metal progressivo (graças ao trabalho primoroso de Thomas Stauch, isso foi possível, o cara é monstruoso);

- as melodias vocais muito mais técnicas e trabalhadas, com grande contribuição dos backing vocals dos demais membros da banda. As camadas de linhas simultâneas de vocais com diferentes fraseados, são pela primeira vez trabalhadas aqui, exemplo no final de “Last Candle” (uma marca definitiva da assinatura do Blind Guardian, mas reparem que aqui Hansi não interpretava ainda todas as linhas, como faria depois nos trabalhos mais rebuscados do BG com a inclusão de canais apartados);

- As músicas (como bem lembrou o Trooper), ainda são rústicas em sua produção geral, mas o modo como as guitarras e vocais se harmonizam em melodias mais complexas, já eleva o patamar das composições na ‘régua’ da teoria musical;

Todas essas propriedades musicais inseridas no terceiro disco da banda, foram incorporados e apurados em trabalhos posteriores, de modo mais e mais extremo, até tudo culminar naquela bagunça que é o Night At The Opera (o sétimo álbum)...

Mas isso não importa, naquele momento específico da carreira dos alemães, em 1990, isso aqui foi praticamente uma obra de arte, que foi decisiva para a promoção da banda para uma elite do power metal europeu, que serviria de referência para grupos mais novos desse segmento. Ao escutarmos a discografia ‘vencedora’ do Blind, fica muito claro onde foi que a banda deu o salto para sair do status de “mais uma banda de metal”, para garantir seu crachá de banda importante do circuito do Heavy Metal (digamos que fechar um Wacken Open Air, garante esse status, se você está em dúvida).

Existem inúmeros destaques, pois o álbum é muito forte na primeira metade, mas no geral não deixa a peteca cair em nenhum momento. O som “Lord of The Rings” por muitos motivos é o ponto mais alto, mas por favor prestem atenção (com o volume bem alto de preferência) em “Traveler in Time”, “Welcome to Dying”, a instrumental “Weird Dreams” e “Lost in the Twillight Hall” (com a participação adivinha de quem?? De quemmmm???? O tio farofeiro Kai Hansen!!).

Nota 8,1 ou \m/\m/\m/\m/.

Para não deixar passar batido, deixo um parágrafo de reconhecimento para uma das maiores duplas de guitarristas da póstuma história do Heavy Metal, em minha opinião. A obra subestimada pela grande maioria, dos músicos Andre Olbrich e Marcus Siepen estará para sempre na memória e no coração daqueles postulantes guitarristas que por alguma vez tiveram a sorte de escutar obras primas como “Time What Is Time”, “Lost in Twillight Hall”, “Into The Storm” e é claro icônica “Bright Eyes”... Riffs eloquentes, a contundência magistral das ‘infinitas’ palhetadas groovadas, e a sincronia alienígena das bases e dos solos super melódicos e cintilantes dobrados, são apenas algumas das marcas dessa dupla, com raro talento para não somente aplicar a técnica, mas principalmente fazer isso de modo contributivo às composições como um todo. 


Phantom Lord

Aqui vai uma resenha "atrasada". 
Ouvi este álbum 7.3 zilhões de vezes através de uma fita que eu tocava no estéreo do meu bro, Trooper: Acho que ouvi este álbum quase tanto como eu comi batata frita em minha vida. 

Sonoramente falando, este álbum me causou estranheza nas primeiras audições (lá pelo final dos anos 90), mas isso não é novidade: Todos álbuns do Blind Guardian me soavam assim - Diferentões da maioria das outras bandas de metal. Não descreverei as faixas, nem seus ritmos (entre outras características), pois Trooper e Magician já fizeram isso.
Inicialmente gostei da faixa instrumental Weird Dreams, mas conforme fui ouvindo o álbum Tales From Twilight World por anos, fui gostando mais dele como um todo e cheguei a ter uma camiseta deste álbum que eu surrei (usei) por uma década - praticamente dos meus 20 aos 30 anos de idade. Neste período e até mais uns 8 ou 9 anos depois, eu não ligava muito para as letras das músicas: Para mim era tranquilo ouvir qualquer heavy metal, bem como rock, desde que o ritmo me agradasse e as letras não fossem MUITO podres.  

Porém, por mais que eu tivesse a fama de "ranzinza parado no tempo", eu mudei devido a razões certamente bem particulares. E por isso, passei a preferir músicas que tivessem um significado para mim, particularmente, coisas que entendo como boas. 
Mas como assim? Simples: Por exemplo, porque eu deveria continuar ouvindo uma música que mostra uma visão de mundo contrária à minha, ou que enaltecesse algo que acho insignificante ou mesmo desprezível? Não existe motivo algum para continuar, inclusive, ao menos até alguns anos atrás, alguns (ex) membros deste blog pareciam agir assim também - não há nada de surpreendente nisso. Claro, alguém poderia me fazer uma acusação do tipo: Ah, mas você ainda ouve aquela música "X" que enaltece coisas que você diz ter horror (aversão)!" Bom, se isso ocorrer, certamente é devido a forma ambígua de como algumas letras de música são escritas e, de toda maneira, eu posso interpretar uma música (bem como qualquer arte) do jeito que eu quiser - A interpretação humana está sujeita à diversidade. Enfim, as pessoas mudam, umas devagar, outras depressa, umas mudam pouco, outras mudam muito etc. Nos meados da minha infância, eu mudei quando passei a ouvir músicas que outros membros da família escutavam. Eu mudei quando adolescente, ao passar a ouvir quase que exclusivamente heavy metal. Eu mudei um pouco nos meus vinte e pouco anos, quando passei a gostar mais de clássicos de rock... E agora, o resultado desta minha mais recente mudança desviou maior parte de minha atenção para longe de meros gêneros musicais e suas bandas, compositores, composições etc.

Em relação ao conteúdo das letras deste álbum, durante muitos anos eu mal sabia do que a maioria falava. Imaginava que fossem temas de ficção e fantasia medieval escolhidos por gosto particular dos membros da banda (e de acordo com a resenha do Trooper, aí em cima, eu estava certo). Por causa de seu conteúdo, o TftTW não se tornou um dos álbuns que eu não escutaria novamente, mas também ficou menos significante para mim. Na verdade vários dos álbuns que resenhei neste blog eu deixei de ouvir e diminuiria a nota deles (se eu fosse reavaliar eles), porém o TftTW pouco mudou: Receberia nota 8,1 ou 8,3 até meus 39 ou 40 anos de idade... Diminuí a nota dele? Sim. 
Diminuiria mais com o passar dos anos? 
Não sei - só sei que hoje ele recebe "Nota: 7,6"

domingo, 31 de outubro de 2021

Angra - Temple of Shadows

 O álbum Temple of Shadows, lançado pelo Angra em 2004, foi escolhido por Trooper para análise.

01-Deus Le Volt!; 02-Spread Your Fire; 03-Waiting Silence; 04-Wishing Well; 05-The Temple of Hate; 06-The Shadows Hunter; 07-No Pain For The Dead; 08-Winds of Destination; 09-Sprouts of Time; 10-Morning Star; 11-Late Redemption; 12-Gate XIII




The Trooper
3
Algumas postagens atrás eu disse que dois álbuns do Angra ainda precisavam entrar no blog. O principal é este aqui.
 
Acho que foi a primeira vez que acompanhei todas as letras de Temple of Shadows, e para a audição fiz questão de colocar meus fones esmaga-crânio, o álbum merece que eu passe por desconforto só para ouví-lo melhor.
 
A primeira impressão dessa vez foi: 3 anos depois de Avantasia, Rafael pensou, 'a gente faz isso aí sem o rótulo de projeto superbanda' ... e ... ele conseguiu?
 
Não vou dar essa resposta, acho que ela cai na subjetividade porque a qualidade de ToS é inquestionável. Tudo bem, o Angra não fez isso exatamente sozinho, chamou uns monstros consagrados do heavy metal pra participar (e não só heavy metal, Miltão que o diga). Mas criou uma obra-prima na mesma toada de Avantasia, uma história com temática e narração semelhante, com o adicional da pitada padrão do Angra, introduzindo ritmos, principalmente brasileiros, que dão um 'gosto' bem diferente da outra obra-prima citada. Uma resposta, entretanto, eu posso dar: Temple of Shadows é melhor do que qualquer continuação de Avantasia.
 
'Mas aí foi na onda, pô! Não foram originais!' Vai saber desde quando a ideia tava na cabeça dos caras (não fui atrás), mas pra mim não interessa, não. Interessa o impacto que a obra causa, e em mim, posso dizer: que impacto!

Já na primeira vez que ouvi, as pedradas que as primeiras faixas arremessaram deixaram cicatrizes eternas. O Angra já havia provado em Rebirth que a cisão não enfraqueceu o grupo, e em ToS deixaram a dúvida se transcenderam sua obra anterior. Essa é outra resposta que não vou dar. Mas que esse álbum tem toda a pinta de ápice de uma vida tem. Trace um paralelo com Nightfall e a discografia do Blind Guardian ... Há muitas semelhanças.

Sobre o álbum em si, ToS começa freneticamente destruindo tudo ao seu redor. Depois da pancadaria de Spread Your Fire, vem a magnífica Waiting Silence. Eu me surpreendi nesta "re-audição", pois essa música é uma das melhores que eu já ouvi em todo o heavy metal. O contrabaixo aparece maravilhosamente aqui (aliás, o baixo neste trabalho todo é f&*¨¨%!).

Wishing Well eu citei na resenha do último álbum do Edu como sendo a faixa alegre do álbum, mesmo assim, fantástica.

O álbum continua em uma pancadaria balanceada até chegar em outro pico de transcendência: Winds of Destination. P¨$& #$% *&@¨$! Com a participação da lenda, da entidade, do monstro: Hansi! 💥
Aí não dá! Compete com Waiting Silence como uma das melhores músicas do heavy metal (outra surpresa de "re-audição"). Eu acabei de resenhar o Senjutsu, não posso deixar passar: Harris, de que adianta fazer uma música de 13 minutos se o Angra consegue varrer o chão com sua obra em 7 minutos? Aprende aí, isso sim parece prog. O Angra aliás, revira os ritmos e progressões durante todo o álbum com verdadeira maestria.

De Sprouts of Time pra frente o álbum dá uma desacelerada mas sem perder a magnificiência e encerra tranquilamente com Gate XIII, uma instrumental retalho simbólica (pelo menos no que eu achei da Wikipedia sobre o tema do álbum).

Só tenho a acrescentar que todo mundo destruiu no álbum, instrumentistas, vocalistas e convidados. Uma obra-prima.

Presta atenção na nota, Maiden e críticos profissionais (alô, Allmusic cocozenta): \m/\m/\m/\m/\m/

Profissional o meu ovo!

P.S.: Põe na conta dos álbuns temáticos mais uma bomba que explode mente. Será que álbum temático sempre tem o potencial de ser melhor do que qualquer outro não-temático? (Bem, temos Pyramaze aí pra discordar).





Phantom Lord
Ora, ora, ora, o "progmetal" mais criativo e técnico que conheci chegou ao blog. 

Mas agora quando pego para ouvir um révi metal, eu dedico um tempo para checar o conteúdo/ as letras... Pois é, fiquei chatão para alguns, não que eu me importe com isso.

Pois bem, no início do Temple of Shadows as letras parecem o blá blá blá surrado sobre o bem e o mau, sobre Deus e o capiroto, sobre anju e demonhu... Nas 3 primeiras faixas não parece haver muita clareza, o que faz com que o assunto se torne obscuro. É só uma crítica à fé? Uma manjada crítica à igreja cristã? Seria um álbum para posar de intelectualóide rebelde? Não desta vez... Ao menos lá na faixa "x" (4 ou 5, não lembro) fica claro que eles estão contando a história de um guerreiro cristão medieval, ou seja, de um cruzado (fictícia, mas baseada em alguns fatos reais). Isto faz das letras, uma maravilha? Uma porcaria? Nem um, nem outro, algumas são melhores, outras piores. Acho válido criticar as guerras esdrúxulas como as cruzadas, mas a questão do "além" é trazida em algumas músicas, e eu não concordo com tudo que os caras do Angra colocam nas letras. Porém não consigo nem tenho cabeça para aprofundar neste assunto usando como base o Temple of Shadows. 

Winds of Destination foi minha música favorita por anos e ainda acho boa esta obra "Blind Guardada", mas é um tanto longuinha, não? Sim, os caras são musicalmente competentes e há uns trechos muito criativos e bem executados, mas ao ouvir hoje, em 2021, dou mais um pouco de valor à crítica que André Mattos fez a seus velhos companheiros: As vezes as músicas desses caras parecem vídeo aulas. Enfim, eu gostava mais de músicas pauleiras (talvez fosse uma auto-afirmação metaleira minha), mas hoje eu destaco as "baladosas" Wishing Well, Sprouts of Time e Morning Star. 

Deus Le Volt!/ -Spread Your Fire; 7,0 

Angels n Demons 7,7 

Waiting Silence; 7,5 

Wishing Well; 8,3 

The Temple of Hate; 7,2 

The Shadow Hunter; 7,5 

No Pain For The Dead; 7,7 

Winds of Destination; 8,0 

Sprouts of Time; 8,3 

Morning Star; 8,0 

Late Redemption; 7,5 

Gate XIII 7,7 

Apesar de minhas críticas, Temple of Shadows era muito apreciado por mim: Acho que eu daria nota pouco maior que 8 para ele há anos atrás. Hoje, com uma nota pouco menor, ele ainda entraria num top 40 ou 50 meu... Mas eu não sei se eu faria um top 50 novamente. Nota: 7,7

The Magician

O Angra é Power Metal, com suas principais inspirações claramente sendo rastreadas até o Power/Speed alemão dos anos 80; mais especificamente, e sem dar muitas voltas, vinculadas ao Helloween (como muitas outras bandas que ascenderam “à fama” [pffff] na virada dos anos 90’s para os anos 00’s). Embora, para os verdadeiros conhecedores, isso seja um fato indiscutível, esse tipo de conclusão racional, baseado em um tracejamento da linha reta entre os pontos “A” e “B”, incomoda bastante os artistas, por colocar uma estampa restritiva em seus trabalhos. E por esse motivo o Angra, como muitos outros, tentam – conscientemente ou não - ocultar esse fato, seja por meio de opções líricas e semânticas, seja por enriquecimento da sonoridade através de importação de outros gêneros às composições, ou com a incorporação de aspectos culturais em suas músicas.

Só que não aqui. Em Temple of Shadows o Angra escancarou suas referências primordiais, de forma mais clara do que até mesmo em seu debut “Angel’s Cry”.

Em minha opinião as características onipresentes da bateria de pedais incessantes e ritmo acelerado, somado às guitarras base e contrabaixo de constante pontuação em semimínimas, carregam esse álbum ao posto de ‘o trabalho mais power metal do Angra’ até aquele momento da carreira. Outros fatores importantes corroboram com essa impressão...

O espetacular álbum anterior, ‘Rebirth’, que apesar de ser sim power metal, exprimia toda a liberdade criativa cheia de exageros dos dois guitarristas virtuoses (libertos do maestro/professor que colocava limites aos seus ímpetos exibicionistas), e por causa disso, aquele álbum do Angra foi redirecionado para um catálogo mais específico de metal progressivo e técnico, com músicas lavradas em fraseados muito mais elaborados, escutados somente em, por exemplo, trabalhos de guitarristas expoentes como J. Petrucci. Ao escutar Rebirth, fica muito clara a existência de faixas ‘protagonistas’ independentes uma das outras, sem o sentido de conclusão no conjunto das composições; ou seja, a obra prima ‘Acid Rain’ não conversa de maneira alguma com ‘Heroes of Sand’, ou muito menos com ‘Millenium Sun’. E em Temple of Shadows o trabalho da banda foi construído na lógica inversa.

Nesta obra, as pautas se completam percorrendo a história do cavaleiro “caçador das sombras”, logo, uma serve de prólogo para outra até a conclusão do disco, e a sonoridade toda suporta essa ideia de álbum conceitual. A mixagem do som equilibra guitarra, baixo e bateria, de forma quase uníssona, e esse corpo sonoro (mais a ajuda providencial dos teclados) é coadjuvante dos vocais na maior parte do tempo. A história e o orador são na verdade o cerne do álbum, como ensinou Helloween nos primórdios do power metal alemão, enquanto as partes instrumentais somente se projetam em momentos bem específicos das composições.

Com essa essência, Temple of Shadows se apresenta como um ótimo trabalho de nicho, com bastante técnica e qualidade, mas em claro detrimento às grandes e memoráveis canções (talvez por isso o Trooper abriu mão de escolher uma música ou mais como destaque). Todos os membros da banda estavam engajados e em sintonia absoluta com o resultado final, e entregaram com primazia suas partes, também sem nenhum destaque acima dos demais, que pode afinal somente ser atribuído ao Edu, devido à proposta já mencionada do trabalho (idealizado por Rafael). Ainda assim quero enfatizar a coerência na construção de algumas composições que acredito ser dignas de atenção: “Wishing Well” (DNA do Edu), “No Pain for the Dead” (cadência necessária no álbum) e “Winds of Destination” (Power Metal ROOTS).

Nota 7,8 ou \m/\m/\m/\m/



segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Iron Maiden - Senjutsu

  O álbum Senjutsu, lançado por Iron Maiden em 2021, foi escolhido por Pirika para análise.


Faixas: 01-Senjutsu; 02-Stratego; 03-The Writing on the Wall; 04-Lost in a Lost World; 05-Days of Future Past; 06-The Time Machine; 07-Darkest Hour; 08-Death of the Celts; 09-The Parchment; 10-Hell on Earth

The Trooper
3
Pirika nos trouxe o último álbum do Iron Maiden, fanfarrão que é, postou e saiu correndo. Resta a mim fazer uma análise superficial (minha especialidade) fruto de uma única audição.
 
Vamos lá. Trata-se de um álbum duplo, cada um com cerca de 40 minutos de duração. Perigoso, se for chato, vai ser chato ao extremo.
 
E os caras começam com o pé esquerdo, a faixa homônima é uma péssima música de abertura. Ela começa e parece uma intro que pode virar música de verdade. Não vira. São 9 minutos de intro! Tortura!

Vem Stratego, pelo menos é música, mas não chama a atenção. O que chamou minha atenção foi o tecladinho mequetrefe do Harris tentando ser imperceptível e não conseguindo. Prepare-se, o tecladinho faz exatamente isso em boa parte do álbum, não trazendo nada interessante, somente uma leve irritação (pra que serve esse sonzinho cocozento?!)

Quando vem The Writing On The Wall, acende uma ponta de esperança neste coração decrépito. Eu já tinha visto o videoclipe e achado razoável. Ouvindo somente a música, achei bem legal. Os riffs um pouco diferentes do padrão Iron Maiden. O encaixe das letras sem entrar na mesma cadência que o Bruce está usando em outros trechos do álbum, enfim, bacana.

Lost In a Lost World ... not cool. Dessa vez a intro virou alguma música, mas nada demais, pelo contrário, meio chata. As distintas fases de ritmos, todas entediantes.

Days of Future Past e Time Machine repetem o padrão de alternância entre faixas curtas e longas deste cd 1. DoFP é a faixa mais curta, e é legalzinha. Time Machine parece que vai ser outra faixa longa horrível, mas ela muda bastante e tem várias coisas diferentes escondidas no meio da confusão. Enfim, legalzinha, é pra ouvir mais de uma vez pra decidir se é legal ou não.

O cd 1 termina em média alternando entre músicas interessantes e outras chatíssimas.

Destaque para The Writing On The Wall, riffs bem diferentes sem teclados nojentos. Days of Future até consegue entrar como destaque mesmo com os já citados teclados nojentos (eles aparecem bem pouco aqui). Não vou avaliar as letras até aqui, para mim, irrelevantes.
 
Começa o cd 2 e eu vejo a duração de cada faixa, começa a bater um desânimo, a menor faixa, a de abertura, Darkest Hour tem 07:22.

Ouço a música e o desânimo permanece. Música para dormir. Depois de comer três pratos de nhoque no almoço, começo a perceber que esta tarefa deveria ser cumprida outra hora, mas não desisto (nem durmo, vontade de ferro!)

Death of the Celts, como diria minha mãe, não fede nem cheira. Ela começa sonífera mas dá uma acelerada lá pela metade, não consegui uma opinião sobre ela.

Em The Parchment, a chatice estava em nível épico até cerca de 9 minutos da música. Eu até pensei, 'não dá nem pra dizer que isso é prog, termina logo!' Aí dá uma mudada de ritmo na música e até que melhora (ia ser difícil piorar), mas o estrago já foi feito repetindo infinitamente um riff em boa parte dos 9 minutos iniciais. São quase 13 minutos, cara, pra quê fazer isso? Se ainda conseguissem ir puxando o interesse do ouvinte enquanto constroem a música, mas não, botam ele em coma e tentam acordá-lo (sem sucesso) no final.

Hell on Earth começa com 2 minutos de intro completamente desnecessária, não agrega nada. Há uma ligeira reciclagem de riffs na sequência (talvez de The Man Who Would Be King do Final Frontier? Não, acho que o trecho cantado lembra When the Wild Wind Blows, do mesmo cd), e daí eu lembrei que o Pirika apresentou essa música antes, porque chega em um trecho que parece Festa no Apê (ou, a música original que o Latino copiou. Copião que copia copião, tem cem anos de perdão).

Resumo do cd 2: completamente desnecessário, era melhor ter parado no primeiro.

Eu vou dar 3 mãozinhas em respeito às (poucas) músicas boas do cd:

Nota: \m/\m/\m/

A nota mais baixa de todas que aparecem de críticos profissionais na Wikipedia:
 
Críticas profissionais
Pontuações agregadas
FonteAvaliação
Metacritic86/100[3]
Avaliações da crítica
FonteAvaliação
AllMusic4 de 5 estrelas.[4]
Blabbermouth9/10[5]
Classic Rock4.5 de 5 estrelas.[6]
The Guardian5 de 5 estrelas.[7]
The Independent4 de 5 estrelas.[8]
Kerrang!4/5[9]
Rolling Stone4 de 5 estrelas.[10]
 

Ainda bem que não sou profissional.




terça-feira, 10 de agosto de 2021

Chickenfoot - Chickenfoot

 O álbum Chickenfoot, lançado pela banda Chickenfoot em 2009, foi escolhido por Phantom Lord para análise.





Phantom Lord
Que vergonha, que vergonha... Eu saio do blog e ele simplesmente para. 

 

Na verdade eu não ligo. Mas tive um leve insight ao ouvir uma lista de música minha onde coloquei uma música do Chickenfoot. Eu pensei: Poxa vida, aquele blog ridículo tem Carina Alfie (não o E.Teimoso), mas não tem Satriani. 

 Cá estou aqui para mais uma correção na história do decadente blog Metalcólatra. 

Chickenfoot é um álbum que eu descobri dando uma de curioso na internet por volta de 2010. Vi que era uma suposta super-banda composta por Hagar, Satriani, Michael Anthony e Chad Smith... Daí especulei: Algo que presta deve ter saído deste álbum. E eu estava certo em minha subjetividade. Algo que presta para mim foi produzido neste álbum. 

 

Não se trata do "metal pesado" e nem deveria. Os membros da banda são músicos famosos de variadas "bandas" de rock e aparentemente isso colaborou com a boa variedade de melodias no álbum. Diferente de álbuns feitos por bandas de rock com muitos anos de estrada, onde muitas músicas acabam soando todas parecidas entre si, o álbum Chickenfoot é um exemplo de criatividade dentro do (hard) rock em pleno ano de 2009, quando poderíamos pensar que nada de novo sairia dentro do gênero musical. Obviamente a guitarra não fez "tudo sozinha" neste álbum, pois não se trata de um álbum instrumental do Joe. Posso estar errado, mas as "letras" das músicas (já faz muito tempo que as li) parecem alternar entre temas de relacionamento (Sexy little thing, My kinda girl, Oh yeah, Down the drain e Learning to fall) e movimentos muito comunistas para o atual braziu bozonerista (Avenida revolucion, Turning left e Future in the past). É isso. Um bom álbum de hard rock, feito por músicos possivelmente muito influentes no meio. 

1. "Avenida Revolucion" 7,2 

2. "Soap on a Rope" 7 

3. "Sexy Little Thing" 6,6 

4. "Oh Yeah" 7,4 

5. "Runnin' Out" 7,4 

6. "Get It Up" 7,6 

7. "Down the Drain" 6,5 

8. "My Kinda Girl" 7 

9. "Learning to Fall" 7 

10. "Turnin' Left" 7 

11. "Future in the Past" 7


The Magician

Conheci a banda em 2012 por meio de um mp3 passado pelo meu antigo chefe (uma das poucas coisas realmente úteis que a vida coorporativa me proporcionou) que me apresentou "a nova banda do Satriani", segundo suas palavras. Porém, como tudo que vem de um chefe, estava errado, o Chikenfoot é na verdade a banda dos ex-van halen S. Hagar e M. Anthony que somente depois de terem se firmado em apresentações ao vivo juntos ao batera do RHCP, Will Ferrell, é que convidaram o "Mr. Alien" Joe Satriani para participar da super banda.

O meu primeiro contato com o som dos caras, no entanto, não foi por esse debut sugerido pelo Phantom, mas sim pelo CF3, o segundo álbum dos caras (isso mesmo, segundo, o nome Chikenfoot III é porque os caras são fanfarrões mesmo, ou o segundo álbum deve ter ido pro vinagre por algum motivo x...), e tenho que antecipar que o segundo trabalho do grupo já parece bem mais maduro em termos musicais do que esse aqui. Essa constatação é óbvia pelo seguinte motivo; como comentado pelo próprio "professor" em uma entrevista sobre esse experimento, a banda vive um clima de "Jam Session". 

Para quem não é familiar ao termo, se trata de improvisações que os músicos fazem para treinar suas habilidades em seus instrumentos, mas todos juntos em torno de melodia cíclica-sem-fim e sob a mesma ideia rítmica, onde normalmente cada um dos membros da sessão se revezam em "tomar a frente" e executar solos e exibições sem sair daquela ideia rítmica-melódica principal. Em escolas de música e conservatórios, grande parte do tempo de estudo é dedicado a esse tipo de prática, de modo que os alunos empreguem a teoria do que estudaram nessas espécies de "recitais instrumentais". 

O Blues, por ser um gênero naturalmente cíclico, pragmático, e mais restrito no sentido de alcance de notas (normalmente 8 compassos que criam e recriam um ciclo rítmico "infinito") é o "antro" das jams sessions nas escolas de música, e por esse motivo, muitos artifícios desse gênero, mesclado ao Hard Rock (berço dos músicos em questão) é o que podemos escutar nesse álbum. Uma outra característica muito forte das jams que se reflete claramente em CF-I é uma ideia melódica principal orientar toda a música, e ser repetida várias vezes nos versos e refrãos, impedindo a composição evoluir para outras pontes e versos. Em outras palavras as músicas são bem simples e repetitivas sem grandes pretensões ou variações (toma-se como exemplo descarado as faixas "Avenida Revolution", "Soap On a Roap" e Down The Drain").

Essa é a conclusão do trabalho, na verdade; nota-se competência de sobra dos membros da banda, do alto de suas irretocáveis carreiras musicais, mas que aqui deixaram completamente de lado o orgulho e a técnica acadêmica, pra manter o compromisso somente com a diversão enquanto executaram uma grande 'jam session' que se converteu em um álbum bem leve e acessível de hard rock com pitadas providenciais de blues por toda parte. Por causa do conjunto de composições soarem repetitivos em alguns momentos, o grande destaque vai para "Learning To Fall", por ser uma espécie de balada que atua distante da ideia principal do disco.

Trabalho muito fácil de se escutar e de se divertir com isso, pra ouvir em festa, balada, churrasco, ou sozinho, escutando em ordem prescrita ou aleatória, tanto faz. Um som "pra qualquer hora" que recomento pra qualquer amante do bom e velho Rock'n Roll.

Se fossem uns 'zés manés' esse álbum estaria fadado ao fracasso, mas como só tem monstro, saiu isso ai.

Nota 7, ou \m/\m/\m/\m/. 

Will Ferrel = Chad Smith. 





The Trooper
3
Eu tentei. Na época que o Phantom postou, ouvi mais uma, duas, x vezes. Nada me chamou a atenção. Hoje vim aqui e pensei, vamos ouvir mais uma vez e fazer a resenha nem que for só pra xingar. Dessa vez fui acompanhando as letras.
 
A primeira faixa aparece com uma música chata e uma letra confusa sobre a fronteira México/EUA(?). A segunda faixa já quebrou minha boa disposição de vez, o compositor escreveu uma letra que começa se gabando de ser rico e bem-sucedido e depois começa a pagar de metelão ... ah mano, vai se foder, meu ouvido não é penico.
 
Vem outra música sobre meteção (acho que é a 'Sexy Little Thing') que pelo menos tem umas guitarrinhas legais. Aí chega uma hora que entra a única música que tinha grudado na minha cabeça nas audições anteriores, 'Get It Up', e ela tinha grudado por causa da porra do 'Arriba! Arriba!' Vai se foder de novo. Agora meu cérebro foi feito de penico. Parece uma música de videogame torturante saída de uma mistura de Earthworm Jim com Quake III.

Isso aí é só uma jam mesmo, o guitarrista puxa um sonzinho mequetrefe e fala 'saca só esse gingado'. Eu já mandei esses caras se foderem? Já, né? To mandando de novo. Enfim, a culpa não é toda deles, eu que não devia ficar ouvindo.

Tudo bem, posso ter exagerado, mas é isso aí. Resumo: chato pra porra.

Note: \m/\m/