quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mothership - High Strangeness

O álbum High Strangeness lançado em 2017 da banda Mothership, foi escolhido por Venâncio para analise.

Faixas: "High Strangeness"; "Ride the Sun"; "Midnight Express"; "Crown of Lies"; "Helter Skelter"; "Eternal Trip"; "Wise Man" e "Speed Dealer".

Venâncio
Olá amiguinhos... estava eu na noia de seguir as sugestões do youtube, quando me deparei com essa banda... sim eu sei que o correto seria escutar uma umas faixas, comprar o albúm e ai sim fazer uma resenha...resolvi pular a parte de comprar o albúm (não, não fiz download das músicas) e escutei-o pelo youtube mesmo... De qualquer forma, vamos aos detalhes: Mothership é um powertrio do Texas que segundo a wikipédia toca o estilo "Stoner Metal", estilo esse que seria uma variante do Stoner Rock que mistura elementos do Heavy Metal, Doom Metal, Psychedelic Rock e Acid Rock... só com um pouco a mais de Heavy.. (deus do céu, de onde vem tantos nomes... quem cria isso?...).

Voltando a obra em si, posso dizer com toda certeza que é muito agradável de escutar, é pesada (sem exageros) e viajante (tb sem exageros) contém solos na medida certa (para mim pelo menos).. isso pelo lado positivo... pelo lado negativo, se você estiver fazendo outra coisa e escutando o albúm facilmente pode deixar de perceber a transição de uma música para a outra.

Gostei especialmente da primeira faixa, uma excelente instrumental que consegue te colocar no clima do restante da obra...Ride the Sun, apesar de possuir um vocal sem destaques, não deixa a bola cair por assim dizer...em Midnight Express os irmãos Juett compartilham o vocal e aqui sou forçado a colocar que sou muito mais fã do vocal rasgado...

Resumindo o albúm inteiro é bom, seu uníco defeito(?) pode ser a falta de uma caracteristica mais marcante/impactante em uma ou outra de suas faixas.

7 whisky sem gelo.


Phantom Lord
Uma postagem literalmente vagando entre apática e antipática. Venâncio surge como um turista (não que o blog não tenha se tornado um mero ponto de "turismo" descompromissado) e posta um álbum, sem passar link nem arquivos para os demais Metalcólatras. 

Os vocais suaves com o ritmo variando do lento ao moderado com ocasionais distorções graves que tentam invocar algum peso, parece um (pseudo) retorno ao rock (não tão) pesado dos anos 70 e 80. E falando em vocais, eles parecem bem menos interessantes do que a parte instrumental... Justo eles, que praticamente tomam a frente em qualquer tipo de rock/metal. É possível fazer uma comparação meio rasa com outros trabalhos que passaram aqui pelo Metalcólatras: Os instrumentos lembram "Grand Magus - Iron Will" (o tal Stoner Metal ou Old-Black-Sabbath Metal) enquanto os vocais é uma versão meio "pop rock" do Ghost - Opus Eponymous. 

Confesso que vi algum potencial no Mothership e a parte instrumental parece até desperdiçada se comparada com os vocais monótonos (isto fica claro na faixa "Crown of lies", por exemplo). Tive a impressão de que os instrumentistas são bons, o vocal é "50% de sola" e que toda a banda ainda está preocupada em ser roots ou "retrô do rock". 

Enfim, pelo descaso como Venâncio postou este álbum aqui, só me resta fazer comentários sobre a capa: A mulher seria uma alusão a deusa/titânide grega, Rhea, esposa de Kronus (chamada de Cybele pelos frígios da antiga Anatólia)? Ela, como "mãe dos deuses" e titânide da fertilidade, geralmente era representada com leões, mas vestida...  Pensando bem... o artista deve ser um pós-muleke numa fase hormonal que só quis por na capa, uma "gostosona" cercada por um ambiente quase-psicodélico. 

 Nota Final: Fica difícil, sem os arquivos, mas: 6,7


The Trooper
3
High Strangeness é um álbum bem legalzinho, o Mothership lembra um pouco (mais do que um pouco, e obviamente, tratando-se do chamado stoner metal ...) Black Sabbath, mas lembra também Metallica, principalmente nos solos de guitarra, particularmente, os solos do Kill'em All.

Mas os caras até que são bem criativos, os riffs são bem bolados, o baixo e a batera bem legais. Mas nem tudo são flores, outra banda que Mothership lembra é Mastodon. Sim, aquela banda que o Pirikitus postou um álbum. Digo que não são flores, porque essa é uma pegada meio sonolenta. 

Entretanto, Mothership é mais pesado do que Mastodon, e é mais agradável para mim, ouvir algo mais pesado. Seguindo a linha 'sabática', High Strangeness alterna entre músicas pesadas e músicas viajantes, muitas vezes mesclando os tipos.

O álbum é bem curto, e poderia facilmente ser chamado de EP. Mas é bom, visto que se colocassem muitas faixas viajantes em um álbum de uma hora, ia ser insuportável. Mas isso suscita uma dúvida: os caras tem capacidade pra fazer um álbum longo e bom? Não sei, não ouvi a discografia, deixo pra você curioso, descobrir e postar aqui nos comentários.

Enfim, destaque para Ride the Sun (de longe, a melhor do álbum) e Helter Skelter.

Como ponto negativo, fica aquilo que o próprio Venâncio citou: falta aquela música fodástica e empolgante. E por causa disso faltou 0,1 para entrar na quarta mãozinha.

P.S.: A capa é bem legal. Pode-se notar que se trata de uma anárquica controlando a proto-matéria do limbo, criando dois leões de sentinela, que mataram suas vítimas e depositaram seus crânios a seus pés. :D
Nota: \m/\m/\m/


domingo, 26 de março de 2017

Blind Guardian - Imaginations From The Other Side

O álbum Imaginations From The Other Side, lançado pelo Blind Guardian em 1995, foi escolhido para análise por The Tropper.


Faixas: 01-Imaginations from the Other Side; 02-I'm Alive; 03-A Past and Future Secret; 04-The Script for My Requiem; 05-Mordred's Song; 06-Born in A Mourning Hall; 07-Bright Eyes; 08-Another Holy War; 09-And the Story Ends.




The Trooper
3
Eu estava tentando escrever minhas resenhas atrasadas, e embora tenha ouvido os álbuns, não consegui elaborar muito as ideias devido à falta de impacto que eles causaram em mim (mas vou escrever as resenhas, só vai demorar mais um pouco).

Entretanto, ouvi alguns álbuns que não escutava há algum tempo, e um deles sim, trouxe o impacto novamente, mesmo sendo ouvido exaustivamente no passado: Imagination From the Other Side.

Cada vez que eu presto atenção no álbum tentando outro enfoque levo uma pancada na mente, e este é o motivo de mais um álbum do Blind Guardian aparecer por aqui.

Eu já havia comentado em outro post que esse foi o primeiro álbum que ouvi dos caras e que botou a banda no meu top 3 logo de cara. E o motivo para mim, é que esse trabalho é uma obra-prima.

IFTOS é o último álbum em que Hansi toca baixo, e dá pra perceber que o cara tá nervoso, ele é um dos principais responsáveis pelo peso do álbum, um dos grandes momentos do baixo está em The Script for My Requiem.

Mas o baixo não é o protagonista do trabalho. O mesmo pode ser dito da bateria, que dá a impressão de ter que correr atrás dos outros instrumentos nos ritmos insanos dos trechos mais rápidos (o que faz com maestria, aliás), mesmo assim há um protagonismo da bateria em Born in A Mourning Hall, prestem atenção nessa pedrada de performance.

O protagonismo do álbum se dá pelas guitarras e pelos vocais. O peso da distorção das guitarras-base, com a voz soturna, raivosa e melancólica é a base monstruosa desse trabalho, que dá a sustentação para os absurdos solos de guitarra completarem a obra-prima.

Liricamente falando este álbum também é interessantíssimo, a faixa-título abre o trabalho e sua temática permanece até o fim do álbum. A temática da fantasia é muito manjada nos trabalhos do Blind Guardian, mas aqui ela aparece intercalada com trechos do mundo real, diversos trechos das letras protagonizadas por supostos personagens do mundo real, citam personagens da fantasia literária, principalmente em seus momentos de desespero e confusão.

Aliás, como disse antes, parece que Hansi estava nervoso aqui. O álbum é soturno e passa a impressão de confusão, tristeza, revolta e insanidade. Dentro desse clima soturno, em que fica difícil aparecer até os famosos corinhos ou riffs alegres, ainda aparece uma forte crítica social e histórica. Born In The Mourning Hall (algo como Nascido em uma Sala de Velório), por exemplo, faz uma crítica dura à religião vendida pela TV.

Enfim, o álbum possui uma balada melancólica (A Past and Future Secret), e uma sequência de pedradas pesadíssimas recheadas dos vocais e guitarras espetaculares de uma das bandas mais competentes da época.

Destaque para toda a obra-prima.

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/


Phantom Lord
Há séculos, quando ouvi este disco pela primeira vez, pensei: Que coisa esquisitona. Mas como meus irmãos gostaram deste álbum do Blind Guardian, outros foram surgindo em nosso covil, via empréstimo é claro, e eu acabei admirando vários sons desta banda. Voltei a ouvir o Imaginations depois de anos e conclui minha teoria: Este álbum é o ápice do marcante metal Blind Guardianês: Não é o meu favorito por causa da transmissão bem presente de angústia, infelicidade, raiva e tormenta (quase tão desconcentrante quanto o Demons n Wizards), mas Imaginations from the Other Side é a explosão criativa que causou a primeira rachadura na mente de Hansi. Depois deste trabalho ele (o vocalista) começou a gradativamente despirocar e utilizar zilhões de canais para cantar junto de mais e mais Hansis. 
A distorção das guitarras e a produção dão o peso juntamente com algumas das letras e o ritmo das músicas é frequentemente bem acelerado, vulgo, pauleira na orelha. 
Enfim quem realmente não gosta de Blind, continuará não gostando, talvez provando apenas uma limitação na capacidade de perceber a melodia e complexidade técnica do trabalho da banda dos anos 90. Note que limitação é algo que todos temos, mesmo eu, o mais sábio deste blog e de todo cenário do metal mundial. 

 Imaginations from the Other Side 8,0 
I am Alive 8,5 
A past and a Future Secret 8,6 
The Script for my Requiem 8,3 
Mordred`s Song 7,7 
Born in Mourning Hall 8,7 
Bright Eyes 8,9 
Another Holy War 8,4 
And the Story Ends 7,0 

 Eu ia perguntar para que apelar trazendo este álbum ao blog, mas a verdade é que 99% dos participantes já abandonaram este espaço. Então faz sentido que o blog dos Metalcólatras torne-se o covil digital do "triunvirato" tão acusado e atacado pelo derrotado Metal Mercante (e por alguns outros também). 


 Modificadores: Solid +0,1 

 Nota Final: 8,4

The Magician

Mais um belo álbum do Blind Guardian, se me permitem a redundância.

O estilo é bem delineado no que começou em "Tales from the Twillight World" e evoluiu em "Somewhere Far Beyond" (me desculpe, mas os dois primeiros álbuns dos alemães fazem parte de uma outra discografia 'separada'..), culminando aqui em uma sonoridade mais progressiva com fortes contornos de epicidade. Embora mais progressivo e melódico do que os discos anteriores, "Imaginations From The Other Side" (IFTOS) não descarta aquela massa de som "cascuda" já conhecida da banda - de guitarras mega-pesadas e de bateria brutal - só que dessa vez dá pra perceber que à partir da terceira faixa eles tiraram um pouco o pé do acelerador, reduzindo as velocidades das músicas.

Ainda assim o IFTOS não é lento, e nem rápido, mas é longo e com certeza extremamente progressivo, com faixas polirrítmicas e diversas quebras entre as complexas viradas nas suas longas pautas (indiscutivelmente é o melhor trabalho de Thomem Stouch no Blind, os caras devem ter feito o coitado sangrar nas suas baquetas para acabar o diabo do disco). É uma abordagem que está presente em praticamente todas as faixas do álbum, e por isso é de se notar que aquilo que já era de difícil digestão para os metaleiros mais simples nos trabalhos anteriores, acaba de se tornar definitivamente inacessível para quem não tolera muitas alternâncias e suntuosidades (sim, eu sei, o Blind foi além depois disso). Para mim, essas características tornam esse disco uma estranha obra prima, de belas melodias criadas sobre caóticas e inconstantes linhas de base, com os sincretismos e experimentalismo pipocando por toda parte a todo momento.

Se essa peculiar assinatura de IFTOS não permite que o disco escale até o topo da discografia do grupo, ele pelo menos gera os momentos mais 'mindblowing' de toda carreira dos caras, como por exemplo: A introdução transcendente de "And the Story Ends" quando entram os harmoniosos vocais de Hansi em coro e quando eles retornam a cada refrão, os memoráveis 20 últimos segundos de "Another Holy War" (de onde os caras tiraram essa parada???), a introdução atmosférica de "Script for my Requiem" (o refrão também é épico), ou ainda os primeiros arrepiantes acordes das guitarras de "Mordred's Song" (PULTAquipariu véi). Mas acalme-se seu cérebro realmente vai explodir durante o bridge após o longo solo de guitarra em "Bright Eyes" (eu e Treebeard chegamos à conclusão determinada vez que este é o melhor riff de guitarra de todos os tempos).    

Dá pra concluir que as duas melhores músicas já escritas pela banda germânica também saíram desse álbum: "Bright Eyes" e "Past and Future Secrets".

Fica como ponto negativo apenas o nível extrapolado de progressão e imersão do trabalho, que exige como requisito você conhecer bem o som dos caras e já ser fã graduado do Blind Guardian. Afinal, eu como todas as pessoas normais, tive que escutar muito outros discos dos caras e do gênero pra chegar nesse aqui com certo nível de discernimento de qualidade para esse tipo de som mega-evoluído (diferente do Trooper).

Nota \m/\m/\m/\m/ ou 8,9.
      



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Grave Digger - The Grave Digger

O álbum The Grave Digger lançado pela banda Grave Digger em 2001, foi escolhido por Phantom Lord para avaliação.


Phantom Lord
Trago-vos o álbum que abandona a sequência de trabalhos "temáticos-históricos" dos coveiros: The Grave Digger. 
Grave Digger é uma das bandas jogadas no vale do "Power Metal" que não tem vocais melódicos, nem trechos de músicas saltitantes e felizes. O que em minha opinião, se não serve para desmontar a mania compulsiva de rotular os "sub gêneros" do metal, ao menos serve para dar aquela pancada que racha todo o exagero em volta destas ideias. 

Praticamente pesado do começo ao fim (com apenas uma "balada"), sem gritinhos agudos e/ou muito afinados, pois a voz de troglodita de Chris cabe muito bem neste álbum, e com ritmos que alternam entre o acelerado e o cadenciado, The Grave Digger é uma sequência de sopapos sombrios no ouvinte e uma das maiores provas do grande potencial desta banda. 
Eu ouvi outros discos do Grave Digger que não possuem a o formato "temático histórico": Heavy Metal Breakdown (1984), The Reaper (1993) e Heart of Darkness (1995)... Mas nenhum me chamou a atenção como The Grave Digger. 
The Grave Digger mostra a banda mais experiente e com uma boa produção, o que talvez seja uma boa herança da sequência Tunes of War, Knights of the Cross e Excalibur. 
Ideal para se ouvir em volumes estrondosos com ou sem biritas, este álbum poder correr um pequeno risco de parecer cansativo, mas a verdade é que ele possuí um número considerável de músicas pesadas. Destaco as faixas The Grave Digger, Scythe of Time e Spirits of the Dead. 

 Son of Evil 7,0 
The Grave Digger 8,8 
Raven 7,9 
Scythe of Time 8,5 
Spirits of the Dead 8,4 
The House 7,1 
King Pest 7,2 
Sacred Fire 7,4 
Funeral Procession 7,7 
Haunted Palace 7,7 
Silence 7,1 
Black Cat 7,1

 Enfim, The Grave Digger talvez não figure entre os favoritos dos fãs da banda, nem chame atenção de fãs dos outros pseudo gêneros de metal, mas é um grande álbum de heavy metal. 
 Sim, é Heavy metal. 
 Ou algum figura, perdido entre simbolismos e alegorias, vai me dizer que isto é "power metal"? 

Modificadores:  


 Nota Final: 7,8 


The Magician
"This is the darkest album Grave Digger has done"

Essa afirmação na sinopse inglesa da Wikpédia resume o trabalho, sem sombra de dúvidas.

Me parece, desde de que os primeiros acordes do álbum são disparados, que isso é influência direta do guitarrista Manni Schimidt, então estreante da banda. Como em diversos outros exemplos do mundo Metal, um novo guitarrista costuma injetar sangue novo no trabalho, mesmo quando esta talvez não precise exatamente disso. Muitos poderiam afirmar que se um elemento do Digger sempre foi impecável, este elemento é a linha de guitarra, portanto uma renovação nesse quesito poderia ser perigosamente arriscado para a consistência que a banda apresentava na gravação de sua trilogia da idade média.



Porém não dá pra negar o salto de peso que foi dado em "The Grave Digger", acho que consigo dizer que nunca vi trabalho tão 'sem pudor' ao distorcer uma guitarra descaradamente. Tal noção é percebida em diversos trechos do disco, mas é realmente notória no solo da faixa título, onde de maneira até engraçada o solo é simplesmente abafado pela execução da base (lembrando que o coveiro trabalha somente com um guitarrista...). 



Mas se o leitor fã da trilogia não conhece este trabalho e está receosos quanto ao resultado, digo para não se preocupar; o espírito do Digger continua nas porradarias espalhadas na obra como em "King Pest" (2:22 da música é "paudurescência") e "Spirits of Dead", aquelas pedradas de colocar a casa abaixo. Fora isso, a sintonia da banda não foi prejudicada com a modificação da interpretação guitarrística, e arrisco dizer que até é melhor de que em Excalibur (e muito, mas muito melhor mesmo do que em "The Knights of Cross") com a bateria mais intensa do que nunca e com a voz furiosa de Chris infalível como sempre.

Apesar das faixas mais intensas do disco manterem o álbum em alta tensão e rechear o material com o mais bruto e qualificado Heavy Metal germânico, o cerne da obra está nas canções mais soturnas ou melancólicas, que na minha opinião são os pontos altos da obra: "The House", "Silence" e "The Grave Digger".

Não é impressão sua que boa parte dos nomes das músicas coincidam com nomes de livros de Alan Poe, pois o disco é uma homenagem ao escritor de mistérios.

E essa foi uma ótima homenagem do Phantom aos alemães e ao verdadeiro Heavy Metal de qualidade que tentava sobreviver em meados de 2000.

Nota 8,1 ou \m/\m/\m/\m/.





The Trooper
3
Tenho que discordar do Phantom sobre a primeira linha de sua resenha, embora não seja "histórico", o álbum não deixa de ser temático, é só conferir suas letras, todas desenvolvem o tema de histórias de terror, algo entre King Diamond e Black Sabbath (muito mais King Diamond).

O trabalho desenvolvido nessa linha de histórias de terror é bom, a começar pela capa do álbum, e claro, o nome, que é o nome da própria da banda. A ambientação é boa, mas não é perfeita, e às vezes a própria melodia descamba (e aí eu já não sei se é culpa de uma ambientação forçada). 

Vou dar exemplos de melodias ousadas que podem impressionar ou descambar: a ponte de Spirits of the Dead é fantástica, e bem ousada, entretanto a banda se arrisca igualmente na ponte de Funeral Procession e o resultado é quase desastroso. O refrão lento de Raven, também quebra uma música que tinha um potencial imenso para ser pesadíssima e rápida. Diferente daquela picuinha do Magician com o Pain Killer, sobre a banda poder ter feito um refrão diferente aqui e uma ponte ali, aqui isto realmente pesa.

A ambientação de Haunted Palace também apresenta problemas com o refrão, que parece feliz, em uma música que tinha potencial para ser mais soturna (estamos falando de espíritos atormentados no palácio).

Entretanto essas pequenas falhas não impedem o álbum The Grave Digger de ser bom, a própria música Haunted Palace é boa (assim como aconteceu com Invaders do Iron Maiden), mas o álbum é bom principalmente pela trinca de músicas mais fortes dele: Scythe of Time, Spirits of the Dead e Silence. As três combinam ambientação e melodia de forma perfeita. O baixo quase contínuo de Scythe of Time é BEM LEGAL, e os caras saem viajando feito loucos no solo de guitarra lá pelos 3:30; Silence é uma puta balada, que ainda surpreende por ficar pesada no final, e Spirits of the Dead é a melhor música do álbum, que também arrisca com um bridge ousado, mas sem derrapar na pista, a ambientação é perfeita e a melodia lembra o melhor cd do Digger (sim, vc já sabe qual é, todo mundo sabe), e ela é uma pedrada nervosa na orelha ... acho que se eu ficar ouvindo muito esta faixa, a nota do álbum vai subir.

Por fim, músicas como The Grave Digger e King Pest trazem o peso necessário para um álbum do Coveiro.

Eu fiquei satisfeito em me forçar a ouvir este álbum mais uma vez, deu para lapidar algumas jóias brutas, como as três faixas que citei como as melhores. Enfim, é um álbum bom, com potencial para ter a nota aumentada conforme o número de repetições.

Nota: \m/\m/\m/\m/


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Kiske/Somerville - City of Heroes

O álbum City of Heroes lançado em 2015, um projeto pelo dueto formado por Michael Kiske e Amanda Somerville, foi escolhido por Venâncio para analise.

Faixas: "City of Heroes"; "Walk on Water"; "Rising Up"; "Salvation"; "Lights Out"; "Breaking Neptune"; "Ocean of Tears"; "Open Your Eyes"; "Last Goodbye"; "After The Night Is Over"; "Run With a Dream" e "Right Now".

Venâncio
Olá queridos seguidores, não só queridos mas também persistentes... sei que não estamos postando com regularidade ainda mais eu... pior ainda... nem fazendo resenha dos álbuns que meus distintos colegas postam ando fazendo.

Bem para esse ultimo tenho uma boa explicação...que acaba por cobrir os dois pontos citados: não sou musico, e para evitar incorrer no risco de resenhas "eu gosto/não gosto" prefiro escrever somente quando algo mais adequado ao trabalho analisado possa ser dito.

"Mas Venâncio, quando você tem algo mais adequado é m#$%a!"... Sim eu sei... mas vamos fingir que não, ok?

Quanto a obra, é caracterizada por ser um projeto de Michael Kiske (ex-Helloween, Unisonic, Place Vendome) e Amanda Somerville (Aina, HDK, Trillium)... sim, copiei da wikipedia e estou com preguiça de buscar informações em outras fontes... possui outros musicos famosos também que não são vocalistas principais, logo serão ignorados... sou um "metaleiro newage ignorante" logo só me importo com os vocais, a.k.a. mais preguiça de me debruçar sobre histórias de carreiras etc...

Vamos ao que interessa... City of Heroes é um álbum profissional, feito por profissionais... não há nada nele que me desagrade...tudo nele é bem feito...todavia ele não alcança níveis de excelência que outras obras alcançam com menos profissionalismo, e porque isso ocorre?

Creio que faltou energia, tirando a faixa titulo, nenhuma faixa faz do mar caótico de que é feito o meu pensar um porto seguro... elas vem e vão... me forçam a prestar atenção em sua passagem, mas se tornam facilmente esquecidas depois que se vão.

Mesmo assim temos alguns destaques: City of Heroes, Rising Up, Right Now

6 caracu com ovo e uma coxinha. 



Phantom Lord
Eu não conhecia este álbum com a participação de Kiske... Durante a primeira audição, City of Heroes não me despertou o interesse como o Throne of Dawn ou como o Keeper 2 e o Dark Ride do Helloween e eu quase desisti de fazer a resenha, classificando o álbum como inútil. Mas após algumas audições lembrei-me que ainda não passara um álbum precisamente deste "tipo" aqui no blog. Quero dizer... Até já passou power metal, e uns "metais modernosos", mas este trabalho parece ser um power metal da "nova" geração oriunda deste gênero, que acabou super produzida e descambando para o lado do pop rock. Talvez pareça uma versão mais suave do Masterplan... 

Alguns pontos fracos do disco City of Heroes são solos punheteiros fora de contexto e teclados bem nítidos e repetitivos que beiram o irritante lembrando as cacas pós modernas (Crimsom Shadows e Battle Beast) postadas pelo Mercante aqui no blog. Mas se comparado ao Kings Among Men - Crimsom Shadows ou ao Unholy Metal - Battle Beast, eu (quase) acredito que este projeto de Kiske / Somerville tentou se manter mais próximo do "metal". Imagino que o City of Heroes seja um trabalho "ganha pão" de músicos já experientes com muitos contatos no meio musical (as mesmas condições do Order of the Black do Black Label Society?) 

Sabe... é muito bizarro e deprimente ouvir trechos que te lembram Show da Xuxa nas músicas Walk on Water e Lights Out... Sério que esse povo acha isso bacana? Essa batida idiota com um sons bregas de teclado sobrepostos com vozes limpinhas? Quem faz essas merdas são os próprios músicos ou um bosta de um produtor demente? 

 City of Heroes 7,6 
Walk on Water 5,8 
Rising Up 6,3 
Salvation 6,7 
Lights Out 6,0 
Breaking Neptume 7,1 
Ocean of Tears 6,0 
Open Your Eyes 6,9 
Last Goodbye 7,1 
After the Night is Over 6,3 
Run With a Dream 6,7 
Right Now 6,1

Enfim... Um longo álbum com vocalistas afinadíssimos e músicas com sobrecargas de meiguisses e breguisses. Nada contra faixas "meigas ou bregas". O problema é o EXCESSO delas. 

 Nota Final: \m/ \m/ \m/ (6,5)


The Trooper
3
City of Heroes é o segundo álbum do dueto Kiske/Sommerville (o primeiro álbum é homônimo à "banda"), sinal que o projeto foi considerado um sucesso por alguém. Vou comentar apenas sobre o álbum em questão, já que não ouvi o primeiro.

O álbum abre com a faixa-título e causa boa impressão, parece que vem heavy metal bom por aí, mas Walk on Water já quebra seu barato com uma pegada totalmente Within Temptation.

E daí em diante você tem que se conformar... este não é um álbum de heavy metal, é algo entre pop rock e hard rock ... e o tecladinho infernal consegue estragar todo o restante do trabalho. Claro, se você gosta de pop rock, ou teclado, eu recomendo este álbum fortemente, você ainda poderá se regozijar com os vocais ultra perfeitos da dupla.

Eu desisti de ler as letras na terceira ou quarta faixa, elas simplesmente não valem a pena. Se você gosta desse tipo de letra, vá namorar ou ler um livro de auto-ajuda, e talvez ouvir este álbum enquanto faz essas coisas.

Recomendação: Durma 9 horas diárias por uma semana antes de ouvir este álbum (ainda assim eu não garanto que você ficará acordado).

Resumindo: é um álbum comercial, coloque dois vocalistas bons (se uma delas for bonita, melhor ainda), alguns instrumentistas competentes, e faça composições 'meh' e letras 'blargh' (pode colocar uma 'distorçãozinha' na guitarra, é 'passável'), e tcharã! Dimdim no bolso!

P.S.: Vou tentar ouvir esse Trillium, eu realmente queria ouvir a moça cantando metal, ela tem uma voz bonita.

P.P.S.: O teclado não chega a estragar o resto do álbum inteiro, Last Goodbye, por exemplo, parece ser um rockzinho decente (até lembrou alguma outra música de alguma banda que eu não me lembro), mas meu saco já estava estourado.

Nota: \m/\m/\m/


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

RAM - SVBVERSVM



O álbum Svbversvm lançado pela banda RAM em 2015, foi escolhido por Hellraiser para análise.







01. Return of the Iron Tyrant
02. Eyes of the Night
03. The Usurper
04. Enslaver
05. Holy Death
06. Terminus
07. The Omega Device
08. Forbidden Zone
09. Temples of Void
10. Svbversvm




















The Trooper
3
O metalcólatra que criou esta postagem está por aí viajando e enchendo a cara neste belo dia 31 de dezembro e eu duvido muito que sua resenha saia ainda em 2016.

Resta por tanto aos metalcólatras que não tem vida e que passarão o reveillon ouvindo heavy metal sem cachaça, resenharem este álbum. Obviamente, eu sou um desses metalcólatras. Farei então minha resenha superficial para encher linguiça, resenhas superficiais são, por fim, minha especialidade, e eu tenho muito orgulho delas.

Pois bem, vamos lá ... Svbversvm me surpreendeu positivamente, quando eu vejo uma capa com chifres de bode, caveiras, cabeças de porco num espeto, etc ... já fico alerta, esperando algum tipo de metal gorfo from hell (mesmo que o Hellraiser não pareça gostar desse tipo de música, o alerta foi ligado).

Mas Svbversvm é um trabalho sólido, sério, bem executado. É, como o esperado, bem pesado, mas as viagens que lembram satanismo estão bem limitadas (a interpretação mais estranha do vocalista está na faixa título), sobre as letras aliás, algumas são até bacanas (futuros distópicos em The Omega Device e Forbidden Zone, por exemplo).

O trabalho instrumental é bem construído, algumas pequenas viagens em paradas e inversões, mas nada que comprometa. O vocalista cumpre seu papel de maneira satisfatória, e a produção é muito boa. As faixas instrumentais não me impressionaram, e a última faixa é um pouco exótica demais para o meu gosto, mas o restante do álbum traz heavy metal de qualidade acima da média.

O RAM está em algum lugar sombrio entre Judas Priest e Black Sabbath que não sei especificar, mas é uma boa pedida de ao menos se conhecer. Você pode gostar bastante.

Destaque para The Omega Device.
Nota: \m/\m/\m/\m/


Hellraiser
3Óia nóis aqui outra vez ! 

Um ótimo 2017 a todos metalcólatras, e a todos que acessam o blog, e que esse ano, seja mais METAL que todos os anos anteriores. 

Bom, vamos lá..... 

Vamos escrever sobre o disco que, eu mesmo, trouxe ao blog. 

O, até então, último trabalho dos suecos do RAM, lançado em 2015. 

Antes de falar sobre o álbum em si, deixo claro que, essa é uma das minhas bandas preferidas do novo movimento intitulado NWOTHM (New Wave of Tradicional Heavy Metal). 

Deixo claro aqui, que concordo com meu amigo Trooper, onde também noto grandes influências de Judas Priest e Black Sabbath no som da banda. 

Considero o RAM, uma das grandes revelações do Metal atual, tendo à frente de uma banda pesada e certeira, um vocalista muito competente, e quatro discos excelentes. 

O disco em si, passeia muito por sons mais rápidos e outros mais cadenciados, começando com ``Return of the Iron Tyrant`` que já abre o disco numa bela paulada, pra cair num som que segue a mesma linha como ``Eyes of the Night``, e logo em seguida, um som mais cadenciado em ``The Usurper``. 

Já deu pra se ligar no naipe da bagaça né ?? 

´´Enslaver´´ tem uma levada mais rápida novamente. 

Aí temos ´´Holy Death``que tem uma levada bem legal, e alterna uma base mais branda, com momentos mais pesados.... 

Como de praxe, temos alguns efeitos sonoros, usando sintetizadores, trazendo um clima meio obscuro e até mesmo meio futurista para o disco, em ´´Terminus``, ....isso já se tornou uma constante nos discos do RAM. 

E a faixa já emenda direto com a excelente ´´The Omega Device``. 
Os riffs de guitarra são extremamente competentes, soando pesados e perfeitos. 
Acho o ponto alto do disco, e nessa faixa eles estão em alta ! 

´´Forbidden Zone`` é mais uma faixa mais acelerada e que não deixa a peteca cair. 
Tem uma excelente mudança de andamento, um riff excelente e um solo maravilhoso. 

Aí temos a maravilhosa, extraordinária e excelentíssima faixa instrumental ´´Temples of Void``. 
Faixa com diversas mudanças de andamento, efeitos, etc..... Sensacional !!! 

E o disco fecha em grande estilo com a faixa título, outro som mais rápido. 

Bom, resenha feita meio ``as pressas´´, pois já esta tarde, já estou atrasado, e já nem sei o que estou escrevendo, rsrs, .....mas, tomara que gostem, ..pois esse disco, já se tornou um dos meus preferidos da banda. 

Banda pesada, certeira, direta, com excelentes riffs, ótimos solos e com um vocalista totalmente competente. Uma grande promessa da nova geração ! 

Nota 8,00 

Phantom Lord
Eu não conhecia o trabalho do RAM. Pelo que parece neste álbum, a banda executa um heavy metal tradicional típico dos anos 80. Para quem gosta do estilo musical (como eu) Subversum começa muito bem, mostrando grande potencial, mas acaba caindo em alguns momentos não tão criativos no quesito sonoridade. Até aí, nada demais, faz parte dos gêneros musicais surrados como mencionei em X resenhas... Outro pequeno problema é que em alguns trechos de músicas existem mudanças bruscas de ritmo, mas ainda bem que isto ocorre poucas vezes neste álbum.

Parece que muita gente notou semelhanças com o Judas Priest, mas a verdade é que os caras do Ram devem ter mais influências. Ao menos eu notei um pouco de tudo: do Black Sabbath, passando pelo Maiden até pitadas de Merciful Fate. 
De qualquer maneria o álbum não parece plágio de coisa alguma e tem seus destaques... Ou melhor... Não tem pontos fracos. 

Return of the Iron Tyrant 7,7 
Eyes of the Night 7,5 
The Usurper 7,3 
Enslaver 7,7 
Holy Death 7 
Terminus/The Omega Device 7 
Forbidden Zone 7 
Temples of Void 7,1 
Svbversvm 7,4 

 Recomendo ouvir Subversum num volume alto, principalmente as duas primeiras faixas. Mesmo porque "música" para se ouvir em volume baixo é pop, mpb, Alpha FM e enfim, todas aquelas cacas jogáveis na categoria-zumbi de "som ambiente" ou "música de ambiente de trabalho". 

 Modificadores:



 Nota Final: \m/ \m/ \m/ (7,5) 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Rainbow - Long Live Rock n`Roll

O álbum Long Live Rock n`Roll lançado pela banda Rainbow em 1979, foi escolhido por Phantom Lord para análise.



  Phantom Lord
Seguindo o "espírito" de não deixar o blog "morrer", trago-vos esta velharia do rock: Long Live Rock n`Roll do extinto Rainbow. 
Vasculhei discos com Dio no vocal anteriores à sua entrada no Black Sabbath, mas não encontrei nada que eu considerasse próximo de uma obra prima. Long Live Rock n Roll é o disco com mais músicas marcantes da carreira "pré-sabbáthica" do baixinho. 
 A faixa título, Kill the King e Gates of Babylon são músicas espetaculares... e o restante do álbum alterna entre "legalzinho" e entediante. Os pontos mais fracos ficam por conta de The Shed e Rainbow Eyes, que em minha opinião, são as músicas menos atraentes, mas estão só um pouco "abaixo da média" e não chegam a ser horríveis. 
 Ronald James Padavona já cantava muito bem e o "líder" da banda, Blackmore, dispensa apresentações: Quando queria, fazia músicas inovadoras e marcantes e quando não queria... parecia fazer o gosto dos produtores. 
Enfim, como diz o próprio nome do álbum (Long Live Rock n`Roll), não é "metal", mas vale para conhecer um pouco das origens deste estilo musical. Meu destaque vai para pedrada na zoreba Kill the King, uma daquelas músicas que faz a gente se perguntar se alguém na banda não viajou no tempo para adquirir tamanha inspiração ainda nos anos 70... 

 Long Live Rock N Roll 8,7 
Lady of the Lake 7,6 
L.A. Connection 7,1 
Gates of Babylon 9,0 
Kill the King 9,1 
The Shed (Subtle) 6,9 
Sensitive to Light 7,3 
Rainbow Eyes 6,2 

 Obs.: Achei que a nota ficaria menor... 

 Nota Final: \m/ \m/ \m/ (7,7)

Hellraiser
3Taí !

Um excelente álbum no blog, de uma mega banda clássica. 


Banda essa, que foi o trampolim definitivo para apresentar ao mundo, os dotes vocais do mestre Ronnie James Dio. 
Serviu também para mostrar que Richie Blackmore ainda tinha muita lenha pra queimar, mesmo fora do Deep Purple, e ainda, apresentando também, o excelente Cozy Powell, que até então, não havia aparecido tão bem na mídia ainda. 

Falando sobre o disco, esse é o último da excelente trinca com o mestre Dio, que viria a sair logo após este disco. 

Porém, particularmente, mesmo contendo os mega clássicos ´´Kill the King´´, que já era tocada nos shows, antes mesmo de aparecer no disco, e a excelente e viciante faixa-título, eu acho o mais fraco (leia-se : menos fudido) que seus dois antecessores. 
Mas isso em nada desabona a bolacha. 

Mostra uma banda, em excelente sintonia, com nomes de peso, praticando o mais puro e perfeito Rock´n´Roll da época. 

O trio em questão, executa com maestria suas funções do começo ao fim do álbum. 

Outra faixa que merece atenção é a ´´Gates of Babylon``que é um verdadeiro primor. 

Não há muito o que se falar sobre o trabalho, apenas curtir uma verdadeira obra, feita por mestres, lá no longínquo ano de 1978.

´´Long Live Rock´n´Roll`` 


Nota 7,9

The Magician
"Clássico é clássico, e vice-versa."

Por causa disso não dá para compará-lo com obras mais recentes, as quais extraíram uma série de referências e ideias dessa época clássica aqui (70's), do verdadeiro nascimento do rock pesado escrito sobre as pautas blueseiras de heróis dos anos 50 e 60. Isso já foi dito e repetido nesse blog, por mim e pelos demais, e serve como uma espécie de introdução para explicar que antes de qualquer coisa, o trabalho é escutado "de outra forma" para a transcrição da resenha.

Podemos no entanto, levá-lo à baliza dos trabalhos daquela mesma época, e daí já posso tirar a primeira impressão; Blackmore sempre foi um músico que prezou pelos sons orgânicos no conjunto total que prensava. Seus modos de amplificação eram até certo ponto conservadores nessa ocasião, com bastante fidelidade ao que o projeto de cordas/captação podia entregar sem uso de poderosos sintetizadores, visto que um ano depois em 1979 Van Halen explodira o mundo do rock com suas distorções elétricas furiosas. Não à toa, R. Blackmore continuou sua carreira nos anos posteriores ao Rainbow sob a classificação de música 'folk'.

Mas se por um lado o bruxo Blackmore flertava com o blues dançante e vintage (L.A Connection é um bom exemplo para percebermos essa vertente) que nos remete ao estilo já consagrado pelo Deep Purple no início dos anos 70, por outro lado suas composições nunca conseguiram se limitar aos compassos acessíveis que as rádios populares da época procuravam. Provavelmente seu subconsciente condicionado à erudição de seus estudos evocavam, quase que como magia, linhas e fraseados mais do que sombrios que produziam músicas que destoavam não só do contexto do disco, mas sim do próprio movimento rockeiro daquela geração. Nesse sentido, a maravilhosa obra-prima progressiva "Gates of Babylon" sintetiza o que escrevi nesse parágrafo.

Converge com essa essência soturna a própria voz poderosa de Dio, que mesmo bastante desenvolta, revela timidez e morosidade ao embalar as canções mais pops do disco (para esse tipo de som não tem como: I. Gillan era o mestre); já quando convidado a interpretar musicas menos 'swingadas' e mais pesadas, diretas e apoteóticas (como 'Gates of Babylon' e 'Kill The King') é um espetáculo à parte. Suas expressões revoltosas e melancólicas impressas nessa fita, para mim, foram "a última prova" que Iommi precisava para recrutar o baixinho americano no seu Black Sabbath. 

Sobre Cozy não há o que dizer, foi cirúrgico; e sobre o baixo (na maior parte gravado por Blackmore) gostei bastante do que Bob Daisley fez em KtK  e GoB.

Além do bom rock/blues desenvolvido durante todo álbum, são destaques os três épicos referenciais para o Heavy Metal: "Long Live...", "Gates.." e "Kill The King", especial menção à essa última onde em uma rara brecha de Blackmore, Dio pode mostrar tudo que sabe e pode fazer ao microfone.

Nota 7,6 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: Pra ninar, use a faixa "Rainbow Eyes".


The Trooper
3
A primeira coisa que é possível notar no começo do álbum é a assinatura inconfundível do Deep Purple, não tem jeito, Blackmore era o core daquela banda, e portanto a alma do Rainbow vem do Deep Purple.

Long Live Rock n' Roll então, obviamente, lembra Purple, mas ela se tornou um hino do rock n' roll, e por tabela, do heavy metal. Não é a melhor faixa do álbum, mas com certeza é um dos pontos mais altos do trabalho.

Então temos Lady of the Lake, outra música de rock n' roll na pegada Purple, alguns citam que neste álbum está o núcleo do power metal, talvez por letras como a desta faixa e a de Kill the King, mas eu discordo, se a pedra fundamental do heavy metal está aqui, então ela está em Gates of Babylon, que iremos analisar mais a frente.

L.A. Connection é a música mais fraca do álbum porque é um rock n' roll nos moldes da época, não é ruim, mas não possui nada de genial. A pegada é bem bacana até.

Gates of Babylon é a verdadeira obra-prima do álbum, ela é a nota 10 do trabalho, uma sonoridade que dá uma ambientação fantástica de oriente médio, com complexidade alta e uma dose cavalar de criatividade, somada aos vocais fantásticos de Dio (seu ponto alto no álbum) e que dá mostras de uma gênese de power metal.

Kill the King é o segundo ponto mais alto do álbum, provavelmente o outro 10 do trabalho, uma música na pegada Purple, pesada e rápida, com outra performance fantástica dos vocais de Dio.

The Shed e Sensitive to Light (a faixa com letra de pegação do álbum) são duas faixas de rock n' roll de nível instrumental próximo ao de Lady of the Lake, e Rainbow Eyes fecha o álbum com uma balada bonita, mas nada além disso.

Enfim, Long Live Rock n' Roll é um álbum clássico do rock, com mudas crescentes de heavy metal, está no âmago da gênese do gênero. É imprescindível conhecer músicas como Kill the King, e principalmente, Gates of Babylon, o restante do álbum é pra quem gosta de rock.


Nota: \m/\m/\m/\m/


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Viper - Theatre of Fate

O álbum Theatre of Fate, lançado pelo Viper em 1989, foi escolhido por The Trooper para análise.


Faixas: 01- Illusions; 02-At Least A Chance; 03-To Live Again; 04-A Cry From the Edge; 05-Living For the Night; 06-Prelude to Oblivion; 07-Theatre of Fate; 08-Moonlight.




The Trooper
3
Mais uma vez na minha função de morto-vivo, aguardando até o último dia do mês para rastejar até aqui e jogar um pouquinho mais da poção de lich na boca do moribundo blog, posto Viper.

Por que Viper? Porque o caos assim quis ...

Dá pra rotular Viper? Neste álbum pelo menos, é um pouco difícil pra mim. Parece um heavy metal cru, principalmente por causa da produção, mas também lembra speed metal, e tem um toque de prog ... enfim, é metal e foda-se.

O segundo trabalho dos brazucas é bem bacana na minha opinião, os instrumentistas no geral me agradaram, com destaque para os guitarristas, com ênfase nos solos, a parte mais legal do cd. O vocalista não é necessário apresentar, embora não estivesse no pico, não tenho críticas a fazer, André mandou muito bem aqui também.

Acho que o Angra teve uma influência razoável do Viper, teve até uma passagem de baixo do Pit Passarelli que me lembrou Angra. E o Viper também deve ter recebido uma pequena influência de Helloween.

Enfim, o álbum tem uma intro legal, emenda com um recheio de heavy metal e termina com uma balada poderosa. Este trabalho é mais do que recomendado (uma pena que a produção não transforma o potencial do que isso tinha para ser uma monstruosidade em realidade).

Destaque para o álbum inteiro (tudo bem vai, tem poucas faixas, é quase um meio-álbum).

Nota: \m/\m/\m/\m/


Phantom Lord
Mais um álbum de grande importância no heavy metal que demorou para surgir aqui no blog dos Metalcólatras. Dois álbuns do Angra lançados nos anos 90 passaram aqui pelo blog dentro de um período de 5 anos.... Mas... De onde surgiu tal banda? O que fazem? Para onde foram? 
Bom... Praticamente todo metalhead sabe que o Angra é uma banda brasileira consideravelmente famosa, que incomoda quem não gosta dos gêneros mais melódicos do metal e também incomoda troozões, por causa da maneira como foi formada. Enfim, sem Viper, não haveria Angra, não haveria nome significante do "metal melô" brasileiro e talvez não haveriam os clássicos haters troozões do metal brazuca. 

Conheci a banda Viper há uns 17 anos, quando Magician me apresentou um "disco duplo" que continha os álbuns Soldiers of Sunrise e Theatre of Fate... Talvez eu tenha escutado algo desta banda antes de ouvir o(s) cd(s) do Magician, mas não me lembro com precisão... 

Theatre of Fate apresenta uma grande evolução em relação ao debut do Viper (Soldiers of Sunrise): Um trabalho instrumental super criativo e virtuoso apesar da produção ainda simplória (a bateria parece rudimentar em vários trechos mas as guitarras destruidoras compensam) , e vocais... bom o André Mattos estava com suas cordas vocais intactas imagino... O cara mandava MUITO bem. Theatre of Fate não tem faixas ruins e possuí uma quadra de obras-primas: At Least a Chance/ To Live Again / A Cry From the Edge / Living for the Night (esta última, pode não ser a melhor, mas é a mais emblemática). 

 Illusions / At Least a Chance 8,0 
 To Live Again 8,4
 A Cry From the Edge 8,7
 Living for the Night 8,3
 Prelude to Oblivion 7,1
 Theatre of Fate 7,1
 Moonlight 6,5

 Nota Final: 7,7 

Obs.: A resenha estava pronta porque além de eu já ter escutado este disco zilhões de vezes, eu tinha cogitado postar este álbum antes do Sirens (Savatage).

The Magician
Disco clássico no blog.

Mas além de sua representatividade e importância que nos remete ao período oitentista em que o Metal no Brasil (e no mundo) ainda era uma promessa real, o que me impressiona é mesmo sua qualidade.

Sob um certo aspecto, Theatre of Fate denota certo nível de amadorismo, no sentido que era realmente uma molecada que tocava na banda (o caçula André, tinha então apenas 18 anos) e que a parte lírica tinha - a despeito da sua proposta dramática - certos prosaísmos que soam estranhos à sonoridade geral ("I'm fucking tired of this fucking life"). Contudo, o material final compilado extrapola as expectativas do que seria uma banda de Power/Speed Metal naquela época no Brasil. Na verdade, se em 1987 você dissesse a qualquer um aqui que era membro de uma banda de power metal, 99,99999% das pessoas te indicariam o caminho do Charcô.

Mas os moleques realmente chamavam a atenção do nicho Metaleiro na época, e pode-se dizer que esse segundo álbum da banda foi bastante pretensioso. Foi produzido na Inglaterra por Roy Rowland que na época trabalhava com o Testament, foi divulgado e apoiado pela Rock Brigade, e acabou nos destaques das páginas de revistas como a japonesa Burrn! e a britânica Metal Hammer. As portas se abriram, não só para a banda, mas sim para o gênero.

Só que o Viper, não aproveitou essa janela de oportunidade e acabou "regredindo" para um estilo mais simples e mais direto, que tinha mais a ver com seu primeiro disco. Para quem já viu ou escutou Pit Passarel ao vivo, essa decisão não vai parecer estranha; aliás um disco rebuscado como "Theatre of Fate" é que parece não fazer sentido para a pegada e o estilo meio punk do líder da banda, que monopolizava as composições do Viper.

Bom, sobre a parte musical do trabalho, acredito ser muito boa, principalmente em se tratando de uma banda precoce como o Viper na era ocasião. Os arranjos de guitarra e os vocais de grande extensão são os óbvios protagonistas, ainda que o compositor era o baixista PP. É legal perceber que Matos não estava no seu auge de técnica, mas que usava o Viper como uma espécie de laboratório para seus projetos posteriores, e podemos dizer que muita coisa boa saiu daqui desses "testes". Inclusive é impossível não perceber as influências de Viper em todas ramificações do Prog Metal brasileiro, nesse sentido, esse disco especificamente foi a célula tronco desse gênero nacional.

Para resumir o disco na parte técnica, digo que o principal do CD está nas 4 primeiras faixas, onde a banda - e principalmente Yves/Machado, os dois guitarras - criou 4 épicos do Power Metal nacional, com menção especial para "A Cry From The Edge" e "Living for the Night" (ao vivo essa parada arrepia). Na segunda parte a imersão no Speed Metal é muito clara, com as arrastadas faixa-título e "Prelude to Oblivion" que apresentam o verdadeiro potencial dos agudinhos de André Matos. Diga-se de passagem que embora o estilo era sim Power/Speed, a crueza do álbum o deixa mais interessante do que uma sonolenta viagem progressiva.

Disco de coleção, inesquecível e obrigatório. O que fica após inúmeras audições desse clássico é aquela velha impressão que coisas boas assim não serão mais realizadas por essas bandas.   

Nota.7,9 ou \m/\m/\m/\m/.


Hellraiser
3Taí... 
Uma grande e merecida lembrança, ao que eu acho, um dos melhores e mais importantes discos de Heavy Metal feitos em terras tupiniquins. 

Neste trabalho, mesmo ainda não atingindo seu pico de qualidade, André Mattos já mostrava seus dotes vocais, dotes esses, que o faria se firmar como um dos melhores vocalistas brasileiros de sua época. 

Um disco maravilhoso, melódico, (não meloso), e com o devido peso. 

Musicas bem trabalhadas, de alto nível. 

O que peca apenas neste trabalho, é a produção, que mesmo pra época, ainda deixa um pouco a desejar. 

O disco mostra uma total evolução se comparado ao disco de estreia da banda, o instrumental é excelente, e um dos pontos altos, e o trabalho de guitarras chega quase a beirar a perfeição. 

Até os tecladinhos ( que todos já sabem que não gosto ) não chegam a incomodar. 

A dobradinha ´´A Cry from the Edge`` e ``Living for the Night`` são excepcionais, e não perdem pra outros sons de bandas gringas. 

Outro ponto que poderia ser melhor, é a duração do trabalho, bem curto, o que proporciona ao ouvinte aquela sensação de ´´quero mais´´. ( E poderia ter ). 

É claro que o Viper tem em seu currículo, a influência direta sobre a aparição e criação de diversas outras bandas brazucas na linha do (ainda fresco) Power Metal. 

Enfim, ...um álbum de Heavy Metal brazuca, com qualidade gringa, que tem seu devido merecimento, e figura como um dos melhores a mais importantes discos de nosso acervo metálico. 

PS.: Como no Brasil, nunca, nem tudo são rosas, eu, particularmente, achei desnecessária a tal baladinha. ( coisas de André Mattos ). 

Nota 7,7