sexta-feira, 25 de julho de 2014

Judas Priest - Redeemer of Souls

O álbum Redeemer of Souls, lançado pelo Judas Priest em 2014, foi escolhido por The Trooper para análise.


Faixas: CD1 - 01) Dragonaut; 02) Redeemer of Souls; 03) Halls of Valhalla; 04) Sword of Damocles; 05) March of The Damned; 06) Down In Flames; 07) Hell & Back; 08) Cold Blooded; 09) Metalizer; 10) Crossfire; 11) Secrets of The Dead; 12) Battle Cry; 13) Beginning of The End. CD2 - 01) Snakebite; 02) Tears of Blood; 03) Creatures; 04) Bring It On; 05) Never Forget.


The Trooper
3Para ser sincero, eu não gostei nem um pouquinho do álbum Nostradamus. Tudo bem, os caras quiseram viajar, e teve gente que gostou e tal, mas ainda bem que a banda tem o bom senso de voltar as raízes de tempos em tempos. Este é o caso de Redeemer of Souls, o álbum não tem aquela pegada de destruição contínua do Painkiller, ele começa arrebentando e vai mudando o estilo durante o percurso, March of the Damned, por exemplo, me lembrou Ozzy. Talvez esse estilo mais diversificado tenha algo a ver com K.K. Downing ter dado no pé e Richie Falkner ter entrado no seu lugar, quem sabe? O fato é que é um trabalho de heavy metal muito bom, o Judas sabe manter a pegada quando quer, e provou isso inúmeras vezes. Ainda bem, quando esses caras partirem pros planos externos eu ficarei bem apreensivo com o destino do heavy metal aqui no plano material primário.
Destaque para Dragonaut, Halls of Valhalla e Battle Cry.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Crossfire não saiu do Load  O.o
P.P.S.: A overdose de Judas no blog não foi proposital ... aconteceu.

Metal Mercante

Judas Priest…pela n-ésima vez no Blog…


Para mim Judas tem uma maldição chamada Painkiller…Paikiller colocou as expectativas sobre qualquer álbum da banda tão altas, mas tão altas que não tem como escutar Judas sem se decepcionar…Ao escrever essa resenha faço um enorme esforço de não pensar em Painkiller, mas só nesse parágrafo já mencionei o álbum 3x…

Da mesma forma que o Nostradamus, o Judas faz um competentíssimo trabalho nesse álbum dando aos fãs “mais do mesmo” e convenhamos, se você é fã de metal a muito tempo “mais do mesmo” é uma coisa boa, não é?

Vamos pegar a música “Halls of Valhalla” (minha preferida do álbum) como exemplo, ela é o maior exemplo de tudo de bom e ruim que o Judas tem hoje, de bom porque temos uma estrutura simples, um refrão super grudento e Valhalla que é épico por si só, mas de ruim porque é a mesma merda que o Judas vem fazendo ano após ano e álbum após álbum, a letra da música é tão simples que dava para levar na aula de inglês da minha sobrinha e as convenções….aaaahhh as convenções…tenho certeza que já ouvi trocentas composições iguais, sobre o mesmo tema e sobre a porra dos “Halls do Valhalla” e os Vikings remando pra algum lugar…haja saco! (isso sem considerar o gritinho clichê no começo da música que o Led já havia feito a uns 40 anos atrás!!!)

Resumindo…é um álbum bacana que já ouvi em outro lugar

Nota 6,5

Phantom Lord
Poderia ser qualquer uma das 7.544.932 bandas do planeta, mas Trooper escolheu Judas de Novo. Tudo bem... Vamos falar do álbum Redeemer of Souls então... 

Apesar de parecer que Rob Halford está cansado e/ou com a voz desgastada em alguns momentos do álbum, as músicas são bem trabalhadas e combinam (um pouco de) inovação e "tradição" numa dose que me agradou. O problema do vocal é um pormenor esperado, pois nenhum vocalista de rock/metal que canta desde os anos 70 poderia manter o mesmo alcance/amplitude grave-agudo por tanto tempo... 

O estilo predominante neste disco é o heavy metal tradicional, como era de se esperar, mas às vezes pode-se notar uma pitada do rock que o Judas fazia entre 1980 e 1984. Talvez um dos poucos problemas do álbum seja o elevado número de faixas que não combina muito com "tradição". (Isso explica porque tenho dificuldades de ouvir alguns álbuns inteiros de bandas como AC DC) 

Como de costume, não incluirei as faixas-bônus na avaliação (apesar de serem boas). 

Dragonaut 7,1; 
 Redeemer of Souls 7,7; 
 Halls of Valhalla 7,5; 
 Sword of Damocles 7,0; 
 March of The Damned 7,3; 
 Never Forget 6,5; 
Down In Flames 7,3; 
 Hell & Back 7,4; 
 Cold Blooded 7,1; 
 Metalizer 6,7; 
 Crossfire 7,0; 
 Secrets of The Dead 7,2; 
 Battle Cry 7,6; 
 Beginning of The End 7,1 

 Nota Final: 7,2

Hellraiser
3 Muita expectativa foi criada em cima deste lançamento pois muitos esperavam uma certa volta as raízes, já que o Judas vinha do fiasco de Nostradamus. E sim, o álbum é muito melhor que seu antecessor, o que não é nenhuma tarefa difícil, porém para mim soa apenas como um bom álbum, ele não é ruim, mas poderiam ter vindo com mais vontade! 
Claro que os tempos são outros, a banda já pode mostrar traços de cansaço, a voz do Metal God já não é a mesma, mas o trabalho não chega a empolgar tanto, ( diferente de outras bandas antigas que ainda estão lançando ótimos trabalhos ) e esta longe de se tornar outro clássico! 
A dupla Faulkner e Tipton esta super afiada, e provam isso no disco, porem senti falta da agressividade, técnica, agilidade e braçadas do ótimo baterista Scott Travis, dono daquela intro animal da Painkiller, nesse disco ele pouco apareceu ! O álbum até que começa bem, ao estilo Heavy Metal do Judas com a Dragonaut, em seguida a faixa titulo já da uma desacelerada porém ainda segura a peteca, temos a épica Halls of Valhalla e Sword of Democles, essa ultima mais cadenciada, mas as duas se assemelham um pouco em sua sonoridade. March of the Damned e Down in Flames são músicas pra grudar facilmente na mente do ouvinte, e sempre se fazem necessárias em discos longos ! Aí temos uma sequência que mais me agradou com Hell & Back, as palhetadas de Metalizer, a blues Crossfire e a Secrets of the Dead que é mais cadenciada, ainda entre essas temos a Cold Blooded e a Battle Cry que não me chamaram nenhuma atenção, e por fim a baladinha totalmente dispensável Beginning of the End. 
Bom, é isso ai, para mim um disco de se escutar de vez em quando, e um ótimo disco praquele fã incondicional de Judas Priest! 
Nota 6,7

The Magician
O Judas traz mais um disco sólido de Heavy Metal raiz para nossa coleção, repleto de passagens que podem ser consideradas flashbacks de sua carreira pós Painkiller.

As músicas foram criadas dentro daquela área de segurança em que o Judas é especialista, ou seja, um repertório cheio de clichês metalísticos e guitarras densas como massa de reboque. Essa definição da "personalidade pragmática" do álbum deve ter dado certo conforto ao novo guitarrista que pôde compor dentro de uma linha musical bem delineada pelos demais membros. Mas no fim das contas acaba deixando uma leve sensação de auto-limitação da banda, que aparenta às vezes, perder a oportunidade de trabalhar um pouco mais nos detalhes dos sons. 

Contudo, mesmo notando que a banda não procurou inovar muito, arriscaria dizer que o DNA de Falkner pode ser escutado em riffs mais melódicos do álbum, como nas partes protagonizada pela rhythm guitar em "March of Damned" e "Sword of Damocles". Caso seja essa a contribuição do novo guitarrista nesse trabalho, acredito que podemos esperar que o trabalho dele evolua ganhando espaço aos poucos, e com potencial de trazer grande contribuição para o velho Padre.

Já que falamos em riffs, não posso deixar passar batido o bridge pré-solo da faixa "Cold Blooded",(3:12 a 3:45 - na verdade, se transforma na base do solo) que pontua como o momento mais empolgante de "Redeemer of Souls", um grande contraste dentro do cenário em tons pastéis que foi construído nesse trabalho.

Fora este lapso, a exceção da linha média em que o disco atua está na faixa "Secrets of The Dead", que se inicia escondida em meio a riffs bruscos e secos que suportam o vocal arrastado de Halford, para se revelar em uma composição poderosa e surpreendente, extremamente atmosférica e cativante, carregada de energia (negativa) até seu último compasso. Porém o fato do disco conter uma grande música ainda não o leva para um status de destaque, já que o grupo escolheu preencher seu conteúdo com um número excessivo de faixas - considerando os dois CD's.

Fora os pontos supracitados, colocaria um ponto de atenção para a faixa "Beginning Of The End" que fatalmente vai nos trazer a memória do Sabbath, e consequentemente a lembrança de quem sempre mandará nessas terras do Heavy Metal Clássico básico e direto.

O ponto baixo vai para a faixa "Never Forget", que embora mostre uma melodia competente, seria muito bem aceita em um disco do White Snake, mas que nesse álbum, pelas suas características sonoras acaba ficando fora de contexto.

Nota 6.9, ou \m/\m/\m/.






quinta-feira, 10 de julho de 2014

Judas Priest - Stained Class

O álbum Stained Class, lançado pelo Judas Priest em 1978, foi escolhido por Phantom Lord para análise.


Phantom Lord
Praticamente todo fã de heavy metal, deve ter uma idéia das bandas que serviram como as principais influências deste gênero musical: Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin etc... O fato é que há anos atrás, na postagem do Paranoid - Black Sabbath, Metal Mercante comentou que apesar das primeiras musicas deste estilo musical terem sido lançadas nos anos 70, os discos daquela época estavam repletos de faixas psicodélicas ou de rock n roll (básico), e isto me fez sair em busca do mais arcaico trabalho completo de heavy metal. Encontrei na própria discografia do Black Sabbath, o Master of Reality que se aproximou bastante disto, mas ainda assim tinha seus interlúdios meio-psicodélicos... Então achei o disco Heaven and Hell, da mesma banda, lançado em 1980... Porém não fiquei satisfeito, e em minha busca, vi algum texto citando um trabalho de 1978 do Judas Priest: Stained Class. 

Permaneci cético da primeira vez que li o tal texto, afinal se o British Steel que já apresentava uma produção superior que possibilitava maior distorção e peso, era relativamente leve com canções de rock n roll e pouco heavy metal, porque um disco mais velho da mesma banda seria mais pesado? Bom, a resposta mais provável é que entre 1979 e 1980 o Judas Priest estava priorizando fama e/ou grana, daí resolveram gravar discos com mais músicas "leves", vulgo comerciais. Stained Class realmente é limitado por sua produção típica dos anos 70, porém é possível notar na maioria das composições uma proposta de peso a frente de sua própria época de lançamento: Velocidade na execução dos instrumentos, virtuosidade, e "gritos melódicos" agudos e prolongados estão presentes em vários momentos do álbum. Como o Magician afirmou há alguns meses atrás, a produção é um fator importante no heavy metal, mas o quanto importante? Acredito que varie de ouvinte para ouvinte, pois a importância dos elementos da música está intimamente vinculada ao gosto musical de quem a ouve. No caso do Stained Class, em minha opinião, a produção simples da época torna o álbum um pouco cansativo a longo prazo, porém creio ser uma grande tolice não reconhecer o peso (mesmo com a"rusticidade onipresente") do trabalho como um todo. Enfim, Stained Class provavelmente é a única obra totalmente composta de heavy metal dos anos 70 e um dos meus discos favoritos desta era. 

Exciter 7,5 
White Heat, Red Hot 7,3 
Better by You, Better Than Me 7,0 
Stained Class 7,0 
Invader 6,9 
Saints in Hell 6,8 
Savage 7,0 
 Beyond the Realms of Death 7,3 
Heroes End 7,5 

 Modificadores: 

 Nota Final: 7,5

The Trooper
3Motörhead, Deep Purple, Black Sabbath, há características de todos os três em Stained Class, mas o álbum é definitivamente do Judas Priest, e ele é, definitivamente, a essência do heavy metal, puro e cru, mas trabalhado na medida certa para entrar no patamar de heavy metal. Tudo o que ouvimos aqui se encaixa no heavy metal que conhecemos hoje, embora como citei acima, possamos reconhecer traços progressivos e de rock clássico. É um trabalho sólido, inclusive nas letras (claro que, com a marca do Judas Priest), algumas delas tornam claro o porquê da existência do álbum Painkiller, este aliás, parece um aprimoramento de Stained Class.
Enfim, este é um álbum estupendo, que começa avassalador (em 1978 então...) e não deixa a peteca cair, até a suposta "balada", "Beyond The Realms of Death", sombria, é quase uma "Fade To Black". Se eu estivesse vivo em 1978 venderia minhas fraldas para comprar a bolacha!

Destaque para "Exciter", "White Heat, Red Hot" e "Better By You, Better Than Me".

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/

P.S.: Savage é a precursora (lírica) de Run to the Hills.
P.P.S.: Heroes End é uma referência genérica à mortes prematuras de grandes talentos ou o compositor tinha alguém mais específico em mente? Janis Joplin e Jimi Hendrix morreram em 1970.
P.P.P.S.: É Phantom, acho que você encontrou seu Elo Perdido.

Hellraiser
Bom vamos lá.
Eu sou muito suspeito pra falar de Judas Priest, pois pra mim é uma das principais bandas de Heavy Metal existentes e este disco foi um dos primeiros que escutei desta banda !!! O álbum é puro Heavy Metal do começo ao fim, ......ele já chega chutando tudo ( e isso era apenas 1978 ) abrindo com a paulada Exciter: ótima intro de batera e um som alucinante do começo ao fim, uma das melhores do disco, e até pouco tempo atrás sempre presente nas apresentações da banda ...... não é a toa que serviu de inspiração pra banda Canadense de Thrash/Speed - EXCITER ! Esse disco tem a famosa - Better by You, Better than Me, que além de ser a mais psicodélica do álbum, musica que chega a proporcionar uma certa viagem típica dos anos 70, ( se não me engano trata-se de um cover ) .. a musica foi até acusada de incitar o suicídio de dois jovens nos EUA !! Os sons que seguem, White Head, Red Hot, Stained Class, Invader, Saints in Hell, Savage e Heroes End mostram uma banda totalmente centrada no Heavy Metal, aquele Heavy Metal clássico, direto e cru, sem firulas, bem do final dos anos 70, que serviu de alicerce para a NWOBHM: riffs cavalgantes, refrões fortes que grudam já logo na primeira passagem do disco, os agudos de Halford ja davam sua cara, e a bela sintonia entre a dupla de guitarras de KK e Tipton !! E por último a musica que fala por si só - Beyond the Realms of Death, é a mais melódica do disco, musica que da aquela quebrada no ritmo pra vc ter tempo de pegar um comprimido pra dor de cabeça antes que o disco acabe !!! É claro que a produção da época é muito inferior ao que estamos acostumados hoje em dia, mas esse álbum foi um divisor de águas para o Judas Priest, pois dai pra frente a banda focou totalmente no Heavy Metal e se tornou um dos grandes ícones do estilo !!!
 Nota 8,5

The Magician
Mesmo antes de elaborar essa resenha fui duramente questionado por um dos membros do blog pela nota postada com antecedência no "Ranking dos CD's" aqui do Metalcólatras. Então, já que o pessoal anda meio ansioso, aqui vai na lata: 
Nota 6, ou \m/\m/\m/.

Por conta da ansiedade, diferentemente dos demais reviews onde costumo detalhar o trabalho e posteriormente qualificar a obra, aqui a nota – antes da resenha - como "super destaque" do texto, é que deve ser explicada.

Pois bem, postagens de discos clássicos de bandas icônicas se transformam numa maldita arapuca. Qualquer crítica menos polida gera um belo mal-estar que tira o sono dos metaleiros mais apegados, e acaba com a reputação de qualquer crítico do ramo (não que neste caso, haja alguma reputação para se prezar).

O Judas Priest é uma das mais respeitáveis bandas de Heavy Metal Clássico da história, o "padre" desbravou campos desconhecidos para o até então tenro Metal setentista e influenciou no mínimo metade das bandas existentes a partir dos anos 80. Não há como questionar a marca que deixaram no cenário da música pesada mundial, e somente por isso, tomarei o máximo de cuidado para criticar esse disco (e não por causa de vocês, seus velhos mijões e obtusos).

Contudo, acho conveniente tentar analisar primeiramente o trabalho sob seu aspecto musical, que atesta as linhas melódicas, a harmonia e a sintonia rítmica de Stained Class, sem considerar os aspectos de contemporaneidade que a banda na ocasião do lançamento do álbum, não podia se isentar. Além do mais, se eu fizesse minhas considerações levando em conta esse ponto estaria sendo extremamente injusto.

O grupo inglês parece querer traçar um novo caminho em seu álbum de 1978, sem sombra de dúvidas. As melodias se tornam mais simples e comprimidas ao tempo que os bicordes quando protagonizam, são preferencialmente sufocados não dando a sustentação aberta aos vocais nos versos (comum em músicas mais Rock’n Roll, do Judas). Com este modelo de melodia o baixo passa a ter uma postura mais constante e viciada, marca registrada do Metal mais moderno. 

Percebe-se também maior liberdade aos falsetes de Halford, além de uma bateria mais ativa e de solos de guitarras bastante ousados, por vezes com timbres muito destacados e com repetição dos bends fora de escala, que trazem uma abordagem dissonante para as músicas. 

Todos esses fatores afastam o Stained Class de um padrão comum do Proto Hard Rock daquela geração, e podem sim ser considerados até certo ponto inovadores em 1978. Mas ainda se pode escutar a sonoridade do rock setentista visitá-los em alguns momentos específicos, como aos 1:53 de “Invader” que apresenta um interlúdio puramente “Zeppeliano”, e após o grito introdutório da faixa “Savage”; o verso principal poderia ser encontrado em qualquer álbum do Deep Purple daquela época. Inevitável.

O que infelizmente não pude perceber no álbum foram composições marcantes e aderentes, o que podemos encontrar em “Sin After Sin” (Diamonds and Rust) ou no “British Steel” (“Breaking the Law”). O único destaque vai para “Beyond the Realms of Death” onde a banda depositou um pouco mais de criatividade no sentido de progredir a composição, mas que ainda não atinge o nível de outros clássicos do Judas.

Portanto, mesmo que Stained Class se mantenha como uma impagável obra de referência para o Heavy Metal (e ele é, pois muito dos componentes realmente se encontram nesse trabalho), ele falha em trazer músicas de qualidade inoxidável, ou seja, composições que prevaleçam sobre o desgaste do tempo. E aqui comprovo essa minha avaliação com a própria atitude da banda que manteve apenas um som em seus menus clássicos de shows, dentro dos nove disponíveis em Stained Class, justamente a faixa “Beyond the Realms of Death” a qual credito um pouco mais de empenho dos músicos. Três músicas desse disco jamais foram apresentadas em algum show do Judas...

Não sou louco de dizer que o Judas ou Stained Class não sejam hiper influentes no gênero, até por que (diferente do Sabbath) a banda foi uma das primeiras a abraçar a “causa do Heavy Metal”. Mas com certeza influência não é sinônimo de qualidade e não é minha referência de avaliação. 

Mas se vamos dar nota por influência, aqui vão alguns nomes para idolatria: Muddy Waters, Jimmy Hendrix, The Beatles, Elvis Presley, Django Reinhardt, Robert Palmer e o próprio capeta: Robert Johnson.

Sobre a produção do disco eu acho que a precariedade poderia ser evitada, uma vez que no mesmo ano (78) Van Halen lançou seu debut – tão ou mais influente que Stained Class – com um trabalho de produção que poderia ser facilmente confundido com os selos dos anos 90. Isso realmente reduz um pouco da nota do trabalho, ainda mais sabendo que foi em parte, intencional.
Sobre a cruzada do Phantom em detectar o primeiro disco de Heavy Metal não vou desmerecer a pesquisa dele, mas dada as partes (hard) roqueiras do disco citadas nesse post, prefiro esperar um pouco pelo lançamento de “Heaven and Hell” do próprio Black Sabbath em 1980, para poder apontar o primeiro disco “completamente Heavy Metal”.

Por fim, nota 6.... ah, acho que já tinha comentado isso no post!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Elvenking - The Pagan Manifesto


O álbum The Pagan Manifesto do Elvenking em 2014, foi escolhido para a análise pelo MetalMercante.





01 - The Manifesto
02 - King of the Elves
03 - Elvenlegions
04 - The Druid Ritual of Oak
05 - Moonbeam Stone Circle
06 - The Solitaire
07 - Towards the Shores
08 - Pagan Revolution
09 - Grandier's Funeral Pyre
10 - Twilight of Magic
11 - Black Roses for the Wicked One
12 - Witches Gather

Phantom Lord
Mais uma novidade em meu repertório, o álbum The Pagan Manifesto da banda Elvenking traz um heavy metal com nítidas características dos "subgêneros" Folk e Power Metal. O "folk" pode ser nos trechos carregados daqueles instrumentos e ritmos de incógnitas e específicas regiões da Europa (flautinhas e o escambal). O restante se enquadra no "clássico" heavy metal que aparentemente aborda temas de fadinhas, répteis cuspidores de fogo, espadas cintilantes... 
Os instrumentos ocasionalmente apresentam quebras de ritmo que podem parecer um pouco desconexas, mas não chega a ser catastrófico. O coral de backvocals também é um recurso utilizado neste álbum que eu não acho nem ruim nem bom. 

Deixando as características e classificações de lado, a maioria das faixas mostra um nível razoável de criatividade e os músicos (incluindo o vocalista) são ocasionalmente virtuosos e competentes. Uma pena que (quase que inevitavelmente) eles caem em momentos extremamente cafonas para o meu gosto, principalmente quando usam "instrumentos folk", quebras de ritmos seguidas de corais (geralmente bem "felizes"), ou os tais multi-canais que parecem fazer vocalista cantar com seus clones. Talvez se não fosse pelos trechos cafonas, Elvenking poderia se aproximar da qualidade quase-épica de trabalhos como o Metal Opera (Avantasia).

 Encerrarei esta resenha com algumas observações: 
Há uma tentativa de um vocal ou backvocal nervosinho nas faixas Solitaire e Witches Gather que cagou a porra toda; 
O nananranararana "cantado" da faixa Towards the Shore é epicamente patético; 
Consegui um retrato de um indivíduo "bangueando" ao ouvir Pagan Revolution: 





 The Manifesto / King of the Elves 7,0
 Elvenlegions 7,4
 The Druid Ritual of Oak 6,8
 Moonbeam Stone Circle 7,0
 The Solitaire 6,0
 Towards the Shores 6,9
 Pagan Revolution 6,9
 Grandier`s Funeral Pyre 7,0
 Twilight of Magic 7,2
 Black Roses for the Wicked 7,0
 Witches Gather 6,0

 Nota Final: 6,7

The Trooper
3Novamente, tudo o que o Mercante escreveu no post de Days of Defiance do Firewind é válido para mais um post dele (o outro foi Carolus Rex). The Pagan Manifesto não traz nada de novo, impactante ou muito bom para ser analisado (ou mesmo muito ruim). Luca Turilli, Blind Guardian, Avantasia (e até Marylin Mason - não venham me xingar, tá lá na wikipedia como influência do vocalista, Damna ... aliás, nem fãs decentes essa banda tem, a página na wikipedia tá uma m#$%@, nem há fontes para confirmarem as citações), já usaram o que o Elvenking usa, com um efeito final muito superior.
O álbum começa com uma faixa instrumental mediana, e já te torra o saco logo na segunda, com duração de 12:55. Pior, o riff que surge lá pelos 50s parece que foi surrupiado de Dragonslayer, do Excelsis (e que apareceu no álbum Unification, do Iron Savior) ... tudo bem vai, forcei a barra, mas é só pra ilustrar o efeito "colcha de retalhos" que o álbum passou. A partir daí o álbum vai melhorando, mas nada se destaca, com exceção da última faixa (onde as influências de Marylin Mason aparecem timidamente, ou seja , se destaca de maneira inapropriada). No fim, o trabalho todo parece uma massa unificada de power metal, sem começo, meio e fim.
Logo, ele lembra Dragonforce ... mas é um pouquinho melhor, porque parece mais com metal do que a punhetação dos guitarristas da supracitada. E aqui, devo admitir que Black Halo, do Kamelot é um pouquinho superior, mesmo sem mojo, porque é mais conciso. O bom de tudo isso é que eu sei a nota exata que devo dar para este trabalho (0,1 abaixo de Black Halo).

Nota: \m/\m/\m/

Metal Mercante

“Listen o ye my old friend…”

“…The king of the elves... is back!”

Impressionante, inesperado, inspirado… Me faltam adjetivos para descrever o resultado desse magnífico álbum. Provavelmente a mais perfeita obra do Folk Metal a qual tive a oportunidade de colocar minhas mãos, melhor que isso não fica…

Obviamente, considerar um álbum o melhor de Folk Metal é o equivalente a ganhar um campeonato de vídeo game na Mooca…Não vale para nada fora do círculo de amigos…

Voltando para o álbum em questão, eu não sei quem foi o retardado que teve a ideia de mesclar o folk metal com vocais guturais (death, doom, etc) e criou um maldito nicho de bandas com certo potencial, mas que cagam tudo no vocal o que acaba resultando em álbuns com composições interessantes mas maçantes. Elvenking fez diferente, deu uma misturada nos elementos folk com vocais mais melódicos e com isso fez o certo…Um álbum de folk escutável…Muito mais que isso, um álbum de folk muito bom.

Encontrei a banda Elvenking meio que por sorte quando eles lançaram o álbum “Heathenreel” que contem a fantástica “Seasonspeech” (https://www.youtube.com/watch?v=EDvmQPK0Fh4) uma obra prima, com 4 vocalistas cada um fazendo o papel de uma estação do ano numa composição extremamente complexa que até então eu tinha como sendo única, pois nem a própria banda foi capaz de gravar algo tão bacana por 13 anos!!!

…Até que veio “The Pagan Manifesto” e agora estou feliz novamente!

Nota 8,9999

The Magician
Aí, aí.........     pois é... pois é caros Headbangers..... os Metalcólatras enlouqueceram, essa é minha conclusão...

Por onde começar? Bom, vamos lá.

Elvenking, "The Pagan Manifesto" é a prova viva de que hoje o Heavy Metal permite de tudo, de tudo mesmo. Haja mistura: são camadas suaves, guitarras de peso, solos rápidos, tremolos de vozes com corais masculinos, femininos, guturais, teclados, partes dançantes, fanfarra e tudo mais o que se possa se imaginar, quando não no mesmo álbum, na mesma música.

Além desses tipos de trabalhos acabarem sem uma proposta firme, eles banalizam o Heavy Metal e depreciam uma longa estrada de trabalhos sólidos e de peso que no mínimo, procuravam manter um nexo. Hoje em dia você pode jogar um bumbo duplo em qualquer merda e falar que é Metal.

O que salva o trabalho de dentro do lixo é que os guitarristas são bons, e quando têm a rara inspiração de tocar guitarra, adicionam algo útil às músicas. Fora isso o trabalho é cheio de firula e recheado de pompas, conforme já citado anteriormente. Agora, pelamordedeus, não comparem ISSO ao Avantasia Part One, onde independente da interação da história com a música os caras não se perdem na linha da proposta.

Daí virão aqueles fanáticos "entendidos" com seu discurso surrado: "mas isso é folk épico, se você não gosta não deveria analisar, baseado em quê você afirma isso...". 

Ninguém aqui está falando pra você bichinha parar de gostar de suas musiquinhas bichas, mas não serei hipócrita a ponto de ignorar pontos perceptíveis e claros em nome de uma "coerência pré-estabelecida" pelas rotulações e pelos canais de mídia manjados para estes trabalhos.

E aqui o que mais me incomodou não foi somente o fato do Trooper escrever que é "mais metal" do que Dragon Force, do que o Phantom dizer que poderia ser um "Avantasia" ou do louco do Merchant se referir ao Pagan Manifesto como obra-prima. Havia algo estranho...

Depois de duas semanas escutando as longas e inconstantes faixas no repeat, sem parar, me pareceu muito, mas muito claro mesmo, que existe uma faceta super popular (POP) nos estilos de cantos e revezamento das linhas de voz e teclado (isso sem levar em consideração os intervalos maiores - felizes - e a escala dórica - dançante). E logo na primeira pesquisa sobre as influências e preferências da banda italiana achei a peça do quebra-cabeças que faltava: o vocalista Damna é fã de Lady Gaga e Madonna... 

Nada contra, mas o tempo todo eu imaginava algumas das passagens das músicas como sendo perfeitas em performances de seriados americanos direcionados para pré-adolescentes, e tive que fazer um pequeno experimento.

Eu juro por Deus que a única coisa que fiz foi unir um trecho da música "Witches Gather" com um vídeo da série "Glee" da Disney..., e bem... a confluência dos fatores da música e da série, atuando na mesma direção, fez o resto (prestem bem a atenção e depois digam se estou mentindo):





Nada mais a dizer... 

Nota 6,1 ou \m/\m/\m/.


sábado, 7 de junho de 2014

Dream Theater - Dream Theater

O álbum autointitulado lançado pelo Dream Theater em 2013, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.



Faixas: 1 - "False Awakening Suite"; 2 - "The Enemy Inside"; 3 - "The Looking Glass"; 4 - "Enigma Machine"; 5 - "The Bigger Picture"; 6 - "Behind the Veil"; 7 - "Surrender to Reason"; 8 - "Along for the Ride"; 9 - "Illumination Theory".

  Phantom Lord
Depois de um bombardeio esparso de progmetal no blog ao longo dos anos, chega um dos maiores ícones do gênero: Dream Theater. 
Antes de falar sobre o disco ou banda, farei uma síntese sobre o sub-gênero musical. Normalmente os trabalhos desta "categoria", frequentemente chamados de "viagens", são longos e repletos de mudanças de ritmos. Acredito que estes artifícios muitas vezes são utilizados para tentar fazer o ouvinte refletir, para contar uma história, ou em alguns casos, apenas para mostrar diversos trechos complexos criados pelos músicos. 
O Dream Theater em diversos de seus trabalhos parece se encaixar muito bem no último caso. Uma banda tão talentosa e virtuosa que criou diversos trechos de músicas geniais, mas que dificilmente conseguiu ou se interessou em criar músicas com estruturas mais simples ou acessíveis. 
Ouvi dois ou três discos antes deste trabalho indicado por Magician e basicamente percebi algumas músicas ótimas em meio a um monte de viagens estranhas e turvas/desconexas. 
Porém há uma grande diferença entre este álbum (Dream Theater) e os outros que ouvi: Aqui a banda usa seu talento colossal para fazer uma série de músicas com formato mais compreensível/acessível deixando a grande viagem-prog para o final... Em minha opinião o resultado não poderia ser outro: definitivamente bom... Ao menos até a faixa 8, que apesar de super-progressiva-demorada, foi digna de se ouvir até o fim. 

 False Awakening Suite 7,6 
The Enemy Inside 7,8 
The Looking Glass 8,0 
Enigma Machine 7,1 
The Bigger Picture 7,4 
Behind the Veil 7,8 
Surrender to Reason 7,6 
 Along the Ride 7,1 
Illumination Theory 7,0 

 Modificadores:  


 Nota Final: 7,6 

The Magician
     Dream Theater no blog Metalcólatra significa uma estréia de peso, muito esperada e necessária para exposição de alguns tópicos ainda não totalmente explorado por nós críticos-blogueiros do site. São praticamente 4 anos de existência do nosso insistente fórum Metaleiro sem ao menos (com exceção de uma ou outra resenha) citar os mais importantes músicos do "progressive metal" mundial.  

     
Atribuo o adjetivo "importante" ao grupo americano não por ser um grupo pioneiro nesse tipo de música, mas sim por elevarem aos níveis mais extremos as possibilidades de progressões musicais dentro de um contexto de faixa ou de álbum. Essa obstinação do Dream Theater (que poderia ser chamado também de "Dream Team" do Metal) conduziu fatalmente à rotulação da banda perante os ouvidos "comuns" do público roqueiro; títulos como "banda mais chata do mundo", "Have sweet dreams" Theater, ou mesmo frases como "a vida é muito curta para se escutar DT" são normalmente o primeiro tipo de contato do público geral antes que conheçam o trabalho dos caras.
     
Bom, também não posso acusar a apelidação da banda como injusta, pois a banda é resultado de uma reunião de graduados em música em Boston, e a grande maioria de seus trabalhos perseguem a destruição do modelo estrutural da musica popular baseada em blocos repetitivos de versos-pontes-refrãos, ou também de discos com inúmeras faixas com tempo de duração não compatíveis com a programação de rádio/TV. Além disso a obra do Dream Theater por vezes procura evidenciar a verdade inevitável que é também uma declaração  reacionária dos catedráticos desse movimento: "Música é matemática".

Realmente não deixa de ser, e posso fazer um teorema sintético que comprova isso para o leitor leigo, através de uma diagramação própria que vou batizar como MMMM (Magician's Matrixial Music Map), baseado em partitura clássica e nas famosas tablaturas, mas de criação própria e original. 

Vamos dividir primeiramente toda a diagramação em dois eixos, o primeiro horizontal ou escala H no MMMM, que representa  a distribuição rítmica da música: 
No exemplo acima existe marcação rítmica a cada dois tempos, sendo que o padrão de tempo, ou intervalo entre marcação definido é de 2 segundos (t=2). Neste caso "x" representa uma batida qualquer em alguma nota de algum instrumento musical, ou mesmo em algum elemento de percussão que neste caso, será tocado a cada 4 segundos (perceba os espaços vazios nos tempos ímpares).

O outro eixo, o vertical, representa a distribuição melódica e a tonalidade empregada na música por algum instrumento musical que possua um mínimo range de tessitura, ou seja, que consiga exprimir diferentes notas musicais:



Cada nível da escala V do MMMM, representa uma nota musical (tom e semi-tons) tradicional da nomenclatura ocidental (começando em "dó"=1 e terminando em "sí"=12), sendo que o "x" nesse diagrama pode ser emitido por qualquer instrumento musical não percussivo - já que os instrumentos de percussão não denotam diferentes tonalidades, mas sim diferenças apenas de timbres. No quadro acima demonstro dois casos, um com marcação simples em "Lá" e o outro com marcação de "Ré sustenido" + "Lá", qualificando assim, a apresentação de uma harmonia. Após a décima segunda nota a escala se repete (conforme leis da natureza e da ressonância), só que em sonoridades mais agudas.


Logo, com a consolidação gráfica desses dois eixos temos uma matriz "quase-matemática", que é sob certa perspectiva, uma limitadora de rítimo vs. melodia/harmonia; segue abaixo a parte introdutória de "Iron Man" do Sabbath transcrito na MMMM:

  

É lógico que essa é uma explicação simplória, e adicionalmente à estes fatores temos que levar em consideração (como em qualquer outra análise estatística) a multiplicidade probabilística das diferentes harmonias possíveis, variações dos intervalos rítmicos e sobre tudo isso somam-se as infinitas características de timbres cabíveis ao Heavy-Metal. Mas, em ultimíssima análise, todas as possibilidades, cedo ou tarde, matematicamente podem ser preenchidas.

O Dream Theater, assim como outras bandas progressivas, brincam com essa ideia e geram fidelidade sobre um tipo de fã bastante peculiar que estuda música, o famoso "bronha", que fica pirulitando sua guitarra, baixo ou na bateria, e que alguns de nós já tivemos a infelicidade de ter escutado exibições inacabáveis.

Mas gostaria de ressaltar que o trabalho escolhido (poupei vocês) foi uma raridade em se tratando de DT, conforme já mencionado pelo Phantom em sua resenha acima; pois fica muito longe de ser uma viagem interestelar ou qualificado como musica "para intelectuais", como fizeram por exemplo em trabalhos passados (i.e: Scenes From a Memory"). No caso do álbum em questão, a banda conseguiu compilar o material com grande qualidade e principalmente com coesão. Ao apresentar sim, partes progressivas e experimentais, mas sem necessariamente afastar o ouvinte da realidade.    
Embora o vício da banda em viajar na maionese mais a necessidade de alimentar seu rebanho de bronheiros seguidores tenha gerado uma faixa de 22 minutos separada em 4 "atos", o trabalho homônimo entrega grandiosos sons e belas melodias, com destaque para excelente faixa "Enemy Inside" (Heavy Metal sim senhor) e "Behind the Veil".

Acredito que este trabalho super competente e acima de tudo "pé no chão", que segundo Petrucci marca um "recomeço" para o DT, tenha influência direta da substituição de Portnoy por Mangini, que embora também seja baterista do 33º nível do Rito Escocês, não aprecia apenas imersões sonoras, mas sim o bom e velho Rock n Roll que mantém a liga do nexo musical do trabalho em questão.

Nota 7,8, ou \m/\m/\m/\m/.


The Trooper
3Este álbum às vezes me lembrava Slipknot, talvez Mastodon, e algumas vezes Angra, mas a verdade é que esta mistureba caracteriza bem de que banda é este trabalho: Dream Theater. E falar de Dream Theater para mim, é muito parecido com falar de Rush, é uma banda que eu acabo gostando muito de algumas faixas e raramente de um álbum inteiro. O álbum auto-intitulado de 2013 não é exceção à regra, a distorção das guitarras aparece frequentemente, mais agressiva do que em trabalhos anteriores, mas o teclado e os vocais suaves de James Labrie também, o que resulta em eu gostar de algumas faixas e sentir sono na maioria das outras, na verdade até gostar de trechos de músicas e sentir sono em outros trechos (acho que esse é o principal problema de metal progressivo para mim).
No fim, vale a pena ouvir, pra ficar falando "olha esse solo, cara", "ó esse trecho de baixo, animal hein?", "E essa distorção monstro?", mas nenhuma faixa gruda no seu cérebro.
Destaque para The Enemy Inside e Behind the Veil.

Nota: \m/\m/\m/\m/

sábado, 24 de maio de 2014

EdGuy - Space Police

O álbum Space Police - Defenders of the Crown lançado pelo EdGuy em 2014, foi escolhido para a análise por The Trooper.


Faixas: 01-Sabre & Torch; 02-Space Police; 03-Defenders of the Crown; 04-Love Tyger; 05-The Realms of Baba Yaga; 06-Rock me Amadeus; 07-Do me Like a Caveman; 08-Shadow Eaters; 09-Alone in Myself; 10-The Eternal Wayfarer.

The Trooper
3Edguy não havia aparecido no blog ainda, e eu pensei "Por que não?", e aí está o último lançamento dos caras. O comentário do Mercante, contra a "bonjovização" do metal, levou-me a questionar "do que diabos ele está falando?", mas quando cheguei na faixa Love Tyger encontrei a resposta, um belo hard rock farofa, diferente da maior parte do álbum no entanto (com a óbvia exceção de Alone in Myself).
Eu ganhei o álbum Hellfire Club de presente de aniversário em 2005, e para ser sincero não vi nenhuma diferença abissal entre aquele trabalho e este, para mim, Edguy é isso, heavy metal, humor, riffs legais e uns ritmos alegrões que diminuem um pouco a chance d'eu gostar muito da banda. Um exemplo claro do que eu estou falando se dá na faixa The Realms of Baba Yaga, que começa com uns riffs de guitarra muito bons e entra em bridges e refrãos alegrões que acabam por deixar a música besta quando ela estava pesadona.
Enfim, é Edguy, o que significa músicas boas com partes entediantes, no geral eu achei legalzinho, pelo menos eu dei risada com a letra de Do me Like a Caveman.
Destaque para Sabre & Torch, a única porrada na orelha do início ao fim.

p.s.: Usando um artifício do Pirikitus: Shamepit para a faixa cover Rock me Amadeus.

Nota: \m/\m/\m/

Metal Mercante
Amadeus, Amadeus…Ô, Ô, ô Amadeus…

Ai meu Deus…pode onde começar nesse travesti de cd?

Escutei esse cd uma paulada de vezes, pois ele foi lançado um pouco depois do lançamento da expansão do Diablo III, então enquanto jogava D3 eu escutava esse troço e para um cara que tem um personagem de cada classe no nível máximo (algo que eu não tenho orgulho algum) isso significa muitas vezes no repeat.

A única música que chama atenção no álbum inteiro é uma que é um cover ridículo de uma música ridícula cuja única intenção é ficar repetindo uma palavra só por várias vezes e todo mundo sabe como isso é contagiante.

De resto é um monte de músicas com aquela pegada mais cômica que o Edguy sempre teve, mas sem nem chegar perto dos dias de glória do Mandrake ou das pauladas do começo da carreira da banda como “The Headless Game”, “Vain Glory Opera”, “How many miles” e por aí vai…

É difícil dar destaque para alguma música, talvez “Defenders of the Crown”…

PS: E essa capa? É um Freddie Mercury espacial sendo atacado por um alienígena?

Nota: 5,5 

Phantom Lord
De fato demorou para a banda do mentor do projeto Avantasia aparecer neste blog... 
Space Police é o segundo álbum do Edguy que eu escuto na íntegra e aparentemente apresenta diversas faixas de heavy e power metal com algumas poucas que saem deste eixo. As influências deste trabalho do Edguy são claras: Helloween (em diversos trechos tanto instrumentais como vocais) e algumas das bandas manjadas do NWOBM, como Iron Maiden (Tobias às vezes se aproxima muito do estilo do Bruce) e Saxon (o ritmo + distorção da faixa Sabre & Torch e a introdução de The Realms of Baba Yaga, por exemplo se parecem com algumas músicas/elementos do álbum Inner Sanctum). Porém existem algumas exceções: Love Tyger é um hard rock com forte influências de bandas que popularizaram-se durante os anos 80... Em minha opinião, muito próxima das músicas do Van Halen... Parece absurdo, mas esta música me pareceu mais inspirada do que as duas faixas anteriores, que quase caem na categoria do Powerless Metal (típico de várias bandinhas escandinavas que seguem o subgênero sem adicionar nada). Já o cover de Rock me Amadeus de um tal Falco... O que dizer? Pop rock "oitentista" com pitadas de Rap... Uma combinação das mais cafonas possíveis. 
Além destas esquisitisses, o teclado aparece em alguns trechos de diversas músicas, sendo que em algumas destas músicas, sua participação é notoriamente boba alegre e/ou brega. 

Concluindo, o disco apresenta o grande potencial da banda, porém não ultrapassa a linha do "apenas bom" e se eu não contasse "Rock me Amadeus" nesta avaliação, a nota final do Space Police - Defenders of the Crown seria significantemente melhor... 

Sabre & Torch 7,9 
Space Police 7,0 
Defenders of the Crown 7,0 
Love Tyger 7,3 
The Realms of Baba Yaga 7,2 
Rock me Amadeus [cover] 5,4 
Do me Like a Caveman 7,0 
 Shadow Eaters 7,5 
Alone in Myself 7,0 
The Eternal Wayfarer 7,2 

 Nota Final: 7,0


The Magician
Ótima proposta do Trooper! 

O Edguy faz parte da excepcional safra de bandas alemãs noventistas de Heavy Metal e já demorava para aparecer no nosso blog, que honrou presenças de bandas bem menos expressivas ou merecedoras.

Suas referências (do trabalho em questão e da banda) são claramente vinculadas às bandas alemãs de Power/Speed Metal como Helloween e Gammaray, mas com temperos fortes de Hard Rock (essa influência vem crescendo a cada lançamento) que faz o balanço do CD oscilar bastante em níveis diferentes de estilos, e consequentemente o transformando em um trabalho bastante dinâmico. 

A receita básica e infalível do Heavy Metal é respeitada em faixas como "Sabre & Torch", "Defenders of The Crown", "The Realms of Baba Yaga" e "Shadow Eaters", enquanto as fórmulas mais experimentais e mais populares são testadas nas faixas "Space Police", "Love Tyger" (totalmente Hard Rock), "Do me Like a Caveman" e no insólito cover "Rock Me Amadeus" (Falco). Mas independente do tipo ou do ritmo empregado nas canções, Tobias e a trupe continua com uma sensibilidade musical impressionante, pois não vejo músicas rifadas ou notas jogadas à toa, desperdiçadas ou fora de timing ou sem inspiração. É um trabalho muito bem definido e direto sem, no entanto, grande pretensões.

Isso quer dizer que a banda soltou sua criatividade, sem se deixar influenciar por qualquer tipo de pressão, ou absorver algum reflexo negativo que eventualmente o trabalho poderia ter sofrido devido ao sucesso do já rodado projeto Avantasia (mais sério e incontestavelmente mais sóbrio que as obras do Edguy).

Essa transparência da personalidade descompromissada do Edguy, que "brinca" durante vários sons (por exemplo com o "uh-uh-uhhhhhhhhh" no "Alone in Myself", a música mais Bonjovisada do álbum), é o que definitivamente me cativou. Tive a sensação diversas vezes enquanto escutava o CD de ainda ter meus 21 ou 22 e estar escutando um daqueles grandes trabalhos do Heavy Metal dos 90's, fase áurea do cenário europeu..

Disco para curtir - de verdade - o Heavy Metal criativo e também acessível, e melhor, sem ter que levar muito a sério, como afirmado pelo próprio Tobias Sammet.

Nota 7,3 ou \m/\m/\m/\m/. 

sábado, 10 de maio de 2014

Virgin Steele - Invictus

O álbum Invictus lançado pelo Virgin Steele em 1999, foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Se não me engano conheci a banda Virgin Steele pela música Great Sword of Flame do cd House of Atreus Act 1 por volta de 2004... Depois de alguns meses, Julião, "o bardo", deixou um cd da banda tocando "de fundo" durante uma bebedeira dos metalcólatras em um estacionamento de super-mercado. Assim, como Julião, a impressão que tive da banda, é de que se tratava de um Manowar mais técnico, competente e pomposo. Poucos anos depois, Venâncio me apresentou o disco Invictus, o que me despertou curiosidade sobre o Virgin Steele, fazendo-me baixar o Age of Conscent... Um disco de power metal infectado pelo glam rock. 

 Falando do Invictus, ao que parece, se trata de um disco da fase pseudo-épica, ou simplesmente pomposa da banda. Pelo que entendi, após passar pelos anos 80, a banda resolveu seguir o caminho do tal "power metal" com fortes tendências sinfônicas, se prendendo aos temas mitológicos e similares. Invictus é um álbum de metal desta época (power e/ou sinfônico) conceitual, focado em contar histórias... 
Acredito que todos integrantes da banda sejam competentes, porém a proposta do disco e sua produção não são grande coisa... Existem alguns momentos de destaque, e muitos momentos de "arroz e feijão" e de pompa (comum das vertentes sinfônicas), mas não posso deixar de citar: Entre as pompas mais estranhas estão os gritos melódicos gays utilizados ocasionalmente pelo vocalista. 
 Apesar dos pontos negativos, a qualidade de muitas músicas, principalmente do meio até o fim do disco, são muito boas, fazendo do Invictus, um álbum no mínimo, digno de se conferir. 

 Encerrando esta resenha com uma dica: se você gostou de alguns trabalhos do Manowar, porém se decepcionou com a banda ao longo dos anos, vá curtir um Virgin Steele, uma banda menos preocupada com a pose e mais preocupada com a música. 

Blood of Vengeance/Invictus 7,0 
Mind, Body, Spirit 7,2 
In the arms of death god/Through Blood and Fire 6,0 
Sword of Gods/God of our Sorrows 6,8 
Vow of Honour/Defiance 6,7 
Dust from the Burning 7,5 
Amaranth/A Whisper of Death 7,2 
 Dominion Day 7,7 
A Shadow of Fear 7,0 
Theme from the Marriage of Heaven and Hell - 
Veni, Vidi, Vici 7,8 

 Nota Final: 7,2

Metal Mercante

Esse post foi um dos mais inesperados dos últimos tempos… Em primeiro lugar porque não era esperado que o Phantom, de todos fosse escolher este álbum para resenha, mas também pelo fato de cada linha escrita pelo nosso amigo Phantom ser praticamente um tapa na cada de todo o bom metaleiro existente…


A primeira coisa que vem a cabeça ao ouvirmos Virgin Steele são as semelhanças do vocalista David DeFeis com o Eric Adams do Manowar (“POWA!!!”), mas as semelhanças acabam por aí. Comparar Virgin Steele com Manowar é vazio…fruto de uma resenha descuidada e descompromissada… (isso que dá escutar uma vez o álbum e achar que é expert no assunto!)

Os álbuns do Virgin Steele, principalmente a “trilogia” The Marriage of Heaven and Hell que contou com a Parte I, Parte II e o cd Invictus possuem uma pegada bem épica, com partes melódicas e sinfônicas, sendo que a última gera força faixas “mortas” no álbum para dar clima na obra o que as vezes chega a atrapalhar a escuta contínua da obra, porém não incomodam tanto quanto nos próximos álbuns da banda (House of Atreus), talvez porque o Invictus possui mais faixas memoráveis como:

“Invictus”, “Sword of the Gods”, “Whisper of Death”, “A Shadow of Fear” (na minha opinião a melhor do álbum) e “Veni, Vidi, Vici”…

Resumidamente, a proposta do Virgin Steele é bem mais complexa que o bom e velho “Other bands play, Manowar Kill!”, nem melhor, nem pior, simplesmente diferente e as vezes um nível mais avançado de complexidade nas músicas pode afastar alguns ouvintes, mas se você está disposto a escutar com calma e apreciar a obra de arte que é o álbum Invictus você não irá se decepcionar.

“I will be there when you DIE!”

Nota: 9,0

PS: Lembrei disso quando ao escrever este post...



The Trooper
3A “EricAdamização” do Virgin Steele começou em 1986, com o álbum Noble Savage, e desde então é impossível escrever algo sobre a banda sem comparar com Manowar, o vocalista, David DeFeis mudou seu estilo sim, até se tornar uma cópia completa de Eric Adams (no álbum The Marriage of Heaven and Hell, de 1995). 
A diferença ao ouvir o álbum Virgin Steele de 1982 e Guardians of The Flame de 1983 é óbvia. Tudo bem que a produção tosquíssima da época talvez atrapalhe na comparação, mas não a impede. Digo isso por quê? Porque da primeira vez que você ouve Invictus, você pensa “Caramba, esse cd do Manowar é bom, diferente da maior parte da discografia”, só que não é Manowar, resta então perguntar por quê? Por que faz isso David? 
Não precisava … a não ser que o cara pensou, “ok, meu timbre é parecido com o dele, e daí se ele usou o estilo gritado antes de mim? Nossa banda é muito melhor.” Pode ser cara, mas eu vou sempre pensar nisso como uma cópia, e daí não tem como, afeta minha avaliação aqui no blog (não que alguém tenha que se importar com isso além de mim, mas estou justificando minha metodologia). 
Enquanto o Manowar se afundava em poserismo (o último álbum decente é Louder Than Hell-1996), o Virgin Steele continuava se aprimorando em técnica e fazendo bom uso das possibilidades que a tecnologia oferecia para a melhoria da produção dos álbuns. O que vemos em Invictus é um álbum extremamente bem produzido, pensado do início ao fim, com riffs inspirados de guitarra, e ótimas linhas de baixo que garantiam a cozinha com a bateria. Claro que, sendo um álbum temático, você tem que ir preparado para ouvir esse tipo de som, se for, com certeza, não vai se decepcionar. Meu gosto pessoal clama por mais peso e menos partes desaceleradas, mas a qualidade deste trabalho é indiscutível. 
Destaque para “Mind, Body, Spirit”, “Defiance” e “Dust From The Burning”. 

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Um trabalho de Power Metal super enraizado como não poderia deixar de ser, afinal as mais diversas características do disco se empenham nessa única direção. 
"Invictus" tem foco na ambientação histórica e na atmosfera épica das histórias suportadas pela mitologia greco-romana, e relembra a afronta da raça humana perante os deuses olímpicos. Defeis obviamente não fez nada novo no Heavy Metal quando decidiu narrar essa epopeia, mas tenho que destacar o empenho com que fez.
Para isso a banda se comprometeu de fato em expor a essência do trabalho homérico com elementos que de fato passassem a ideia de uma novela heroica: seguidas toadas de múltiplas vozes, camadas de pianos e teclados, interlúdios de baladas, retomadas de elevação, vocais eloquentes e as famosas e intensas cavalgadas nos versos dorsais das músicas. Não faltam os solos e as partes em guitarras que protagonizam as músicas mais compridas, que por sinal é um dos principais fatores que reforçam a proposta de clima ostentoso - são 6 músicas com mais de 6 minutos sendo que duas delas ultrapassam os 8 minutos de duração.
Para todas as partes inclusive, a banda e os produtores tomaram muito cuidado com o nexo e com a coesão dos elementos, mesmo se arriscando com diversos interlúdios e imersões, as ideias principais de cada faixa são respeitadas e retornam para seu tema principal com performance convincente.
Minha avaliação é que com todo esse esforço e entrega dos participantes em montar um trabalho seguro, com foco e super bem ambientado, Invictus consegue se firmar como uma obra competente e interessante, mas que por vezes sugere uma atenção maior do ouvinte quanto às suas letras e narrações, fazendo dele um disco não muito acessível ou fácil de escutar, correndo o risco de frequentar o temido quartinho do esquecimento dos Metaleiros.
Destaque para "Dust From the Burning", nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: É muito óbvia a semelhança do timbre e do estilo de canto de DeFeis com Eric Adams "do Manowar", ignorar este fato é tolice. O Virgin Steele abriu shows para seus colegas americanos em 1985 e 1986 na Europa e foram convidados novamente em 1995. Mas alguns fãs do Manowar, pelo simples fato de serem babacas e sustentarem uma ideia babaca que "ninguém pode ser como o Manowar", bloqueados pelos seus cabrestos, não conseguem enxergar a realidade de que ao lado de DIO a banda de DeMaio é a maior influência de Power Metal no mundo, sendo influência direta também para o Virgin Steele (ainda que sejam de épocas parecidas).

O Manowar se utiliza desse endeusamento imbecil de seus fãs, mas no fim das contas não pode negar sua influência e consequentemente sua popularização inerente.

Influenciou inclusive Paulo Miklos, ex-titã.



e muito provavelmente motivaram sua inspiração para criação do "hino da torcida" de um dos patrocinadores da Copa, onde toca baixo e canta junto com uma integrante do "Pato Fu"....

                                                  "Mostra tua força Brasil..."

...logo Eric Adams e Joe DeMaio foram possíveis influências negativas para a derrota catastrófica do Brasil nessa Copa do Mundo... e mais uma vez o Manowar caga no pau.



                           jogadores brasileiros desesperados durante o histórico 7 x 1