sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Grand Magus - Iron Will

O álbum Iron Will, lançado pelo Grand Magus em 2008, foi escolhido por MetalMercante.



1 - "Like the Oar Strikes the Water" – 3:13
2 - "Fear Is the Key" – 3:31
3 - "Hövding" – 0:39
4 - "Iron Will" – 5:01
5 - "Silver Into Steel" – 4:15
6 - "The Shadow Knows" – 5:35
7 - "Self Deceiver" – 4:49
8 - "Beyond Good and Evil" – 5:15
9 - "I Am the North" – 9:01


Hellraiser
3Até que enfim um álbum que da gosto de (re) escutar e resenhar ! 
Acredito que o Mercante quis se redimir depois do seu ultimo post e escolheu a dedo esse de agora. 
Iron Will - Grand Magus - um disco muito bom, de uma banda que considero como Epic Heavy Metal, de onde já beberam dessa fonte, bandas como nada mais nada menos, os pioneiros do estilo, o Manowar. 
Claro, a banda tem total identidade, e não soa em nada como a outra banda citada, muito pelo contrario, ...essa é uma ótima banda na nova safra, com composições fortes, refrões grudentos, e sonoridade altamente cativante, transbordando energia. 
Quanto ao disco escolhido, o Iron Will de 2008, tudo o que eu escrevi acima se resume nele, a banda viaja pelo Heavy Metal, o Epic e as vezes o Doom, claro, soando mais moderno, mas em momento nenhum isso tira o brilho das musicas. 
Meus destaques ficaram para a sequência das faixas Iron Will, Silver into Steel e The Shadow Knows. 
Mais um ponto positivo : grandes álbuns são pequenos, com apenas 9 ou no maximo 10 faixas, e esse tirando a curta faixa baixo/instrumental, Hovding, pode-se dizer que tem apenas 8 faixas. 
Uma curiosidade: a ultima faixa, I Am the North, na verdade não tem 9 minutos, ela acaba por volta dos 5 minutos e depois, por volta dos 8 minutos ela retorna pra execução de um finale ! 
 Nota 7,7


  Phantom Lord
Perdoem meu atraso... Andei me adaptando à sociedade de modo a tentar sobreviver, claro, atendendo as demandas da República Oligarca do Brasil. Mas ainda assim creio que não ficarei muito atrás de seres como Magician e Mercante ao resenhar os álbuns indicados para este blog. 

Uma primeira olhada na net sobre o álbum e notei as classificações "stoner e doom metal". Como sempre, os críticos de música se mostram bons em classificações generalizadas ou simplesmente erradas. 

Ainda que eu tenha dormido na primeira audição de Iron Will (entre as faixas 4 e 5), percebi que as músicas deste disco tem muito do heavy metal (tradicional) e pouco de subgêneros. Talvez, para os críticos, os diversos trechos lentos, meio pesados e arrastados façam as músicas serem classificadas como stoner/doom... 

As músicas parecem boas em minha opinião, apesar do vocal ser genérico (sim, na linha metal super básico, nem grave nem agudo, mais ou menos como Graham Bonnet e "Biff" Byford) e a grande parte das músicas serem lentas! Por um momento achei que esta seria uma postagem feita por Mercante de qualidade superior ao Crimsom Glory, mas as ondas de sonolência geradas pela lentidão do Grand Magus neste álbum, me impediram de dar notas mais altas para as músicas. 

Enfim, este disco não é ruim... A banda parece ter grande potencial, talvez tenha lançado algum álbum mais empolgante do que o Iron Will. 

 1 - "Like the Oar Strikes the Water" – 7,2 
2 - "Fear Is the Key" – 7 
3 - "Hövding" / 4 - "Iron Will" – 7 
5 - "Silver Into Steel" – 6,3 
6 - "The Shadow Knows" – 7,3
 7 - "Self Deceiver" – 7 
8 - "Beyond Good and Evil" – 6,8 
9 - "I Am the North" – 7 

 Obs.: A longa parada na última faixa é no mínimo tão idiota quanto a da última faixa de Chemical Wedding do Bruce Dickinson. 

Obs.2: Quando adormeci ouvindo este álbum na primeira vez, eu não acordei com essa pataquadinha da faixa I Am the North... Ao contrário de uma vez que dormi ouvindo Chemical Wedding. 

 Nota Final: 7,0 

Metal Mercante

As vezes encaro este blog como sendo um grande experimento antropológico o qual utilizo para testar algumas hipóteses sobre o comportamento humano relacionado a música e uma dessas hipóteses é sobre como o processo de formação de nota de um álbum de metal é de cima para baixo, ou seja, todo álbum começa com uma nota ligeiramente abaixo do nosso “melhor álbum” (uma escolha pessoal) e aí vamos adicionando defeitos e subtraindo pontos até que é formada a nota do álbum. Isso vai em oposição a construção da nota de baixo para cima, onde uma espécie de checklist de coisas que nos agradam tem que ser preenchidas e somadas para darmos a nota a um determinado álbum.


Essa hipótese (correta ou não) me parece mais evidente aqui no nosso humilde blog, no qual a galera desce a lenha num álbum e dá sua nota, exemplos recentes são o álbum do Arch Enemy, Crimson Shadows e Black Label Society. Em um a voz é muito demoníaca, em outro tem um vocalista emo no outro é tipo um Ozzy, só que não é o Ozzy e o pessoal desconta pontos na mesma velocidade que uma Professora de Matemática solteirona beirando os 50 anos desconta na prova daquele garotinho estranho que senta no fundão. Sem dó nenhuma…



Os gostos dos metaleiros geralmente são cercados de extremos e mitos. A banda X tem o melhor vocalista, a Y o mais rápido guitarrista, a Z fez um pacto com o Satan, a X1 é a mais power, a Y1 é a mais True, a Z1 é a mais técnica e por aí vai…Metaleiros mundo afora fazem o marketing das bandas dessa forma e é algo muito normal nos círculos a utilização desses superlativos para descrever gostos um tanto quanto duvidosos, exemplos e mais exemplos disso foram dados aqui no Blog, entre eles Manowar (o mais True), Dream Theater (o mais técnico), Ozzy (o mais insano), Bruce Dickinson (o melhor…), e por aí vai…

Mas o que acontece quando uma banda não pode ser caracterizada por nenhum desses superlativos, ela não tem um vocalista impressionante, um guitarrista virtuosíssimo, um baixista showman ou simplesmente nada que a destaque nesse mar de bandas de metal, mas ainda assim existe algo profundamente satisfatório em ouvir nos seus álbuns?

Isso é o que eu sinto quando ouço um álbum do Grand Magus, uma gigantesca satisfação, não porque estou ouvindo um ótimo álbum, porque o riff de guitarra faz a cabeça “headbanguear” automaticamente ou porque o solo de guitarra é capaz de nos deixar de cabelos em pé, mas sim porque as composições são bem feitas, as vezes um tanto sonolentas como disse o Phantom, mas satisfatórias…

…Satisfatório passa de ano

No final das contas, Grand Magus – Iron Will é um álbum com menos defeitos do que qualidades, pouca coisa nele incomoda, algumas coisas nele me alegram (com um destaque impressionante para a música “Like the Oar strikes the Water”, vencedora como melhor música desse álbum por uma grande margem) o que é suficiente para ele ser aprovado.

Nota: 7,0

The Magician
Interessante, legal... diferente.

Acho que esta postagem do Mercante veio como uma espécie resposta ao Trooper que havia comentado meses atrás que o nosso presunçoso amigo metal-blogueiro teria se perdido em uma desesperada busca em uma dimensão sem caminho de volta, que fica situada entre o épic metal e o death metal sinfônico. Na verdade, todos temíamos por nosso amigo.

Mas ele se recuperou e achou o caminho de volta; Grand Magus - "Iron Will", se não é a mais inspirada obra de Metal, é pelo menos consistente, e apresenta uma agradável compilação do conjunto sonoro.

Essa ideia de consistência e pragmatismo é o que na verdade, está no centro do trabalho, e não é nenhum dos 3 adjetivos iniciais dessa resenha que estampa a face desse álbum; mas achei importante iniciar com eles para deixar claro o que achei, a despeito do resto da resenha, onde tentarei traduzir exatamente as passagens do disco sem ter que utilizar o viés crítico.    

A banda realmente não traz nenhuma sequência de riffs atordoantes, solos mirabolantes, e nem nenhum músico ou performance individual chega a se destacar no álbum, o ponto forte é justamente a massa de som encorpada e consistente; dá pra visualizar o álbum todo como estar diante de uma parede, onde cada instrumento é um tijolo e a produção, a argamassa. Um componente está amarrado ao outro e quase que inerentemente se completam.

Da mesma forma que o comportamento sonoro tende à uma única abordagem, a estrutura dos sons (de versos, pontes e refrões) seguem um script de programação constante, quase sempre começando com introduções mais atmosféricas e cadenciadas para alcançar ápices de intensidade na parte dorsal, sendo assim, as músicas terminam de forma arbitrária como se tivessem seguindo a obrigação de "tempos de parada", pois a próxima música após suplantar a introdução continuará exatamente onde a música anterior parou. E , de novo, tudo se amarra de forma contínua e ininterrupta, exatamente como em uma linha de produção fabril.

Aliás, acho que essa afinal é a melhor forma de descrever a sonoridade do trabalho: "script de programação", "tempos de parada" e "linha de produção" são termos industriais, e acima de tudo o que define essa característica é a incessante bateria "bate-estacas" presente em praticamente todas as faixas e que acaba te abduzindo para o interior de uma planta metalúrgica com turnos de 24/7.

É um disco altamente imersivo, e no meio dessa regressão você percebe alguns traços "retrô" nas linhas vocais (a mim, pareceu uma abordagem Ian Gillan anos 70, especialmente no verso inicial da faixa título) e esforço no embolamento sonoro que nos remete ao estilo arrastado de "Sludge" (Mastodon, por exemplo).

Um outro semblante de pragmatismo e padronização do disco é a sua tendência de intensidade crescente em cada faixa, e que curiosamente  parece acontecer também com o conjunto total de músicas, já que ao escutá-las na ordem correta sugerida pela sequência do encarte, parece que a última faixa é a apoteose, entregando o ápice do trabalho em "I am the North".

Nota 7,1 ou \m/\m/\m/\m/.

Ouvir esse CD é como se você estivesse assoprando uma bexiga até o momento de sua explosão, ou apontando um lápis até que o grafite não suporte mais a lâmina do apontador... ah, você entendeu...

São muitas metáforas, acho que entrei estado hipnótico devido ao estilo da banda, da mesma forma que uma delírio febril, uma imersão hipnótica, lavagem cerebral... isso faz parte do seu estudo antropológico, Merchant? seu crápula!   



The Trooper
3Quando vi o rótulo "stoner metal" pensei "xiiiiiii". Ouvi um álbum há alguns anos, indicado por um amigo, de uma banda chamada The Sword e achei bem meia-boca, daí fui ouvir Iron Will com um pé atrás. Como aconteceu com o primeiro filme de X-Men, tive uma agradável surpresa, o trabalho é bem bacana. 

Para mim Grand Magus é uma mistura de Deep Purple e Black Sabbath com uma pitadinha de Iron Maiden, Iron Will começa com uma pegada bem Purple, sabbathisando totalmente na quarta faixa (que é homônima ao álbum) e a partir daí misturando ou intercalando os estilos. 

A pitada de Iron Maiden veio na sexta faixa (The Shadow Knows), dando um up com timing perfeito, evitando parcialmente que uma lentidão sabbathiana tomasse conta do resto do trabalho, parcialmente porque as duas próximas faixas são bem lentas (Self Deceiver é facilmente, a mais chata do álbum, embora seja um dos pontos altos da performance do vocalista JB, e Beyond Good and Evil é tão Black Sabbath, mas tão Black Sabbath, que podemos classificar a banda como um simulacro durante esse espaço de tempo).

Por fim, I am The North dá um up novamente, mas não chega no nível do começo do álbum.
Avaliando a banda, todo mundo passou, os suecos são bem competentes, as músicas são boladas de um jeito que todo mundo aparece, e quando até o vocalista é bom, fica difícil descer a lenha. As letras pareceram focar em boa parte do tempo em uma crítica à moral judaico-cristã (pra variar né? Os nórdicos tem uma tendência a cair nesse tema), nada escrachado, mas também nada chamativo, acabou por passar batido.

Enfim, aprovado, não chega a ser obra-prima, nem épico, mas soma mais um Solid lá na conta da Suécia.

Destaque para  Fear Is The Key e The Shadow Knows.

P.S.: Eu queria lançar um desafio aqui, leiam as resenhas sem olhar a nota no final e tentem adivinhar quanto o cara quis dar de nota com aquele texto. Várias vezes o texto e a nota são díspares (as minhas incluídas).

Nota: \m/\m/\m/\m/

7 comentários:

  1. rsrs... boa resenha Merchant, pela primeira vez, muita coisa do que escreveu faz sentido...

    o que importa é que sete passa de ano!

    p.s: a tese da professora solteirona foi foda, kkk!

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  2. Phantom, uma coisa interessante sobre essa rotulação onipresente das bandas modernas... de fato, hoje em dia, se você faz Heavy Metal clássico e básico, os "críticos" acabam rotulando, tipo "Classic Basic Original Metal" ao invés de somente "Heavy Metal". Isso se dá pela principalmente pela necessidade comercial de aproximar o estilo da banda à alguma coisa ou estilo com intuito de classificar e vender (já escrevemos diversas vezes sobre isso aqui), mas no fim das contas não sei o que é pior: xingar os "classificadores", ou as bandas que sabendo desse tipo de necessidade do mercado fonográfico adere uma trilha única e viciada, com "medo de arriscar", o que pode ter acontecido nesse CD. Não dá pra acreditar que esse marca passo quase robótico foi colocado por acaso...

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  3. Não sei dizer quais bandas se prendem numa classificação... Muitas bandas podem fazer de tudo para vender, algumas de uma maneira óbvia, outras nem tanto... Eu não levo a sério grande parte das tais classificações há muito tempo, mesmo porque críticos classificam álbuns, quando o certo (já citado em algum lugar do blog) seria classificar músicas. O epic metal citado pelo Hellraiser é sério? Eu nem sabia que existia... achava que o termo epic metal fosse alguma brincadeira...

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  4. Tenho uma teoria sobre os rótulos em excesso...

    Já comentamos aqui em algum outro post sobre o fato de ser praticamente impossível as bandas novas ocuparem um espaço no panteão dos deuses do Metal. Porém as bandas/gravadoras precisam ganhar dinheiro, então criam esses rótulos para tentar diferenciar seu "produto" para que esse possa ser vendido com mais facilidade.

    ...

    Por outro lado, algumas dessas classificações já espantam os ouvintes antes mesmo desses poderem dar uma chance a banda, o próprio Grand Magus está listado na Wiki como Stoner e Doom Metal...

    PS: Como eu faço os posts através da conta do MetalMercante, uso o Internet Explorer para escrever meus posts e quando fui pesquisar o Grand Magus no IE, a pesquisa do "Bing" retornou: "Gênero = Rock"...

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  5. Tem uns plagiozinhos aí no meio, mas é bacana...

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  6. Recorde! 5 postagens em 11 dias...
    Recorde 2! O CD pode ser considerado um consenso, a variação da melhor avaliação para a pior é de apenas 0,7pts.!

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  7. O recorde 2 é falso: Thunder in the East do Loudness ainda tem a menor variação deste blog (0,5).

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