quinta-feira, 10 de julho de 2014

Judas Priest - Stained Class

O álbum Stained Class, lançado pelo Judas Priest em 1978, foi escolhido por Phantom Lord para análise.


Phantom Lord
Praticamente todo fã de heavy metal, deve ter uma idéia das bandas que serviram como as principais influências deste gênero musical: Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin etc... O fato é que há anos atrás, na postagem do Paranoid - Black Sabbath, Metal Mercante comentou que apesar das primeiras musicas deste estilo musical terem sido lançadas nos anos 70, os discos daquela época estavam repletos de faixas psicodélicas ou de rock n roll (básico), e isto me fez sair em busca do mais arcaico trabalho completo de heavy metal. Encontrei na própria discografia do Black Sabbath, o Master of Reality que se aproximou bastante disto, mas ainda assim tinha seus interlúdios meio-psicodélicos... Então achei o disco Heaven and Hell, da mesma banda, lançado em 1980... Porém não fiquei satisfeito, e em minha busca, vi algum texto citando um trabalho de 1978 do Judas Priest: Stained Class. 

Permaneci cético da primeira vez que li o tal texto, afinal se o British Steel que já apresentava uma produção superior que possibilitava maior distorção e peso, era relativamente leve com canções de rock n roll e pouco heavy metal, porque um disco mais velho da mesma banda seria mais pesado? Bom, a resposta mais provável é que entre 1979 e 1980 o Judas Priest estava priorizando fama e/ou grana, daí resolveram gravar discos com mais músicas "leves", vulgo comerciais. Stained Class realmente é limitado por sua produção típica dos anos 70, porém é possível notar na maioria das composições uma proposta de peso a frente de sua própria época de lançamento: Velocidade na execução dos instrumentos, virtuosidade, e "gritos melódicos" agudos e prolongados estão presentes em vários momentos do álbum. Como o Magician afirmou há alguns meses atrás, a produção é um fator importante no heavy metal, mas o quanto importante? Acredito que varie de ouvinte para ouvinte, pois a importância dos elementos da música está intimamente vinculada ao gosto musical de quem a ouve. No caso do Stained Class, em minha opinião, a produção simples da época torna o álbum um pouco cansativo a longo prazo, porém creio ser uma grande tolice não reconhecer o peso (mesmo com a"rusticidade onipresente") do trabalho como um todo. Enfim, Stained Class provavelmente é a única obra totalmente composta de heavy metal dos anos 70 e um dos meus discos favoritos desta era. 

Exciter 7,5 
White Heat, Red Hot 7,3 
Better by You, Better Than Me 7,0 
Stained Class 7,0 
Invader 6,9 
Saints in Hell 6,8 
Savage 7,0 
 Beyond the Realms of Death 7,3 
Heroes End 7,5 

 Modificadores: 

 Nota Final: 7,5

The Trooper
3Motörhead, Deep Purple, Black Sabbath, há características de todos os três em Stained Class, mas o álbum é definitivamente do Judas Priest, e ele é, definitivamente, a essência do heavy metal, puro e cru, mas trabalhado na medida certa para entrar no patamar de heavy metal. Tudo o que ouvimos aqui se encaixa no heavy metal que conhecemos hoje, embora como citei acima, possamos reconhecer traços progressivos e de rock clássico. É um trabalho sólido, inclusive nas letras (claro que, com a marca do Judas Priest), algumas delas tornam claro o porquê da existência do álbum Painkiller, este aliás, parece um aprimoramento de Stained Class.
Enfim, este é um álbum estupendo, que começa avassalador (em 1978 então...) e não deixa a peteca cair, até a suposta "balada", "Beyond The Realms of Death", sombria, é quase uma "Fade To Black". Se eu estivesse vivo em 1978 venderia minhas fraldas para comprar a bolacha!

Destaque para "Exciter", "White Heat, Red Hot" e "Better By You, Better Than Me".

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/

P.S.: Savage é a precursora (lírica) de Run to the Hills.
P.P.S.: Heroes End é uma referência genérica à mortes prematuras de grandes talentos ou o compositor tinha alguém mais específico em mente? Janis Joplin e Jimi Hendrix morreram em 1970.
P.P.P.S.: É Phantom, acho que você encontrou seu Elo Perdido.

Hellraiser
Bom vamos lá.
Eu sou muito suspeito pra falar de Judas Priest, pois pra mim é uma das principais bandas de Heavy Metal existentes e este disco foi um dos primeiros que escutei desta banda !!! O álbum é puro Heavy Metal do começo ao fim, ......ele já chega chutando tudo ( e isso era apenas 1978 ) abrindo com a paulada Exciter: ótima intro de batera e um som alucinante do começo ao fim, uma das melhores do disco, e até pouco tempo atrás sempre presente nas apresentações da banda ...... não é a toa que serviu de inspiração pra banda Canadense de Thrash/Speed - EXCITER ! Esse disco tem a famosa - Better by You, Better than Me, que além de ser a mais psicodélica do álbum, musica que chega a proporcionar uma certa viagem típica dos anos 70, ( se não me engano trata-se de um cover ) .. a musica foi até acusada de incitar o suicídio de dois jovens nos EUA !! Os sons que seguem, White Head, Red Hot, Stained Class, Invader, Saints in Hell, Savage e Heroes End mostram uma banda totalmente centrada no Heavy Metal, aquele Heavy Metal clássico, direto e cru, sem firulas, bem do final dos anos 70, que serviu de alicerce para a NWOBHM: riffs cavalgantes, refrões fortes que grudam já logo na primeira passagem do disco, os agudos de Halford ja davam sua cara, e a bela sintonia entre a dupla de guitarras de KK e Tipton !! E por último a musica que fala por si só - Beyond the Realms of Death, é a mais melódica do disco, musica que da aquela quebrada no ritmo pra vc ter tempo de pegar um comprimido pra dor de cabeça antes que o disco acabe !!! É claro que a produção da época é muito inferior ao que estamos acostumados hoje em dia, mas esse álbum foi um divisor de águas para o Judas Priest, pois dai pra frente a banda focou totalmente no Heavy Metal e se tornou um dos grandes ícones do estilo !!!
 Nota 8,5

The Magician
Mesmo antes de elaborar essa resenha fui duramente questionado por um dos membros do blog pela nota postada com antecedência no "Ranking dos CD's" aqui do Metalcólatras. Então, já que o pessoal anda meio ansioso, aqui vai na lata: 
Nota 6, ou \m/\m/\m/.

Por conta da ansiedade, diferentemente dos demais reviews onde costumo detalhar o trabalho e posteriormente qualificar a obra, aqui a nota – antes da resenha - como "super destaque" do texto, é que deve ser explicada.

Pois bem, postagens de discos clássicos de bandas icônicas se transformam numa maldita arapuca. Qualquer crítica menos polida gera um belo mal-estar que tira o sono dos metaleiros mais apegados, e acaba com a reputação de qualquer crítico do ramo (não que neste caso, haja alguma reputação para se prezar).

O Judas Priest é uma das mais respeitáveis bandas de Heavy Metal Clássico da história, o "padre" desbravou campos desconhecidos para o até então tenro Metal setentista e influenciou no mínimo metade das bandas existentes a partir dos anos 80. Não há como questionar a marca que deixaram no cenário da música pesada mundial, e somente por isso, tomarei o máximo de cuidado para criticar esse disco (e não por causa de vocês, seus velhos mijões e obtusos).

Contudo, acho conveniente tentar analisar primeiramente o trabalho sob seu aspecto musical, que atesta as linhas melódicas, a harmonia e a sintonia rítmica de Stained Class, sem considerar os aspectos de contemporaneidade que a banda na ocasião do lançamento do álbum, não podia se isentar. Além do mais, se eu fizesse minhas considerações levando em conta esse ponto estaria sendo extremamente injusto.

O grupo inglês parece querer traçar um novo caminho em seu álbum de 1978, sem sombra de dúvidas. As melodias se tornam mais simples e comprimidas ao tempo que os bicordes quando protagonizam, são preferencialmente sufocados não dando a sustentação aberta aos vocais nos versos (comum em músicas mais Rock’n Roll, do Judas). Com este modelo de melodia o baixo passa a ter uma postura mais constante e viciada, marca registrada do Metal mais moderno. 

Percebe-se também maior liberdade aos falsetes de Halford, além de uma bateria mais ativa e de solos de guitarras bastante ousados, por vezes com timbres muito destacados e com repetição dos bends fora de escala, que trazem uma abordagem dissonante para as músicas. 

Todos esses fatores afastam o Stained Class de um padrão comum do Proto Hard Rock daquela geração, e podem sim ser considerados até certo ponto inovadores em 1978. Mas ainda se pode escutar a sonoridade do rock setentista visitá-los em alguns momentos específicos, como aos 1:53 de “Invader” que apresenta um interlúdio puramente “Zeppeliano”, e após o grito introdutório da faixa “Savage”; o verso principal poderia ser encontrado em qualquer álbum do Deep Purple daquela época. Inevitável.

O que infelizmente não pude perceber no álbum foram composições marcantes e aderentes, o que podemos encontrar em “Sin After Sin” (Diamonds and Rust) ou no “British Steel” (“Breaking the Law”). O único destaque vai para “Beyond the Realms of Death” onde a banda depositou um pouco mais de criatividade no sentido de progredir a composição, mas que ainda não atinge o nível de outros clássicos do Judas.

Portanto, mesmo que Stained Class se mantenha como uma impagável obra de referência para o Heavy Metal (e ele é, pois muito dos componentes realmente se encontram nesse trabalho), ele falha em trazer músicas de qualidade inoxidável, ou seja, composições que prevaleçam sobre o desgaste do tempo. E aqui comprovo essa minha avaliação com a própria atitude da banda que manteve apenas um som em seus menus clássicos de shows, dentro dos nove disponíveis em Stained Class, justamente a faixa “Beyond the Realms of Death” a qual credito um pouco mais de empenho dos músicos. Três músicas desse disco jamais foram apresentadas em algum show do Judas...

Não sou louco de dizer que o Judas ou Stained Class não sejam hiper influentes no gênero, até por que (diferente do Sabbath) a banda foi uma das primeiras a abraçar a “causa do Heavy Metal”. Mas com certeza influência não é sinônimo de qualidade e não é minha referência de avaliação. 

Mas se vamos dar nota por influência, aqui vão alguns nomes para idolatria: Muddy Waters, Jimmy Hendrix, The Beatles, Elvis Presley, Django Reinhardt, Robert Palmer e o próprio capeta: Robert Johnson.

Sobre a produção do disco eu acho que a precariedade poderia ser evitada, uma vez que no mesmo ano (78) Van Halen lançou seu debut – tão ou mais influente que Stained Class – com um trabalho de produção que poderia ser facilmente confundido com os selos dos anos 90. Isso realmente reduz um pouco da nota do trabalho, ainda mais sabendo que foi em parte, intencional.
Sobre a cruzada do Phantom em detectar o primeiro disco de Heavy Metal não vou desmerecer a pesquisa dele, mas dada as partes (hard) roqueiras do disco citadas nesse post, prefiro esperar um pouco pelo lançamento de “Heaven and Hell” do próprio Black Sabbath em 1980, para poder apontar o primeiro disco “completamente Heavy Metal”.

Por fim, nota 6.... ah, acho que já tinha comentado isso no post!

13 comentários:

  1. Além de ser o "elo perdido", parece um álbum que quanto mais eu ouço, mais eu gosto. Como aconteceu com Cowboys from Hell do Pantera e alguns outros discos... É difícil dar uma nota dentro de um curto prazo de tempo para este tipo de trabalho.

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  2. Welcome to the blog, Hellraiser! \m/

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  3. Enfim! Não serei mais o único crítico sóbrio deste blog!

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    1. kkkk, .... vamô que vamô !!!!
      Fight Fire with Fire !!! rsrsrs

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  4. Aeee Galera Metalcolatra, ...muito obrigado pelo convite e pelo espaço, ...espero contribuir muito com o blog e atender as expectativas dos amigos rockeiros !!!!!
    Long Live Rock n Roll !!!!!!

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  5. Magician, é sério que você acha este disco tão medíocre quanto o Avatar e pior que o Pagan Manifesto do Elven King? Porque tu não saí dos Metalcólatras e funda o "Produçólatras"? Afinal, para tu parece que a única coisa que importa é a produção dos álbuns.

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    1. Por que você não comenta a nota do Trooper 1,5 a mais do que sua nota nesse disco Phantom? Por que prefere criticar minha nota 1,5pts abaixo???

      Aumentar pode, mas diminuir não?

      ...não entendi...

      de qualquer modo tá aí minha explicação no post.

      Vou começar a resenhar as resenhas dos colegas do blog ao invés de resenhar o álbum.

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    2. Poderíamos reduzir esse papo afirmando: a opinião é minha e eu dou a nota que eu quiser, mas aí estaríamos esfriando o blog ao ponto de congelamento.
      Eu estou somando as informações de tuas resenhas e descobrindo teu modo de avaliar os discos, assim analisando a coerência de teus argumentos, é assim que fizemos Pirikitus, Venâncio entre outros metalcólatras abandonar o blog aos prantos.

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  6. Magician, seu pseudo-músico-crítico-azedo, desafio-te a tocar uma das duas primeiras faixas deste disco com todo equipamento atual (e consequentemente distorção, sonoridade etc). Chame um colega, seja para tocar guitarra solo, baixo ou até bateria: verás que se trata de um bom heavy metal e provavelmente também verás que o único problema do Judas é que em 78 eles não conseguiram um estúdio (e/ou gravadora) como o Van Halen conseguiu.
    [Obs.: Só para constar, o British Steel é bem mais Hard Rock/Rock n Roll do que o Stained Class.]

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  7. Tá por fora Magician, Lady Evil é um rockão básico, Walk Away é hardrock e Lonely Is The Word é meio psicodélica. Heaven & Hell tá mais longe de ser um álbum de metal por inteiro do que Stained Class.

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  8. Não concordo com nenhum de vocês, velhos mijões!

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  9. Magician está um verdadeiro colunista poser, escreve pomposamente sem argumentos convincentes. Volta pro IGT, tio frustrado!

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