sábado, 30 de abril de 2022

Sonata Arctica - Silence

 O álbum Silence, lançado pelo Sonata Arctica em 2001, foi escolhido para análise por The Trooper.

01-...Of Silence; 02-Weballergy; 03-False News Travel Fast; 04-The End of This Chapter; 05-Black Sheep; 06-Land of the Free; 07-Last Drop Falls; 08-San Sebastian; 09-Sing in Silence; 10-Revontulet; 11-Tallulah; 12-Wolf & Raven; 13-Respect the Wilderness (bônus); 14-The Power of One; 15-Peacemaker (bônus)



The Trooper
3
Confesso que vim para esta resenha com um alto grau de preconceito, pois achava que tinha ouvido este álbum, mas na verdade era o Ecliptica, que o Magician votou. Eu me lembro de me irritar com a voz de 'caganeira' do vocalista, mas não sei se é a idade, se minha alma ficou mais piedosa, ou se ele canta de maneira diferente neste álbum, mas o fato é que ele conseguiu passar batido sem me irritar. Mas ainda sim, entendo melhor a velha citação do Merchant: 'cabeludos chorões', pois choradeira é uma constante neste trabalho, nas letras e tons (talvez o ápice esteja em 'Last drop Falls').

De qualquer maneira fiquei razoavelmente surpreso com o conteúdo em geral. A letra de Land of Free, por exemplo, parece se referir a eleição de Bush (viagem minha?). O álbum foi lançado em junho de 2001, no ano em que ele tomou posse, mas antes do 11 de setembro.

Eu disse que o vocalista conseguiu passar batido, mas o tecladista não. Eu acabei de fazer uma resenha onde ele era tecladista (Symfonia), e lá ele mandou muito bem. Por que fez cocô aqui, então? Ordens do boss (o antigo vocalista/tecladista)? Ele até faz algo que presta no trabalho, mas os trechinhos bregas e felizes (principalmente nas intros) estragam as partes boas.

As guitarras mandam bem. Algumas quebras de ritmo malucas, excesso de alegria ou melancolia, mas sempre aparecendo um trecho interessante aqui e ali.

Resumo: O excesso de letras de corno e os tecladinhos mocorongos não chegam a estragar o trabalho, é legalzinho.

Meu destaque vai para 'Revontulet'.
 
Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician

Confesso que estou feliz e surpreso de ver o Sonata aqui no blog, mesmo depois de tantos anos, sempre é oportuno escutar novamente um trabalho dos caras.

É uma banda que teve relativa importância naquela efêmera “re-ascensão” que o Heavy Metal teve na virada do século, puxada principalmente pelo movimento do power metal europeu (Edguy, Avantasia, Hammerfall, Primal Fear, Sonata Arctica, Nightwish,etc..).

Antes de qualquer coisa, a pessoa que se aventurar nessa sonoridade deve estar ciente do fato que o Sonata está mergulhado até o pescoço no estilo power-melodic-speed-symphonic-metal-espadinha-farofa-Metal sem nenhum tipo de remorso, lembrando que na ocasião o gênero ainda era uma promessa.

Dito isso, o que se sobressai é a veia técnica impecável da banda, e aqui não estou ressaltando somente a técnica dentro das pautas (sobre a execução das diferentes escalas, acordes, arpejos bem trabalhados, e o desenvolvimento sobre as tessituras, em si...), mas sim e principalmente, a produção geral sobre as melodias usando os multi canais de gravação, como as vozes dobradas, o piano, e todas as texturas pomposas com abuso das camadas abertas dos teclados e dos sets de distorções translúcidos das guitarras. O Sonata era de forma geral, bastante eloquente em estabelecer um composto sonoro, sem se preocupar com o risco real de sobrecarregar sua música... Mas vejo isso como uma característica geral das bandas de metal da Finlândia.

Quando ouvi pela primeira vez esse trabalho na ocasião em que foi lançado, de maneira equivocada eu o coloquei na prateleira “CD na bota do anterior”, tipo “reciclado”, como se fosse uma reedição rebuscada do Ecliptica; isso acontecia porque muitas vezes absorvia o conteúdo juntamente com muitos outros CDs de outras bandas, e uma vez que eu escolhia um favorito desses trabalhos, acabava subestimando todos os outros. Mas o fato é que “Silence” é acima da média, e eu arriscaria dizer, que talvez, até melhor que o primeiro trabalho do Sonata (preciso revisitar o debut para confirmar essa constatação).

Embora escutar esse tipo de som faça com que eu me sinta na zona de conforto, tem muita coisa boa mesmo aqui nessa obra, sendo que sinceramente não encontrei nenhuma música fraca na coleção e ainda por cima algumas coisas, como por exemplo a frenética faixa “Wolf & Raven” que me surpreenderam bastante (quando atua de forma rápida e “nervosa” o Sonata lembra o Dream Evil). Mas o espetáculo inegavelmente está naquilo que o Sonata é em sua essência: uma banda de balada; As composições mais atmosféricas e lentas se sobressaem de tal maneira que é impossível não fazer um repeat no mplayer após escutar ‘Silence’ na íntegra, como se fosse um “resumo” desse álbum, com somente as ótimas: “The End of This Chapter”, “Last Drop Falls” (cornozisse master mesmo), “Sing In Silence” e “Tallulah”.

 Sobre o conteúdo escrito, escutar esse tipo de trabalho que flerta com o conceitual me faz não procurar por significados nas letras, que ficam afinal muito presas às criações próprias dos autores, e qualquer interpretação fora da história é puramente viajar na maionese... mas cabe dizer que pela primeira vez eu li algo como “andar no frio da noite sem cueca” em uma letra de metal melódico...

Aliás, falando em cuecas, embora seja um verdadeiro “mela-cuecas”, esse é realmente um pusta álbum do gênero, e indico sem pestanejar como referência verdadeira de toda uma época quando esse estilo de heavy metal parecia ser o carro chefe da “música pesada” ao redor do globo.

Curta você também a nostalgia gostosa dessa geração nos lindos embalos de “Tallulah”!

Nota 8, ou \m/\m/\m/\m/.

8 comentários:

  1. Todos os álbuns com 2 votos, postados.

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  2. Sério Trooper, que você escolheu como destaque uma música de 1 minuto que abusa dos tecladinhos?... só pra falar que a melhor é uma instrumental?

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  3. Por falar em Bush, a autora canadense que estou lendo acabou de citá-lo, veja um dos legados que ele deixou e ainda perdura: "Despite all the talk of outsourced torture, the Bush administration’s real innovation has been its in-sourcing, with prisoners being tortured by U.S. citizens in U.S.-run prisons or directly transported, through “extraordinary rendition,” to third countries on U.S. planes. That is what makes the Bush regime different: after the attacks of September 11, it dared to demand the right to torture without shame. That left the administration subject to criminal prosecution—a problem it dealt with by changing the laws. The chain of events is well known: then–secretary of defense Donald Rumsfeld, empowered by George W. Bush, decreed that prisoners captured in Afghanistan were not covered by the Geneva Conventions because they were “enemy combatants,” not POWs, a view confirmed by the White House legal counsel at the time, Alberto Gonzales (subsequently U.S. attorney general).66 Next, Rumsfeld approved a series of special interrogation practices for use in the War on Terror. These included the methods laid out in the CIA manuals: “use of isolation facility for up to 30 days,” “deprivation of light and auditory stimuli,” “the detainee may also have a hood placed over his head during transportation and questioning,” “removal of clothing” and “using detainees’ individual phobias (such as fear of dogs) to induce stress.”67 According to the White House, torture was still banned—but now to qualify as torture, the pain inflicted had to “be equivalent in intensity to the pain accompanying serious physical injury, such as organ failure.”e68 According to these new rules, the U.S. government was free to use the methods it had developed in the 1950s under layers of secrecy and deniability—only now it was out in the open, without fear of prosecution. So in February 2006, the Intelligence Sciences Board, an advisory arm of the CIA, published a report written by a veteran Defense Department interrogator. It stated openly that “a careful reading of the Kubark manual is essential for anyone involved in interrogation.” 69 One of the first people to come face-to-face with the new order was the U.S. citizen and former gang member José Padilla. Arrested in May 2002 at Chicago’s O’Hare airport, he was accused of intending to build a “dirty bomb.” Rather than being charged and taken through the court system, Padilla was classified as an enemy combatant, which stripped him of all rights. Taken to a U.S. Navy prison in Charleston, South Carolina, Padilla says he was injected with a drug that he believes was either LSD or PCP and subjected to intense sensory deprivation: he was kept in a tiny cell with the windows blacked out and forbidden to have a clock or a calendar. Whenever he left the cell he was shackled, his eyes were covered with blackout goggles and sound was blocked with heavy headphones. Padilla was kept under these conditions for 1,307 days and forbidden contact with anyone but his interrogators, who, when they questioned him, blasted his starved senses with lights and pounding sounds.70 Padilla was granted a court hearing in December 2006, although the dirty-bomb allegations for which he had been arrested were dropped. He was accused of having terrorist contacts, but there was little he could do to defend himself: according to expert testimony, the Cameron-style regression techniques had completely succeeded in destroying the adult he once was, which is precisely what they were designed to do. “The extended torture visited upon Mr. Padilla has left him damaged, both mentally and physically,” his lawyer told the court. “The government’s treatment of Mr. Padilla has robbed him of his personhood.” A psychiatrist who assessed him concluded that he “lacks the capacity to assist in his own defense.”71 The Bush-appointed judge insisted that Padilla was fit to stand trial, however. The fact that he even had a public trial makes Padilla’s case extraordinary.

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  4. Só mais um teco: "Jumah al-Dossari, a Guantánamo prisoner who has tried to commit suicide more than a dozen times, gave written testimony to his lawyer that while he was in U.S. custody in Kandahar, “the investigator brought a small device like a mobile phone but it was an electric shock device. He started shocking my face, my back, my limbs and my genitals.”79 And Murat Kurnaz, originally from Germany, faced similar treatment in a U.S.-run prison in Kandahar. “It was the beginning, so there were absolutely no rules. They had the right to do anything. They used to beat us every time. They did use electroshocks. They dived my head in the water.”

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    1. Trooperzito, de verdade não sei porque vc caiu nesse assunto aih do Bush, quer divulgar a obviedade que o U.S. é o pior povo-governo-cultura da história..? como vc não extrapola as paredes da informação acadêmica tradicional, vai ficar impressionado com esses fatos que não representa nem 1% de toda a merda que os americanos estão envolvidos....
      anyway, para corroborar e até resumir esse assunto tedioso e óbvio (para quem tem o mínimo de cérebro) que você está tentando trazer à luz do conhecimento, basta assistir esse filme aqui:
      https://en.wikipedia.org/wiki/The_Report_(2019_film)

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