terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Symfonia - In Paradisum

 O álbum In Paradisum, lançado pelo Symfonia em 2011, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.


1 - Fields of Avalon; 2 - Come By The Hills; 3 - Santiago; 4 - Alayna; 5 - Forevermore; 6 - Pilgrim Road; 7 - In Paradisum; 8 - Raphsody in Black; 10 - Don't Let Me Go; 11 - I'll Find My Way Home".

The Magician

A escolha de ‘In Paradisum’ da banda Symfonia já foi criticada por alguns membros do blog mesmo antes de haver qualquer palavra resenhada dentro do site (os famosos grupos de zap e tals), adicionalmente uma Rock Brigade que tenho aqui em casa de 2011 também torce o nariz para esse trabalho. O motivo das críticas em ambas situações relembra a velha queixa sobre o Power/Speed Metal que vem definhando nesses últimos 20 anos: tedioso, sempre a mesma coisa, cópia de tal coisa… e assim por diante.

Andre Matos na ocasião bolou uma resposta (abaixo) pra esses críticos, por isso não vou perder meu tempo (mesmo não sendo tão precioso assim), com isso – vou apenas fazer um CTrl+V aqui:

[...] uma coisa que eu sempre dizia nas entrevistas [...], era o seguinte: 'Symfonia não é para ser uma banda ou um projeto que foi feito para reinventar o estilo [...]. O que queríamos era juntar todos aqueles músicos famosos que de alguma forma tiveram seus destaques neste campo musical específico e ver o que sai disso. Veja quando essas pessoas estão juntas, e se elas dão o seu melhor, que tipo de power metal sai disso.' Então essa era a proposta do álbum, e nunca negamos. Então, se alguém chegasse com alguma crítica do tipo: 'Mas é mais do mesmo, e não traz nada de novo. Parece Stratovarius e Angra.' Bem, isso é exatamente o que queríamos.  

Dito isso, não há dúvidas que toda a estrutura e o conceito desse trabalho parte das experiências anteriores dos dois principais compositores da obra, e não há nenhuma vergonha nisso, na minha opinião, muito pelo contrário; uma vez que os caras já estão estabelecidos em um gênero, resta os mesmos incrementarem suas ideias, sem necessariamente mudar a direção das músicas.

Obviamente existe um risco de fadiga para aqueles que vão escutar o trabalho, mas isso dependerá de quanto você é ou não fã do gênero, e se está ainda disposto a escutar novas composições que respeitam totalmente a história e o estilo característico do Power sem novas aventuras, aquele já consolidado pelas bandas melódicas e sinfônicas pós Helloween, e este é o meu caso. Embora eu confesse que no começo achei “isso aqui um chororô chatoso”, depois da terceira audição o negócio começou a ficar bom, e passou a ser um “chororô gostoso” daqueles que o verdadeiro fã de power metal adora. Aliás uma das características conhecidas desse gênero é que ele ganha força na medida em que com as repetições, você cada vez mais se acostuma às composições, e da forma com que as letras interagem com as pautas sonoras.

Sim, é o de sempre com batatas, Andre cantando em tons extremamente altos na maior parte do tempo (vale ressaltar que com a voz já desgastada e mais madura, que acontece nos trabalhos depois do Fireworks, esse foi o melhor registro de Matos na minha opinião), enquanto Timo frita nervosamente a guitarra com sua inconfundível digitação límpida e alcalina em seus solos mega-pirulitantes (prestem atenção no que quero dizer aos 4m:52s da faixa In Paradisum).

Fora isso a sonoridade geral também resgata toda a discografia já consagrada dos dois compositores em suas bandas anteriores, com músicas rápidas, cadenciadas, épicas, utilização de coros em refrãos, muitas camadas de teclado de suporte, riffs e solos velozes, etc.

O que acredito que talvez tenha levado a sonoridade geral mais para 'o lado' do Stratovarius do que para do Angra é o fato do tecladista não ser o Andre, mas sim Miko Harkin do Sonata, e há de se lembrar que o DNA da veia compositora de Matos está muito mais vinculado às suas musicas compostas no piano. Ou seja, se você quiser reduzir a análise a uma linha simples de conclusão, este é um trabalho que lembra muito mais um Stratovarius com Andre Matos, do que um Angra com o Timo Tolkki.

Mas a conclusão é que a sonoridade está bem encaixada, tudo certinho, tecnicamente e melodicamente no seu lugar, com apenas os exageros contumazes que o próprio gênero se reserva, mas nada além disso. Um bom trabalho de Power/Speed Metal para aqueles mais conservadores desse nicho.

Ah, sobre as letras, são bem simples e diretas, mas no geral passam reflexões de indulgência, superação, amadurecimento e redenção (se é que dá pra trazer tudo escrito no álbum em termos simples), possivelmente pesa a opção de caras mais velhos que preferiram não rebuscar tanto assim a obra ao colocar um estilo ópera, o que seria bem aceito aqui. Por fim, o conteúdo lírico passa um ‘good vibes’, que o Phantom pode apreciar sem medo de ser feliz!

Não achei nenhuma música fraca e nem espetacular, mas existem os destaques: “Come by the Hills”, “Santiago”, “In Paradisum”, “I Walk in Neon” e a balada (para mim, a melhor!) “Don’t Let me Go”.

Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.

Apesar de neste caso aqui eu achar esse papo “de mais do mesmo” uma verdadeira papagaida, provavelmente não é o que o Timo acha, já que em um ‘pitty’ por e-mail ele acabou com a banda e mandou todo mundo embora, inclusive ele mesmo (lembra alguém, certo Trooper?). Andre Matos disse sobre isso, que “haviam lhe avisado” sobre Timo, mas o fato é que o cara parece meio complicado da cabeça mesmo, ou ele encontrou um maldito elfo lá na Finlândia que ele adotou e abrigou no seu porão, e que fica dizendo no ouvido dele que as músicas que ele faz são uma porcaria e mais do mesmo… vai saber.        



The Trooper
3
Sinceramente não sei por quê ouvi falar tão mal deste trabalho. São os velhos resmungões do metal. O Mercante deveria ter inventado um selo 'Recusado pelos resmungões do metal', eu ia colar aqui. 
 
A impressão inicial que eu tive foi o que o Magician falou, 'Stratovarius com André'. Isso seria bom, já. Stratovarius é bom, André é bom ... Cabô. Mas não é só isso, não. Eu ainda fui surpreendido no álbum. Na primeira audição, escravizado pelo trabalho, só deu pra notar 'Ei! Isso não é ruim!' Na segunda audição, com o fone de ouvido boqueta, sonzinho de 70 kbps do YouTube, e ainda assim, 'C#$%#$! Que música f$%#!'

O primeiro solo de 'Alayna' começou e eu pensei 'Eita p$#%! É o Slash?' Em 'Pilgrim Road', veio uma pegada 'Folk Metal' inesperada e quando entra no solo o Timmo manda o folk pro c@#$%$# e enfia uma guitarra nada a ver que ainda ficou muito louca.

Em 'I Walk in Neon', além dos teclados 'a la Stratovarius', tem uns tecos que parecem anos 80 e você fica esperando o Morrissei entrar cantando.

E 'In Paradisum', p#$% que pariu! É uma obra-prima! Pode parecer uma música estranha e nada a ver, mas preste atenção nos altos e baixos acompanhando a letra, fantástico!

Pra terminar, 'Don't Let me Go', 'Hotel California', mas muito mais triste, meio 'Chrono Cross', fechou muito bem o álbum, e eu nem posso xingar porque eles não quebraram minha regra de duas baladas por álbum.

Não posso falar mal de ninguém. O tecladista seguiu a linha Stratovarius, e aí não tem erro. Só tenho elogios pro cara. André, é André... Só senti um pouco a falta de uma gritaria raivosa que ele aplicou no primeiro álbum do Shaman e aqui não rolou, mas dá pra entender, não é a pegada deste álbum. Batera e baixo na manha, sem deixar a peteca cair, aparecendo aqui e ali. E por fim, o dono da bola, Timmo 'Chorão' Tolkki, o mestre, o gênio. Ele enfiou uns riffs pesadíssimos no álbum que deixam a gente esperando uma faixa inteira de porrada, mas aí ele vai lá e muda tudo no meio. Mas é a mesma parada que citei sobre o André, não é a pegada do álbum. Quem curte power metal, metal melódico, essas paradas aí, já podia esperar, então nem xinga.

Agora ... O Timminho criar um monte de letra bacana, dramática, mas passando uma mensagem 'carry on' e depois se trancar no quarto chorando, e como disse o Magician, 'mandar todo mundo embora por e-mail', não dá, né? Coerência, por favor, Timminho.

Resumo: P#$% álbum! Mas tem que prestar atenção pra ouvir e não esperar porrada.

Nota: \m/\m/\m/\m/


6 comentários:

  1. Não peguei a referência: 'lembra alguém certo, Trooper?'
    To com sono. Não quero ouvir no YouTube, comprou o cd e vai me emprestar, Magician?

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    1. Conheci um zumbi que se demitiu por e-mail. Sem CDs, me rendi ao streaming... te vira.

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    2. Podecrê... foi divertido.

      Seu vendido!

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  2. Nojento ouvir no YouTube, hein Magician? Porque você não me falou 'compra esse cd e se vc não gostar eu te reembolso'? Nem ia pedir o reembolso.

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