O álbum In Paradisum, lançado pelo Symfonia em 2011, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.
The Magician
Andre Matos
na ocasião bolou uma resposta (abaixo) pra esses críticos, por isso não vou
perder meu tempo (mesmo não sendo tão precioso assim), com isso – vou apenas
fazer um CTrl+V aqui:
[...]
uma coisa que eu sempre dizia nas entrevistas [...], era o seguinte: 'Symfonia
não é para ser uma banda ou um projeto que foi feito para reinventar o estilo
[...]. O que queríamos era juntar todos aqueles músicos famosos que de alguma
forma tiveram seus destaques neste campo musical específico e ver o que sai
disso. Veja quando essas pessoas estão juntas, e se elas dão o seu melhor, que
tipo de power metal sai disso.' Então essa era a proposta do álbum, e nunca
negamos. Então, se alguém chegasse com alguma crítica do tipo: 'Mas é mais do
mesmo, e não traz nada de novo. Parece Stratovarius e Angra.' Bem, isso é
exatamente o que queríamos.
Dito isso,
não há dúvidas que toda a estrutura e o conceito desse trabalho parte das
experiências anteriores dos dois principais compositores da obra, e não há
nenhuma vergonha nisso, na minha opinião, muito pelo contrário; uma vez que os
caras já estão estabelecidos em um gênero, resta os mesmos incrementarem suas
ideias, sem necessariamente mudar a direção das músicas.
Obviamente
existe um risco de fadiga para aqueles que vão escutar o trabalho, mas isso
dependerá de quanto você é ou não fã do gênero, e se está ainda disposto a
escutar novas composições que respeitam totalmente a história e o estilo
característico do Power sem novas aventuras, aquele já consolidado pelas bandas
melódicas e sinfônicas pós Helloween, e este é o meu caso. Embora eu confesse
que no começo achei “isso aqui um chororô chatoso”, depois da terceira audição
o negócio começou a ficar bom, e passou a ser um “chororô gostoso” daqueles que
o verdadeiro fã de power metal adora. Aliás uma das características conhecidas
desse gênero é que ele ganha força na medida em que com as repetições, você cada
vez mais se acostuma às composições, e da forma com que as letras interagem
com as pautas sonoras.
Sim, é o de
sempre com batatas, Andre cantando em tons extremamente altos na maior parte do
tempo (vale ressaltar que com a voz já desgastada e mais madura, que acontece nos
trabalhos depois do Fireworks, esse foi o melhor registro de Matos na minha
opinião), enquanto Timo frita nervosamente a guitarra com sua inconfundível digitação
límpida e alcalina em seus solos mega-pirulitantes (prestem atenção no que
quero dizer aos 4m:52s da faixa In Paradisum).
Fora isso a
sonoridade geral também resgata toda a discografia já consagrada dos dois
compositores em suas bandas anteriores, com músicas rápidas, cadenciadas,
épicas, utilização de coros em refrãos, muitas camadas de teclado de suporte, riffs e solos velozes, etc.
O que
acredito que talvez tenha levado a sonoridade geral mais para 'o lado' do
Stratovarius do que para do Angra é o fato do tecladista não ser o Andre, mas
sim Miko Harkin do Sonata, e há de se lembrar que o DNA da veia compositora de
Matos está muito mais vinculado às suas musicas compostas no piano. Ou seja, se
você quiser reduzir a análise a uma linha simples de conclusão, este é um
trabalho que lembra muito mais um Stratovarius com Andre Matos, do que um Angra
com o Timo Tolkki.
Mas a conclusão
é que a sonoridade está bem encaixada, tudo certinho, tecnicamente e
melodicamente no seu lugar, com apenas os exageros contumazes que o próprio
gênero se reserva, mas nada além disso. Um bom trabalho de Power/Speed Metal para
aqueles mais conservadores desse nicho.
Ah, sobre
as letras, são bem simples e diretas, mas no geral passam reflexões de
indulgência, superação, amadurecimento e redenção (se é que dá pra trazer tudo escrito no álbum em termos simples), possivelmente pesa a opção de caras mais velhos que preferiram não rebuscar
tanto assim a obra ao colocar um estilo ópera, o que seria bem aceito aqui. Por fim, o conteúdo lírico passa um ‘good vibes’, que o Phantom pode apreciar sem medo de
ser feliz!
Não achei
nenhuma música fraca e nem espetacular, mas existem os destaques: “Come by the
Hills”, “Santiago”, “In Paradisum”, “I Walk in Neon” e a balada (para mim, a
melhor!) “Don’t Let me Go”.
Nota 7 ou
\m/\m/\m/\m/.
Apesar de
neste caso aqui eu achar esse papo “de mais do mesmo” uma verdadeira papagaida,
provavelmente não é o que o Timo acha, já que em um ‘pitty’ por e-mail ele acabou
com a banda e mandou todo mundo embora, inclusive ele mesmo (lembra alguém, certo Trooper?). Andre Matos disse sobre isso, que “haviam lhe avisado” sobre
Timo, mas o fato é que o cara parece meio complicado da cabeça mesmo, ou ele
encontrou um maldito elfo lá na Finlândia que ele adotou e abrigou no seu
porão, e que fica dizendo no ouvido dele que as músicas que ele faz são uma
porcaria e mais do mesmo… vai saber.
The Trooper