quarta-feira, 29 de julho de 2020

Iced Earth - Something Wicked This Way Comes

O álbum Something Wicked This Way Comes, lançado em 1998 pelo Iced Earth, foi escolhido por Pirika para análise.


Faixas: 01-Burning Times; 02-Melancholy (Holy Martyr); 03-Disciples of the Lie; 04-Watching over Me; 05-Stand Alone; 06-Consequences; 07-My Own Savior; 08-Reaping Stone 09-1776 (Instrumental); 10-Blessed Are You; 11-Prophecy; 12-Birth of the Wicked; 13-The Coming Curse




Phantom Lord

Excluindo as fases ignoráveis do blog como as épocas das postagens dos álbuns do Slash e do Lulu, este é o meu maior atraso neste blog. “Pulei” a postagem anterior para resenhar este disco do Iced Earth... Vocês fãs e demais metalcólatras devem estar se perguntando: Porquê?? Por onde andou o sábio Phantom Lord?? (Brincadeira, eu sei que vocês não estão)
A verdade é que estou gradualmente cada vez mais desinteressado no Révi Metau. Para mim está ótimo ter uns 200 álbuns no pc e um total de quase 4000 músicas para se ouvir ás vezes. Bem às vezes. Além de meu gosto estar mudando (ou só saturando), estou às portas da tiozisse oficial: Em alguns meses entro para turma dos entas. Mas juro que não vou gostar de MPB por causa disso.

Agora sobre o álbum do Terra Congelada, eu já ouvira (que jeito chique de falar “tinha ouvido”, né?) várias vezes. Achei ele melhor que o Dark Saga que só tem a capa de bacana. Este álbum que leva o nome duma obra literária (a tradução seria Alguma Coisa Pervertida Está à Caminho?) contém ao menos 4 faixas que me chamaram bastante atenção por anos: Burning Times, melancholy, Disciples of Lie e Watching Over Me.

Sempre vi um potencial no vocalista por causa de seu timbre diferenciado, mas em diversas músicas ele escolhe uns tons meio bundões por muito tempo (como em Blessed are You, por exemplo), daí acaba me torrando a paciência. A parte instrumental tem seu diferencial ou sua marca em relação às outras bandas, mas ao todo, o Iced nunca conseguiu fazer um álbum fodão.

Observações feitas, a minha opinião é que o SWTWC é bacana. Passei a gostar mais de Consequences após a última audição... Sendo assim sugiro aos fãs de heavy metal, que ao menos ouçam uma vez este álbum do Iced Earth.

Enfim opinião é isso aí. Não é bem como a bunda como dizem por aí, pois Platão descreveu melhor o que é opinião: É o que fica entre a ignorância e a ciência/ o conhecimento. Se a opinião não é uma busca pela(s) verdade(s) como o conhecimento/ a ciência, a opinião não deve ser imposta guela abaixo dos outros. É assim que mamadeiras de piroca, ditadura gayzista e terraplanismo viram “verdades” hoje em dia.

1. "Burning Times" 8,0
2. "Melancholy (Holy Martyr)" 7,3
3. "Disciples of the Lie" 7,5
4. "Watching Over Me" 8,8
5. "Stand Alone" 7,0
6. "Consequences" 8,2
7. "My Own Savior" 6,0
8. "Reaping Stone" 6,7
9. "1776" 7,0
10. "Blessed Are You" 6,1
11. "Prophecy" 6,3
12. "Birth of the Wicked" 6,5
13. "The Coming Curse" 5,8

Nota: 7,0

Curiosidade: Muitas bandas criticam um determinado tema ou alvo, imitando este alvo. Como exemplo de imediato lembro-me de Disposable Heroes do Metallica (onde o vocalista grita palavras de ordem de um comandante para o soldado) e esta Burning Times parece seguir a mesma linha. Eu achava válido (ainda acho que são boas músicas em variados aspectos), mas muita gente, mas muita mesmo, não entende as mensagens destas músicas. Quando digo muito, nem preciso de um vasto estudo, é só constar os fatos que citei acima. Num mundo onde acredita-se que o planeta é um disco ou uma chapa, quantos vão entender a mensagem destas músicas? Isto deve agradar muito caras como o Metal Mercante que pregava que o metal não precisava se popularizar e que era melhor que se mantivesse “para poucos com bom gosto”...


Pirika
Nota do editor - Esta resenha contém clubismo.

10 anos depois do começo do blog temos o prazer de resenhar Something Wicked This Way Comes, essa obra maravilhosa que fez parte da minha história como Metalcólatra. Meu carinho por esse cd se deve ao fato de que ele foi comprado na minha segunda ida a Galeria do Rock lá em meados de 2000 junto com o Alive 3 do Kiss, ambos por indicação do Julião que já conhecia a banda bem melhor com o Alive in Athens e não posso deixar de dizer que ele acertou em cheio em ambos.

Eu ouvia tanto esse cd que minha mãe quis me fazer uma surpresa e me presenteou com outro cd da banda tão escutada, o primeiro cd intitulado Iced Earth cujo o vocalista não era o divino Matt Barlow e sim Gene Adam. Posso garantir até hoje que depois de ouvir When the Night Falls do Alive in Athens na voz do Barlow trocentas vezes com aquela baixa qualidade de produção ao vivo, descobrir no momento que eu botei o Iced Earth pra tocar que o vocal era outro, e bem pior, foi uma das minhas maiores decepções metaleiras da adolescência.

Agora que já contei a maravilhosa experiência negativa com o primeiro cd do Iced Earth, precisamos falar sobre a experiência com Something Wicked This Way Comes que foi o completo oposto. Pra começar que esse cd por si só é de uma qualidade ímpar, a capas do Iced Earth sempre foram de longe uma das minhas preferidas (essa em especial feita por Greg Capullo) e o som feito pelo Iced Earth que na época não era nem um pouco batido, um power/speed de respeito com Jon Schaffer sendo um monstro da guitarra e Matt Barlow sendo um monstro nos vocais. Era simples assim.

O cd praticamente inteiro é de total solidez, a única música um pouco mais fraca é Consequences porém até ela possui uma letra muito legal. Burning Times merece destaque como a melhor música desse cd, uma porrada de boas vindas. O cd também possui outros diversos destaques como as outras porradas (My Own SaviorDisciples of the LieStand Alone), as músicas mais lentas (MelancholyWatching Over Me (letra maravilhosa feita para o falecido amigo de Jon), Blessed Are You) até a música instrumental 1776. O meu último destaque fica por conta da Trilogy of the Wicked, as 3 últimas músicas do álbum que dão início ao conto da saga de Set Abominae e os Setians.

Para finalizar eu queria lembrar tive o privilégio de ir no show em 2010 quando o Barlow voltou a banda. Eu fui algumas vezes agraciado com com o melhor set list possível para o meu gosto pessoal (Impossível não mencionar aqui o Megadeth com a Blackmail the Universe tour em 2005 e aquele setlist pra lá de absurdo.), uma delas definitivamente foi o inesquecível show do Iced no Via Funchal com a galera pirando no Burning Times, se emocionando na dobradinha Dark Saga + A Question for Heaven (nessa última com a galera substituindo o maravilhoso back vocal feito originalmente pela irmã do Matt Brown) e até mesmo se surpreendendo com a capacidade do Matt Brown de cantar Ten Thousand Strong gravada por Tim "Ripper" Owens. Adicionei todos esses vídeos abaixo, menos Ten Thousand Strong pois não achei registro com qualidade suficiente, e adicionei também o AMV de My Own Savior do anime Berserk pois assistir vídeo musical de anime era uma das formas mais legais de conhecer músicas novas de metal (depois só passaram a usar nu metal aí ficou uma bosta).

Não sei se deu para perceber mas a minha casa ama e protege o Iced Earth com Jon Schaffer e Matt Barlow. Obrigado. De nada.


Top 3: Burning TimesMelancholy (Holy Martyr) e Watching Over Me. Shame Pit: Consequences.

Nota: 8

"Wrote about in history as if it’s all O.K.
A race of people murdered, another one enslaved
Now our world crumbles, it’s happening within
Open your eyes and realize the world we’re living in."

AMV - My Own Savior


Iced Earth - Burning Times

Iced Earth - A Question For Heaven 


Iced Earth - Ten Thousand Strong (Metal Camp Open Air - 2008)


The Magician

Dos recônditos mais profundos da memória desse metaleiro, nosso amigo pássaro arrancou e trouxe à tona Something Wicked This Way Comes (SWTWC), um trabalho magistral da banda americana Iced Earth.

 Aliás antes de escrever qualquer coisa, é preciso dizer que o Iced é o maior acerto americano no sub gênero Power Metal desde DIO (que basicamente ratificou o gênero). Digo isso porque em inúmeras passagens aqui do blog critiquei o fraco movimento do Power Metal americano, sempre sob as sombras do movimento europeu.

 Tudo bem que no caso da banda de Schaffer, as referências ao Heavy Metal Britânico Old School (especificamente Iron Maiden) e ao Thrash Metal americano (especificamente Metallica), nesse álbum por exemplo, ficam realmente muito claras. Isso facilita muito para a banda promover seu estilo nos critérios de eliminação do mercado do Heavy Metal. Mas cuidado, não confunda; beber dessa fonte de referências clássicas não desqualifica e não reduz o próprio estilo super peculiar do Iced Earth, que mesmo com a alternância de vocalistas se manteve fiel a criação de uma identidade forjada ao longo de mais de três décadas. Outro ponto importante é que o Iced é uma das bandas que solidificaram sua carreira justamente com os trabalhos produzidos próximo à virada do novo (hoje já não tão novo assim) milênio; época extremamente producente para o gênero Heavy como um todo (o cenário B do Metal tinha muita demanda para shows, o movimento do compact disc no auge.... dinheiro entrando e fomentando essa criatividade, já falamos disso por aqui).

Mas a despeito do cenário geral e do mercado da música pesada, a banda de John Schaffer deixou alguns legados para as gerações futuras, e arrisco dizer que o melhor de sua obra como banda está exatamente aqui. SWTWC é um álbum direto com grande profundidade ao imprimir as linhas de percussão, guitarras base e melodia dos vocais (ainda acho que é também a melhor apresentação das guitarras solo da banda até 2000). A contundência entregue nos sons mais pesados é contra balanceada pelas 'heavy ballads', intercalando assim as faixas entre peso e melodia, em boa parte do trabalho. Mesmo acatando que o Iced tem limites bem estabelecidos em sua sonoridade que podem ser entendidos como vícios que 'prendem' a banda em uma determinada zona de ação, não tem como não reconhecer o poderio das composições dos americanos em "Something Wicked...".

A consistência em alto nível do disco é assustadora, quando você pensa: "OK, agora vem uma música para eu poder ir tirar água do joelho.." nada disso meu amigo, só tem paulada ou sons épicos, sem tempo para digerir a massaroca que vem goela abaixo.

John Schaffer que já era reconhecido como um dos mestres do groove metaleiro, aqui vai além, e da espaço para melodias pontuais da guitarra solo, e também com sincronização mais coesa com as linhas de bateria (o bumbo duplo em consonância com os riffs do refrão em "Stand Alone" simplesmente irão tirar o seu fôlego). E sobre MB, como o próprio Shaffer disse, foi o trabalho que mais se envolveu e dedicou seu talento para o Iced. Simples assim, e o resultado não poderia ser outro: interpretações eloquentes que elevam as composições a um patamar de imersão que dificilmente podemos encontrar nas demais publicações da banda (ouvir o Robb Flymm "chupando" o microfone nas suas inspirações que procuram demonstrar raiva nas interpretações me fizeram desistir do Machine Head, e aqui Barlow simplesmente dá uma aula de como usar essa técnica em "Disciples of The Lie" sem cagar na música).

Difícil destacar faixas que sobressaem, todas sem exceção são destaques, mas vou citar a faixa "1776" que mesmo sem a presença de Barlow exprime toda a essência do momento inspirado do Iced Earth em SWTWC, e é claro "Watching Over Me" que é um expoente na discografia dos americanos. Mas fique esperto, e se quiser conhecer "Something..." escute este trabalho com atenção que ele merece, pois cada som é uma jóia rara e é por isso que o triplo 'Live in Athens' sempre foi entendido como o essencial sobre o grupo de John S., porque SWTWC é tocado na íntegra nesse ao vivo na Grécia.

Nota 9, ou \m/\m/\m/\m/\m/.

Quantas milhares de vezes eu escutei o triple digipack live do Iced (literalmente esse mesmo que o Pirika comentou na resenha dele)??? lembrar de Something Wicked foi como acessar memórias por meio de hipnose, estava tudo lá o tempo todo, cada faixa, cada riff, grooves, melodia... e tudo continua tão brilhante e maravilhosos como naquela época, em que o Heavy Metal para mim ainda era um vasto campo a ser desbravado!

Nostálgico, valeu Pirikotes.     






The Trooper
3
Confesso que este álbum me surpreendeu um pouco, ao contrário dos baba-ovos acima, eu nunca fui fã de carteirinha do Iced, tanto que tive que me retratar na resenha do Dark Saga.
 
Embora já tivesse ouvido o Live In Athens, não sabia muito o que esperar do SWTWC, não sabia nem mesmo que este foi o trabalho subsequente ao Dark Saga, ao contrário, pela sonoridade achei que era um trabalho anterior.
 
O que mais me surpreendeu foram as letras, há uma grande diversidade, indo da fantasia à crítica social. Depois li que o dono da banda pensou em fazer um novo álbum temático mas tinha composições prontas, então apenas as três últimas faixas estão nesse contexto (a última, embora não tenha o nome do álbum, parece ser a verdadeira Something Wicked This Way Comes).
 
As críticas atiram para todo lado (talvez incluindo obras de ficção como meio), desde padres pedófilos à religião, colonização e escravidão. Não era algo que eu esperava do Iced Earth (embora se eu fosse chutar alguma posição política, chutaria um anarquismo).

Por fim, o som me surpreendeu também, pois Dark Saga eu só consegui apreciar devido à imersão no tema, que canalizou a lentidão do Iced para algo bom. Aqui não há tema único (exceto o combo final), mas houve muitas vezes a imersão em músicas separadas, algo difícil para mim, que achava as músicas do IW todas iguais. Talvez a velhice amoleceu meus ouvidos.

Ainda há alguns sons estranhos por aqui, Disciples of Lies é a faixa que mais destoa do restante, parece que saiu de um debut semi-punk. O Iced se aventura em algumas quebras de ritmo que nem sempre passam pela minha garganta, como em Reaping Stone. Mas no geral é um álbum muito bom. Meu destaque vai para a manjadíssima Watching Over Me, Melancholy (Holy Martyr) e o trio temático (com o ápice do álbum, The Coming Curse, fechando com chave de ouro).

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Dark Saga ainda é melhor como um todo.
P.P.S.: Aviso - como eu disse, é possível que a velhice amoleceu meus ouvidos, portanto, você, jovem hard ear, pode ter o saco explodido pelos diversos trechos lentos.