terça-feira, 30 de julho de 2019

Iron Maiden - Virtual XI

O álbum Virtual XI lançado pelo Iron Maiden em 1998 foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Futureal; 02-The Angel And The Gambler; 03-Lightning Strikes Twice; 04-The Clansman; 05-When Two Worlds Collide; 06-The Educated Fool; 07-Don't Look To The Eyes Of A Stranger; 08-Como Estais Amigo



The Trooper
3
Neste mês de julho completei 4 décadas neste plano, entre acontecimentos irrelevantes, desmotivantes, humilhantes, etc... Houve algo que o destino me reservou. Minha amiga havia consertado o toca cds de seu carro antes de me vender e num belo dia de julho em que liguei o carro para a bateria não arriar e fui com ele para a desagradável zona oeste trabalhar, coloquei um cd que havia sumido do meu hd para tocar: Virtual XI.

Que acontecimento agradável, um mergulho nostálgico sem memórias específicas, levado apenas pela qualidade do som. 'Qualidade do som?' Alguns palhaços devem estar se perguntando.
Sim! Qualidade do som! Melhor do que você, palhaço, nunca irá fazer!

O Iron Maiden usou a fórmula batida de sempre para fazer este álbum, com algumas pitadas de foda-se ('Foda-se, vou colocar um teclado nessa música sim'). Para mim, um álbum profundo, com a alma dos instrumentistas colocada nua no trabalho. Principalmente a de Bayley. E que interpretação! Quem falar mal do Bayley cantando The Clansman na minha frente vai levar um tapa na cara!

The Clansman e Lightning Strikes Twice são duas músicas que encaixam muito bem com sua voz. Aliás, acho que este álbum é o que foi melhor composto em sintonia com o vocalista. Bayley arrasta um pouco o Iron Maiden para uma pegada mais Black Sabbath e eu achei que o trabalho em geral lembra um pouco Classic Rock.

Murray e Gers estão afiadíssimos, Nicko com a pegada de sempre e Harris, Harris estava inspirado. Enfim, falem o que quiser, Virtual XI é um dos meus álbuns favoritos e quando Venâncio afirma que este é o melhor álbum do Iron Maiden eu quase não sinto vontade de discordar ... quase.

Destaque para o álbum inteiro, dos trechos acelerados de Don't Look To The Eyes Of A Stranger, da perfeição de The Clansman, até a melancolia de Como Estais Amigo (é engraçado pensar sobre essa música, o quanto nós não apitamos nada nessas guerras ridículas e nas decisões de nossos governantes nojentos).

P.S.: Obrigado, destino, pelo presente. (Você não, diretor).

Imitando Pirikitus:

"Time will flow
And I will follow
Time will go
But I will follow"

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Qualidade do som, Trooper?.......... Não sei.... vamos lá.. 

O Iron Maiden é provavelmente a maior (em staff, material, marca, grana, etc..) e melhor banda de Heavy Metal que já existiu, então sob esta perspectiva o Trooper tem razão quanto a desafiar o questionamento da qualidade de qualquer obra feita pelos caras da banda (talvez seria melhor usar o termo "da empresa"). Nesse sentido, Virtual XI é mais um bom trabalho da super banda britânica, e de fato supera muitos dos álbuns do gênero nas últimas décadas se analisarmos somente a qualidade de produção; ou seja, qualquer trabalho do Maiden sempre vai chamar muita atenção, e a interpretação de que um álbum inédito da banda seja algo totalmente supérfluo ou sem nenhuma qualidade só pode ser o parecer final de um pusta de um mongolóide mesmo.

Dito isso, podemos aumentar o zoom da lente para analisar o segundo e ultimo trabalho de Blaze como vocalista do Maiden (acho que isso diz algo, não?), e levando em consideração o que o grupo, como uma banda de mainstream do gênero, poderia ou não produzir em 1998. 

O disco anterior - "X Factor" -, como o próprio Blaze afirmou, resistiu (ele usou "sobreviveu") à ferocidade da crítica e dos fãs, que já haviam até acendido a fogueira para lançar o pobre vocalista em seu interior, clamando pelo retorno do lendário Bruce Dickinson; logo, acredito que "Virtual XI" na verdade denota alguns erros de estratégia do líder da banda, Mr. Harris, uma vez que foi esse trabalho (e nada mais que isso) que desmantelou essa formação do Iron e comprometeu a carreira posterior de Blaze Bayley. Duas decisões em específico, podem ter contribuído bastante para o "fracasso" do álbum perante o público: 1 - O aumento da extensão das músicas conforme admitido por Harris numa entrevista de 2010, e; 2 - A inserção dos teclados gerando uma relativa mudança na sonoridade dos ingleses.

Steve Harris chamou essa nova abordagem da duração dos álbuns à partir de V.XI como "mais progressiva", mas não é de fato o que acontecia nessa época. Talvez com exceção de "Clansman", as músicas mais longas - como "The Angel and Gambler" e "Don't Look to the Eye of A Stranger", que somam juntas quase 20 miutos! - traziam os mesmos riffs e refrãos por repetidas vezes, de modo descabido e desnecessário. Isso foi uma bomba nos ouvidos dos fãs e críticos mais conservadores, que não tinham muita tolerância aos vocais fanhosos de Blaze; uma coisa é você escutar uma hora de Bruce Dickinson, outra bem diferente, é escutar Blaze por uma hora inteira repetindo os refrãos 700 vezes..... pqp, haja!!! Blaze, pelas suas características, se dava melhor com hits de curta duração (como "Man on The Edge" ou "Lord of the Flies"), ou pelo menos com as músicas longas em que ele não tenha que repetir a mesma frase por mais de 4x seguidas (cabe citar a boa parcimônia de "Clansman" que ao invés da infinita repetição -não passa de 4x a mesma frase- apela para o "Ôôo", já no refrão de "Angel and Gambler" Harris só pode estar de sacanagem com todo mundo).

Quanto aos teclados, acho até que são toleráveis e em alguns casos até muito bem fixados no contexto (novamente o bom exemplo cabe à "Clansman"). Porém o uso na desgastante "The Angel and Gambler" (novamente, representando o lado ruim do álbum), deixa a sonoridade mais alinhada com um estilo hard rock pesado quase-dançante, desfocando o estilo clássico do Iron Maiden. Esse erro de estratégia foi potencializado pelo descontrolado orgulho de Steve Harris, que brigou com o produtor para fazer de sua composição ("Angel and Gambler") a principal música de divulgação de Virtual XI (em substituição da composição de Blaze - "Futureal" - que em minha opinião, se sairia bem melhor nessa atribuição).

Tudo isso que escrevi, foi julgado ao longo dos anos pelos metaleiros, pelo mercado musical, pelos críticos.... enfim, pelo próprio tempo. O resultado já conhecemos, com a rotulação de Virtual XI como um dos mais esquecíveis e fracassados CD da banda na sua longa história, porém, esse não é o meu julgamento...

Para mim, o disco em questão é um trabalho bem razoável (no bom sentido) do Maiden, e embora suas músicas mais conceituadas se encontrem no começo do trabalho, eu acho que as melhores composições começam à partir de "Clansman". Embora passem de 6 minutos cada - sem necessidade - "When Two Worlds Colide", "The Educated Fool" e "Don't Look to the Eye of A Stranger" seguram muito bem a bronca como composições consistentes no melhor estilo Iron Maiden, com graduações convincentes de linhas mais leves para mais pesadas e de pautas mais cadenciadas para mais aceleradas. Janick mais uma vez imprime nuanças providenciais sobre as partituras, colocando sua guitarra para "cantarolar" as melodias em cada faixa do CD. Janick Gers rocks, once again!

E por fim a faixa de encerramento "Como Estais Amigos" é a jóia de Virtual Eleven; uma canção competente e emocionante com começo meio e fim, onde - embora longe de ser brilhantes - enfim os vocais sinceros de Blaze fazem um trabalho bastante seguro, e os (polêmicos) teclados corroboram com a sensível atmosfera criada pela composição.

Os destaques do álbum são "Clansman" (virou clássico, e Bruce posteriormente imortalizou o som em suas apresentações) e a maravilhosa e irretocável "Como Estais Amigos", que até hoje só pode ser escutada nos vocais de Blaze (é... talvez não seja tão irretocável assim...).

Nota 6,9 ou \m/\m/\m/. 




Phantom Lord


Este é um daqueles álbuns que fez parte da vida de alguns dos metalcólatras: Um daqueles cds comprados com grande esforço, porque parte significante dos metalcolatras eram "moleques sem grana". 


Virtual XI é o 2º disco do Maiden com o peculiar Blaze no vocal. Ouvi dizer que o cara é super gente boa, humilde e pelo que vi, algumas músicas onde ele teve participação na criação, parece mostrar consciência social. 
O problema é que o Maiden foi (e é) uma banda de heavy metal marcada por vocais um tanto "melódicos" e o Blaze... É o Blaze, aquele cara meio fanho, sem agudo nenhum. 
Isto faz do Virtual XI um álbum sem qualidade alguma? Não exatamente, mas é um álbum excêntrico na carreira da donzela de ferro. Algumas músicas são boas se você não é uma brucete nem um "troozão", mas tem umas que dão umas rameladas monstruosas como (é claro) a longa, repetitiva e cafonizada The Angel and the Gambler. Na verdade, se ignorarmos o tecladinho cafona, ela engana até seus 7 minutos. Daí o Harris vira e fala para os demais integrantes da banda: "Puta, tive uma puta ideia caras, vou repetir o refrão 14 vezes seguidas dã-hã-hã." 
Fazer o que né... Como Haris é o dono da banda, prevaleceu o dãhãhã dele. 
De resto, o Maiden continuou mudando sua sonoridade em relação aos álbuns anteriores (principalmente da fase "Bruce") o que casou bem com os vocais de Blaze em uns momentos e em outros momentos como em The Educated Fool ficou um tanto tosco. 
Interessante também é notar as tendências sonoras já rumando para um estilo que domina no próximo álbum (Brave New World), como os trechos de Don`t Look to the Eyes of a Stranger. 

01-Futureal 7,3 
02-The Angel and the Gambler 6,4 
03-Lightining Strikes Twice 7,2 
04-The Clansman 7,2 
05-When Two Worlds Colide 7,1 
06-The Educated Fool 6,7 
07-Don`t Look to the Eyes of a Stranger 7,0 
08-Como estais Amigo 7,0 

Nota: 7,0 (arredondado de 6,98) 

P.S.: Este álbum deve figurar a 8ª posição dos melhores discos do Maiden, disputando com o debut Iron Maiden e pouco à frente de Killers. Álbuns pós Brave New World, No Prayer for the Dead e o X-Factor são os mais esquecíveis da banda.



Pirika

Mais um cd da donzela. É engraçado que fazendo uma resenha em pleno 2020, nota-se que esse cd teve seu destino selado por vários fatores externos e internos. Primeiro que à época já era difícil a banda sobreviver o período pós Bruce, não que o The X Factor tenha sido ruim, mas não chega nem perto do auge oitentista da banda. Segundo que ele precede o mítico Brave New World. Até aí fatores externos totalmente compreensíveis, mas quando você pega pra ouvir você vê que a banda mereceu toda a crítica em cima do Virtual XI com repetições exageradamente sem sentidos que tornam um certo tormento ouvir o cd inteiro. E ainda decidem fazer disso a propaganda do cd, então não tem defesa.

Repetições exageradas sem sentido, isso é o que ficou gravado na minha cabeça pensando no cd como um todo. Acho que nem o diabo sabe onde Harris tava com a cabeça quando decidiu que The Angel and the Gambler precisava ter FUCKING 23 VEZES o seu refrão repetido, sendo que poderia ter ficado apenas na versão de rádio ignorando o no sense da versão do cd. O pior é que isso se repete, de forma menos absurda é verdade, em Don't Look to the Eyes of a Stranger mas até aí o estrago já tava feito.



Além das repetições exageradas sem sentido, sobram as outras repetições. O álbum me soou repetitivo. Obviamente é perceptível a pegada do Maiden e o instrumental segura muito bem bronca, mas mesmo assim deixa uma sensação carregada de repetição nas músicas já citadas e Educated Fool.

Futureal dá uma empolgada mas não tem a qualidade necessária pra abrir o álbum, música ok. Lighting Strikes Twice e When Two Worlds Collide fogem das mesmice do álbum e merecem elogio. O que realmente merece destaque aqui é a já consagrada The Clansman e Como Estais Amigos, essa última para mim sendo a verdadeira jóia escondida do álbum.

Nada contra o Blaze, mas ainda bem que o Bruce voltou pra fazer o Brave New World e todos os cds ruins que vieram depois.

Top 3: Lighting Strikes Twice, The Clansman e Como estais Amigo. Shame Pit: The Angel and the Gambler.



Nota 6

"Don't you think I'm a saviour 
Don't you think I could save you  
Don't you think I could save your life (23X!!!!!!)"

8 comentários:

  1. Phantom, nem vem que o teclado não anula o 'Solid'!

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    1. Anula, afunda, chafurda, quebra, manda pelo ralo etc. Não é só um teclado. Esse teclado de The Angel and the Gambler é o pior teclado de todo rock e de todo heavy metal. Nunca acharás algo tão tosco-alegre e repetitivo no "metal"! O Magician definiu bem: é um erro potencializado por um orgulho cego(surdo na verdade)...

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  2. Já que a temática do disco é futebol, podemos dizer que o coach Harris não percebeu que ao colocar um centro avante como o Blaze ele tinha que mudar o estilo de jogo de seu time e "jogar em prol de seu centro avante"... ou substituí-lo por um atacante mais versátil... (por isso o futebol moderno não tem centro-avantes).

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  3. Aliás, melhor que Dance of Death, No Prayer For The Dead, e principalmente, The Book of Souls, com certeza é.

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  4. Vamos combinar: LOAD É UMA BOSTA e não é Metal. Ok..? Tem um agravante nessa história toda de Blaze vs. Bruce, se o último disco do Bruce tivesse sido "No Prayer.." talvez o impacto da voz do Blaze no Maiden fosse menor, mas "Fear..." foi um estrondo comercial do Iron, a galera na época devia escutar cada faixa e lembrar simultaneamente do Bruce gritando "HELL AIN'T A BAD PLACE!.." ou "FEAR OF THE DAAAAAAAARK...!" (sabe quantas vezes essa merda tocou naquela época nas rádios???).
    ... dá pra entender bem as comparações inevitáveis.... pobre Blaze, substituía o MELHOR vocalista de todos os tempos - pelo menos era essa a impressão dos metaleiros na época.

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  5. Nossa... 23 vezes?! Será que fui entorpecido pela repetição de The Angel and the Gambler e perdi a conta? xD

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