sábado, 5 de setembro de 2015

唐朝乐队 - 唐朝乐队:梦回唐朝 (Tang Dinasty - A Dream Return to Tang Dinasty)

O álbum A Dream Return to Tang Dinasty lançado pela banda Tang Dinasty em 1992 foi escolhido por Phantom Lord para análise.


Phantom Lord
Não me lembro onde eu arranjei este álbum... Se foi indicação de algum colega ou de alguma página da internet... Na verdade eu não pretendia publicar o bizarro A Dream Return to Tang Dinasty aqui no blog, mas a sequência de "metal regional" trazida ao blog por Mercante e Pentelho me incentivou a colocar mais lenha nesta fogueira. A aparição de Shadow Cabinet no blog ressuscitou a (geralmente entediante) discussão "o que é heavy metal e o que não é". O álbum progressivo se mostrou recheado de trechos de músicas folk que poderiam ser classificadas de música folclórica européia ou música com fortes influências regionais. 
 Dois "posts" depois, surge Holy Land da banda brazuca Angra, também recheado de trechos de músicas regionais, neste caso, recheado de "ritmos brasileiros". 
 Já passaram aqui pelo blog também, bandas que inclusive cantam músicas em sua língua natal: Arya (russa), Anthem e Show Ya (japonesas), Unherz (alemã) e Tyr (feroesa). 

 Tang Dinasty traz um pouco disto tudo: tendência ao rock/metal progressivo, com uns poucos trechos com influência da música regional e músicas cantadas em língua natal (chinês!) Acredito que seja muito difícil para a maioria dos ocidentais ouvirem tais músicas com naturalidade ou indiferença, pois a experiência é bem diferente do que a maioria dos trabalhos da indústria musical "do lado de cá". A Dream Return to Tang Dinasty mostra um vocal inevitavelmente bizarro: timbre, entonação, fonética ou o caraca que for... Uma voz fina com ritmo muito incomum e obviamente onipresente no disco, ou seja, se tu não gostou do vocal, sofrerás ao tentar ouvir o álbum inteiro. Mas há um ponto positivo: Um ótimo trabalho instrumental. 
Logo nas primeiras faixas (na 1 e na 3) notei uma criatividade absurda. Uma experiência que aparentemente não existe aqui no ocidente: a técnica aliada a um experimentalismo que não deixa a musicalidade de lado! A sonoridade me lembrou muito uma versão mais "metalizada" ou pesada que a banda Rush apresentava entre os anos de 1980 e 1982! Obviamente o experimentalismo dos chineses gerou momentos entediantes ou irritantes espalhados pelo álbum em minha opinião, mas as faixas menos "viajantes" num geral pareceram interessantes. 

 Enfim, apesar da aproximação do rock progressivo e dos experimentalismos esquisitos, A Dream Return to Tang Dinasty, parece um álbum "mais metal" do que Battle Beast, Shadow Cabinet, Chameleon, Eppur Si Muove, Aslamiento, Moving Pictures, Bloody Kisses, Trash, Mother Earth e Hard Way. 

 Abaixo as notas, com uma tentativa fracassada de traduzir os nomes da músicas... 

梦回唐朝 7 
太阳(Sol) 5,8 
九拍 (Nove Tiros) 7,7 
天堂(Céu) 5,7 
选择(Escolher) 6,8 
飞翔鸟 (Feixiang) 4,8 
世纪末之梦 (Século dos Sonhos) 6,9 
月梦(Sonho do Mês) ou (Mês do Sonho) 6,5 
不要逃避 (Não Escapam) 7,8 
传说 (Lenda) 6,9 
国际歌 (Internacional) 5,1 

 Nota Final: 6,5

 Observação: Geralmente estou cagando e andando se outras pessoas não gostam dos álbuns que eu posto... Quem se irrita com isto deve ser muito sensível, carente, ou... Decepcionado por não conseguir que os outros tenham a mesma opinião que a sua.



The Magician 
Bom pra conhecer, e só. Porquê? Vou tentar explicar.

Nós sabemos que o Heavy Metal nos dias de hoje permite qualquer que seja a abordagem, e as composições com características regionais (cfe. citado pelo Phantom) vem sendo cada vez mais utilizadas nos lançamentos recentes. Porém, ao escutar alguns trabalhos de nichos regionais como o "Viking Metal" você logo percebe que a assinatura do estilo percorre todas as passagens do disco, cravando a obra em um subgênero específico (p. ex. Týr), e não é exatamente acontece aqui com o "Tang Dinasty".

Por algumas vezes, é verdade, o disco mostra características bastante exóticas do estilo de música oriental, com ênfase na percurssão (hangs chineses e tambores nativos) ou em compassos de marchas/hinos asiáticos, que as levam para uma zona bastante peculiar de rotulação. Mas no geral os chineses abusam dos diferentes estilos entre as músicas, indo e voltando das interpretações hardroqueiras, metaleiras, ou progressivas.

Não estragam as unidades de composições com essa escolha sobre o layout do disco, mas mostram uma clara falta de foco no geral, deixando a audição um pouco estranha para os ouvintes que aguardam uma linha mestra de atuação. Talvez, porcausa disso, o CD pareça um exercício descompromissado sobre essas abordagens, pois ainda que a variação dos estilos das músicas proporcionassem maior possibilidade da presença de algum hit mais aderente, a banda acaba por não realizá-lo.

O trabalho só consegue deixar apenas duas marcas claras no seu decorrer: o estilo do vocal oscilante, que parece ter sido baseado no estilo de K.Diamond, e as guitarras totalmente moduladas e artificiais. Aqui cabe uma observação sobre a colocação da sonoridade das guitarras não só em "A Dream Return..." como em todos os outros trabalhos de bandas orientais que já escutei; os guitarristas daquele lado do mundo não possuem vergonha nenhuma em experimentar nas múltiplas distorções e setups de amps+pedais, em detrimento do super valorizado som genuíno e orgânico do projeto de cordas/madeira/captação que os ocidentais tanto buscam na arte de tocar guitarra. Lá daquele lado os caras acreditam que a tecnologia existe para ser utilizada, e ponto. 

Tanto esse ponto de vista sobre como tocar o instrumento, como sobre compor as diferentes músicas do mesmo disco, passam uma ideia de que os membros do grupo estão mais preocupados em se divertir e divertir os ouvintes, do que criar algo com comprometimento à uma proposta ou com alguma premissa de austeridade sobre conjunto lírico e musical  (que só poderia afinal ser atestada com a leitura semântica da obra, o que é impossível de fazer nessa simples resenha).      

Logo, com a variação dos diferentes estilos, com a impossibilidade de entender as letras, e também por causa da não aderência de alguma faixa específica, o trabalho se torna apenas interessante de se conhecer... do mesmo jeito que acontece quando o Luís Caldas ou um MC qualquer resolve gravar um CD de Heavy Metal.

Eu até queria dar destaque para alguma música, mas como são todas transcritas por ideogramas... deixa quieto.

Nota 5,8 ou \m/\m/\m/. 
   

The Trooper
3
Bizarro.
Ainda bem que o Phantom reconhece que sua postagem é bizarra, logo no primeiro parágrafo de sua resenha.
Por várias vezes me perguntei "Por que estou ouvindo isso?".
O álbum até tem seus breves momentos de heavy metal, mas eles também são bizarros. Por exemplo, na terceira faixa dá até para comparar com King Diamond, misturado com Rush. O.o
Mas no geral, embora eu não possa questionar a capacidade técnica dos caras, o Tang Destiny faz um sonzinho bem chato na média. O álbum é bem sonífero com uns breves momentos de metal/prog ou hard rock. Se o compararmos com os outros cds de bandas orientais que foram postados aqui no blog, A Dream Return to Tang Destiny deixa bastante a desejar.

Enfim, como o Magician disse, vale a pena só pra conhecer mesmo.

Destaque para a faixa que o Phantom deu a nota mais alta.

p.s.: A sétima faixa é do Scorpions?
p.p.s.: A última faixa é um hino, não? Será que é esse: https://www.youtube.com/watch?v=LOHLCmivnBo ?

Nota: \m/\m/\m/


7 comentários:

  1. "ou... Decepcionado por não conseguir que os outros tenham a mesma opinião que a sua." é a mesma coisa que "sensível, carente".

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  2. Na verdade "decepcionado por não conseguir manipular os outros" pode estar mais para uma situação onde um jogador se cansa de suas consecutivas derrotas em um determinado jogo... heheh

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    1. Não sei se entendi o último parágrafo de sua resenha Phantom, mas parece que pela nota, nem mesmo você gostou muito desse álbum...

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  3. O Mercante está se contorcendo no túmulo do esquecimento e amaldiçoando o Phantom Lord para todo o sempre, por colocar o hino da Internacional Comunista no blog.

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    1. sério? kkkkkk! sabia que já tinha escutado essa parada antes....

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  4. Essa versão dos Garotos Podres é mais bacana: https://www.youtube.com/watch?v=vYHSHY0r1is

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  5. O Google disse que o nome é só "International"... Corrijo o Gugli ou não?

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