O album Read Your Enemy lançado pelo Kayser em 2014, foi escolhido por The Trooper para análise.
Faixas: 01-Bark and Bow; 02-Bring Out the Clown; 03-I'll deny You; 04-Dreams Bent Clockwise; 05-Read Your Enemy; 06-Almost Home; 07-Where I Belong; 08-He Knows Your Secrets, 09-Forever In Doubts; 10-Carve the Stone; 11-Roll the Dice; 12-The Fake Rose.
The Trooper
Estava dando uma olhada nos lançamentos de 2014 e acabei encontrando o último álbum do Kayser, daí como de costume fui clicando nos links sugeridos do Youtube e fui caindo de banda thrash em banda thrash ... pra variar meus ouvidos limitados não conseguiam diferenciar uma banda da outra, uma música da outra, todas iguais, uma pancadaria mono-tom. Acabei voltando ao Read Your Enemy, que por se diferenciar dos outros álbuns das super-bandas-clone-thrash causou uma boa impressão em mim. O Kayser distribuiu porrada por todo álbum de maneira inteligente, pelo menos em comparação com 90% das bandas que eu ouvi. O instrumental é muito bom, embora alguns refrãos acabem se tornando parecidos, principalmente por causa do vocalista que parece cantar do mesmo jeito na maior parte do tempo, eu até curti esse estilo Mustaine-gritado, mas ele podia tentar dar uma variada de leve.
Enfim, cumpre seu papel de manter o thrash vivo e revigorado, obrigado camaradas suecos.
Destaque para Almost Home, He Knows Yours Secrets e Carve The Stone.
Nota: \m/\m/\m/\m/
Phantom Lord
A banda Kaiser é mais uma novidade em meu repertório...
Logo nas primeiras músicas é possível notar a criatividade da banda dentro do já surrado thrash metal... Como o Trooper citou, a linha do vocal se parece um pouco com o Mustaine do Megadeth, mas é um pouco mais rasgado, ou talvez, escrachado.
A banda não se arrisca muito no que se diz respeito a uma variação de ritmo ao longo do álbum, apesar disto ser uma característica comum em trabalhos do thrash metal...
Como um todo, Read Your Enemy é um bom álbum repleto de pedradas, porém a longo prazo, o vocal ser um pouco cansativo e a distorção/ritmo das guitarras pode embolar um pouco as faixas.
Bark and Bow 7,5
Bring Out the Clown 7,7
I'll deny You 7,9
Dreams Bent Clockwise 6,8
Read Your Enemy 7,5
Almost Home 7,4
Where I Belong 7,3
He Knows Your Secrets 7,7
Forever In Doubts 7,1
Carve the Stone 7,8
Roll the Dice 7,2
The Fake Rose 6,9
PS: Pensei em juntar os demais metalcólatras para sovar o Trooper por não ter baixado e compartilhado o álbum, mas tudo bem... Desta vez passa... Ouvir Read Your Enemy pela internet serviu para que eu prestasse mais atenção nas letras para não me perder na hora de reconhecer as faixas.
Nota Final: 7,3
The Magician
A sonoridade da banda Kayser, natural da Suécia (possível nova Meca do Heavy Metal), ao lado de outros trabalhos interessantes da última década reforça a ideia de que a depressão do gênero ocasionada na virada do século esteja talvez, sendo superada.
Acredito que esse processo é de certa forma um reflexo da relação do gênero metaleiro com a mídia e a indústria musical como um todo, e explico: ao tentar incansavelmente e falhar repetitivamente nas suas investidas de direcionamento dos produtos da música pesada ao rumo do pop comercial, as corporações musicais através de seus representantes e agentes, em sua maioria encostaram esse gênero musical. Logo, coube às gravadoras e etiquetas menores (ou às produções independentes de gente que realmente entende ou gosta de Heavy Metal) abocanhar esse mercado tido como falido ou sem rentabilidade. Ótimo, porquê aos poucos podemos perceber que o Heavy Metal consegue nivelar as características do consagrado Old School com os artifícios mais modernos que são interessantes para a definição de uma personalidade genuína de uma nova geração de Metalheads, sem que os "gurus" da oligarquia musical/midiática prescrevam a direção da música pesada.
Ainda que o trabalho de "Read Your Enemy" não seja de saltar os olhos (ou os ouvidos), é exatamente disso que estamos falando aqui; a sonoridade é consistente a ponto de fazer um bom Metal "hallshaking" durante toda sua extensão inspirado em grandes petardos de bandas como Pantera, ou dos hits mais pesados do Motorhead. Aliado ao estilo quebra-tudo das guitarras e bateria, se apresenta um vocal de trash moderno que flerta com o Groove/Sludge Metal, muito mais inclinado ao estilo de Zack Wild, em minha opinião, do que ao estilo arranhado de Mustaine ou Chuck Billy, por exemplo.
Um destaque criativo que é necessário ressaltar neste caso é a faixa 3 "Ill Deny You". Com especial menção ao refrão super grudento, um daqueles acertos raros em que a música parece se compor sozinha, uma nota puxa a outra, e você já sabe quais são as notas da melodia antes mesmo de serem tocadas, um espécie de "de ja vú" sonoro. Um exemplo memorável desse estilo de composição é o trecho clássico do solo "cantado" nas guitarrs de Janick Gers em "afraid to shoot strangers" do Maiden...
A conclusão é que o trabalho do Kayser, consistente e com apenas um grande hit, ao lado de outras obras dessa nova geração do Metal, servem para aplainar o terreno novamente, construindo estilo de som que é sobretudo inspirado nos grandes trabalhos das bandas de rock pesado nos anos 90.
Mesmo com todos os impeditivos e obstáculos que o gênero teve que superar nas três últimas décadas, parece que as grandes influências de minha geração afinal, se fazem valer.
Nota 6,9 ou \m/\m/\m/.
p.s.: A galera anda fazendo umas capas bonitas ultimamente, não?
ResponderExcluirPhantom, é seu dever como crítico COMPRAR o cd, já que somos um blog fuleiro e essas bandas não enviam amostras grátis.
ResponderExcluirO Mercante tem o álbum (digital), só não compartilha... Não posta resenha... Não toma vergonha na cara...
Excluirdifícil explicar a sensação de algumas músicas parecerem já ter sido escutadas em algum lugar.... "J'ai entendu" (?)
ResponderExcluiré como se nestes casos, a obra (melodia) na verdade foi "descoberta" pelo artista, como se uma espécie de psicografia musical fosse executada, e não de fato composta ou escrita por ele de fato.
Orion, Afraid to Shoot Strangers, Lord of the Rings e Call of Ctullu são exemplos dessas composições transcendentes.