sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ozzy Osbourne - No More Tears

O álbum No More Tears lançado em 1991 por Ozzy Osbourne, foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
 
Continuando a história que contei na postagem do álbum Ozzmosis, no meio do ano passado: Após finalmente sair da Idade da Pedra, consegui “adquirir” vários discos do Ozzy via internet e durante este processo de aquisição, confesso que eu não estava muito esperançoso. Eu achava que após ouvir a discografia do velho Quiropterófaga, acabaria com uma humilde coletânea de suas músicas em meu computador. 
Como pirikitus comentou na postagem do álbum Ozzmosis, é comum encontrarmos cds de grandes bandas de rock/metal com apenas um ou dois clássicos e um monte de músicas "mais ou menos".
Porém tinha um tal No More Tears entre aqueles álbuns. 
 A performance de Zakk Wylde neste álbum é no mínimo impressionante, bem como a sinergia entre o som de sua guitarra e o vocal único do Ozzy. Ainda neste disco, Zakk deve ter consolidado seu estilo de tocar guitarra, pois quando ouvi o álbum anterior (No Rest for the Wicked) confesso que não fiquei impressionado. 
Em minha opinião, da faixa 1 a 7, o disco No More Tears é absurdamente inspirado e viciante e apesar da faixa-título ser tocada milhões de vezes nas rádios, eu não consigo me cansar dela. O som grave e distorcido utilizado nesta música pode ser chamado de revolucionário. 


Enfim, depois das 7 ótimas músicas, temos mais 4 músicas que ficam entre o nível bom e razoável. Assim, posso concluir que o álbum No More Tears poderia ser mais interessante se tivesse uma distribuição (sequência) diferente de músicas... Ou poderia ter um total de apenas 9 faixas...Por causa deste(s) probleminha(s), No More Tears não ultrapassou a barreira da “nota 8,_”, mas ainda assim, este é o melhor disco da carreira solo do velho Osbourne. 

 Mr. Tinkertrain 8,3 
I Don't Want to Change the World 7,8 
Mama, I'm Coming Home 9,2 
Desire 9,0 
No More Tears 10,0 
Sin 9,2 
Hellraiser 9,7 
Time After Time 6,7 
Zombie Stomp 6,7 
A.V.H 7,2 
Road To Nowhere 7,2 

 Modificadores: 


 
  Nota: 8,6 

 Se não me engano, meses atrás, Magician disse que no início dos anos 90 aconteceu o último “boom” do heavy metal (na postagem do Painkiller)... Isso me fez lembrar que o disco No More Tears (de 1991) é uma das obras que reforça meu ponto de vista: O início dos anos 90 não foi a “era de ouro” nem exatamente um “boom”, mas foi quando ocorreu o último suspiro do heavy metal (livre de seus subgenêros). Pois depois desta época, o heavy metal começou a se afogar em diversos álbuns-modinhas e em vertentes / ramificações que se multiplicaram em demasia... 

The Trooper
 3
Talvez o melhor trabalho de mr. Ozzy Osbourne, No More Tears é um álbum excepcional, e todos que participaram (Lemmy Kilmister, Randy Castillo, John Purdell, Mike Inez, o próprio Ozzy, e claro, o monstro, Zakk Wylde) estão de parabéns. Um daqueles álbuns que entram para a lista de obras-primas do heavy metal.
O álbum começa com a doentia Mr. Tinkertrain, e segue com uma obra-prima após a outra até Hellraiser, quando entram as ótimas Time After Time e Zombie Stomp, seguidas das "apenas" boas A.V.H. e Road to Nowhere.
A linha de baixo é muito boa, seguida pela guitarra de Zakk, que na minha opinião, foi o melhor trabalho de sua carreira, distorção mostruosa, riffs pesados e magníficos nas músicas lentas, solos impressionantes. As músicas lentas aliás, são as que mais impressionam nesse álbum, Time After Time é muito boa e Mama, I'm Coming Home, é uma das melhores baladas da história do heavy metal (embora Ozzy havia cantado algumas que pareciam baile da terceira idade, ele já havia acertado anteriormente em Changes, do Sabbath).
Destaque para Mama, I'm Coming Home, No More Tears e Hellraiser.
Longa vida ao príncipe!

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/

The Magician
Alguns trabalhos dispensam elogios, são unanimidades, posso ficar aqui elogiando e elogiando, e nada do que escreverei será realmente novo.
Mas como redundância e síntese:

 “No MoreTears” é a estrela-mor do asterismo de Ozzy, e suas composições são fortes e diretas, de aderência imediata para o ouvinte .Como de costume em seus álbuns, não há rodeios mas o trabalho explora bem as diversidades melódicas do rock pesado, e fornece um repertório bastante rico.

Nota-se também o desempenho mais sólido no quesito de gravação das linhas vocais de Ozzy, no que diz respeito à sobriedade no timbre, nas interpretações, na saúde vocal, e na escolha dos tons. Ainda que contestado quanto aos seus métodos de canto, Ozzy alinhou bem a voz com os demais instrumentos e se apresenta melhor do que em qualquer outra obra que tenha criado (antes ou depois).

Menos experimental do que em Ozzmosis e muito mais centrada, em “NMT” a guitarra é o elemento nuclear da composição. E Ozzy sempre foi muito honesto no sentido de entender que em seu nicho, e pelas suas próprias raízes e características musicais, quem protagoniza seus trabalhos é o instrumento elétrico de seis cordas. Mr. Wylde então se soltou e teve total liberdade de criação, com crédito dado e reconhecido em cada uma das faixas do disco.

As múltiplas e destrutivas rajadas encharcadas de distorção, arrancadas da Gibson Les Paul – “Bull’s Eye” de Zakk entravam definitivamente para história da guitarra, sublinhando o portfólio do então jovem guitarrista que posteriormente estaria no Hall dos melhores da história. O trabalho de riffs tempestuosos, harmônicos penetrantes, e de expressivos solos “inconstantes” foi axial na composição do disco que faturou um Grammy e excelentes marcas de vendas. Em tempo, a revista Guitar Player promoveu (em minha opinião com total justiça) o transgressivo solo da faixa título como um dos “50 solos mais influentes da guitarra rock”.

A cozinha (bateria + baixo) também é excelente com especial menção ao contra baixo de Lemmy Kilmister (Motorhead) em “Hellraiser” e de Mike Inez (Alice in Chains) na faixa “No More Tears”.

No More Tears, como disco e música, foi também bastante promovido pela veiculação na época de seu vídeo clipe na MTV. Para rockeiros/metaleiros de minha faixa etária era emocionante ser presenteado por horas de espera na frente da TV com uma cacetada dessas. Mr. Madman acabava sempre sendo associado à temas soturnos ou insanos, que é o caso dessa fita histórica. Particularmente o cenário claustrofóbico do clipe, onde a moça se condenava em uma espécie de aquário de lágrimas, me lembra muito o surrealismo de Dali, com relógios, cores berrantes e xadrez. A guitarra signature de Zakk acabou coincidentemente sendo, entre bocas e olhos sem faces, mais um assessório insólito da gravação do micro filme.

Sobre os aspectos líricos o trabalho se resume a um confessionário de Ozzy Osbourne, de seus problemas e fraquezas e de tudo que passara em sua vida artística e pessoal até aquele momento; o que aproxima bastante os versos dos temas mundanos abordados principalmente pelas bandas de metal norte americanas. Não é minha abordagem favorita, mas entendo bem o fato de que um cara problemático como Ozzy precise usar a música mais como um desabafo do que um meio de reflexão social, artística ou histórica. E ainda assim vai atingir o que muita gente por aí gosta de ouvir..

A minha conclusão do título como um todo é que foi obra essencial e inspiradora do gênero, de uma época em que o metal ainda conseguia sustentar grandes lançamentos, festivais e até nascimentos de algumas ótimas bandas (Angra, Edguy, Black Label Society, Rhapsody, etc..); para Ozzy foi consolidador, passou uma espécie de borracha em sua dependência por Rhandy o colocou em um status de grande compositor e deu espaço para transformação de um dos novos ícones da guitarra, Zakk Wylde.

Nota 8,9 ou \m/\m/\m/\m/.

Pirikitus Infernalis

Finalmente o clássico dos clássicos do Madman está no blog. Se Blizzard of Ozz é meu álbum favorito com o mestre Randy Rhoads, No More Tears com certeza é o melhor álbum da época Wylde. Um cd espetacular, digno de aplausos de pé.


- Mr. Tinkertrain, I Don’t Want to Change the World, Desire, No More Tears, Hellraiser, Zombie Stop e Road to Nowhere estão no topo da cadeia alimentar do bom heavy metal. ;
- A voz de Ozzy está no auge;
- A formação Ozzy/Wylde estava inspiradíssima na composição de letras, ainda mais tendo ajuda em algumas música de Mr. Lemmy Kilmister;
- Zakk Wylde está um verdadeiro MONSTRO na guitarra.

Esses singelos motivos são argumentos mais do que suficientes para mostrar o quanto eu aprecio esse cd, um dos melhores existentes e um “must have” para qualquer metaleiro.

Ps: Devo concordar com Phantom Lord no quesito não enjoar da faixa título. Apesar de tocar em demasia em qualquer coisa relacionada a rock (rádio, canal de TV, casas de show, etc...) minha reação a ela é extremamente diferente do que a outros clássicos como Smoke on the Water, Rock ‘n Roll all night, Fear of the Dark e etc...

Top3: No More Tears, Hellraiser, I Don't Want to Change the World. Shame Pit: Time After Time.

Nota: 8,5


7 comentários:

  1. Eu ia postar um álbum com o guitarrista Jack E Lee, mas sabem como é... o No More Tears é postagem obrigatória...

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  2. 2 pontos:

    1. porquê o sr. ficou tímido em dar nota 10 pra No More Tears, Phantom?? Essa música provavelmente possui o melhor solo de guitarra de todos os tempos, e bases monstrengas criadas pelo Z.Wylde (cfe. vc mesmo citou em sua resenha)...

    2. É óbvio que o início dos anos 90 foi um Boom, e um pusta de um Boom; ou o Sr. acha mesmo que álbuns como "Painkiller", "Fear of The Dark", Black Album, "Louder than Hell" e o próprio "No More Tears" são apenas suspiros? Tá maluco doido????

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  3. Sim, a faixa-título até merece nota 10...
    Mas eu só chamaria o início dos anos 90 de "boom", se houvesse uma grande quantidade de bons álbuns sendo lançados naquela época. O Louder é de 96 se não me engano... então está mais pro meio-fim dos 90.
    Fora essas 4 bandas que tu citou corretamente só teve o Megadeth... O resto desta época era o decadente "glam" e os rock-alternativos ou "grunges" da vida.

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  4. Hmpf... Em 90-91 o Guns já vivia do passado, rapaz!!

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  5. Acabei não comentando muito o cenário dos 90's, ainda teremos mais oportunidades...

    Queria acrescentar também que ZW dá utilidades aos chamados "elementos interpretativos" (ou firulas mesmo) como poucos outros guitarristas, usando muito bem bends, Slides "from Nowhere" e grace notes nas próprias gravações. Normalmente os guitarristas padrão só utilizam esses truques em apresentações ao vivo, onde a emoção da galera acaba escondendo os erros.

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  6. Tá aí. Nota da faixa-título corrigida.

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