segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Savatage - The Wake of Magellan

O álbum "The Wake of Magellan" lançado em 1998 pela banda Savatage foi escolhido pelo Metal Mercante para a análise.



Metal Mercante


São Paulo, Pista de Atletismo do Ibirapuera - 26 de Setembro de 1998

Dorsal Atlântica; Korzus; Glenn Hughes; Savatage; Saxon; Dream Theater; Manowar; Megadeth; Slayer

O Monsters of Rock de 98 foi impressionante, não só por ter no mesmo palco Manowar e Megadeth, mas também por ter sido a primeira vez que ouvi a banda americana Savatage. A apresentação dos caras foi tão boa, mas tão boa que no outro dia foi até a Woodstock e comprei o CD “Edge Of thorns” (pra quem nunca ouviu falar a Woodstock era a loja mais famosa de Heavy Metal de SP - A história da Woodstock Discos). De lá pra cá o Savatage foi aos poucos se tornando uma das minhas bandas preferidas de Metal...

Falando mais especificamente do álbum “Wake of Magellan”, sua parte instrumental é absurda, talvez um pouco mais progressiva e complexa que seus trabalhos anteriores, mas definitivamente muito boa. Várias músicas como “Morning Sun” e a faixa título começam lentamente e aos poucos engrenam em um som bem pesado e técnico, no caso da “Wake of Magellan” chegando a criar um “maldito refrão” tão pegajoso que é impossível não cantar junto.
No geral as músicas parecem ter as mesmas características, indo de momentos lentos para momentos rápidos, talvez para emular o balanço do mar já que este é um é um álbum conceito que conta duas histórias diferentes que se combinam na história de um velho marinheiro espanhol que decidiu acabar com sua própria vida navegando com seu pequeno barco no atlântico até afundar.

Para finalizar, as músicas “The Wake of Magellan” e “The Hourglass” são o motivo de eu ter postado este álbum no Blog, elas passam uma sensação épica, demonstram um alto grau de criatividade, o vocalista Zak Stevens é extremamente bom e ainda por cima, pouca coisa dá uma ideia de grandeza tão bem como os cantos orquestrais em camadas (da mesma forma que os dois primeiros cds do Avantasia).

PROS:
- Vocalista muito bom
- Canto orquestral em camadas
- Anymore é uma boa música lenta, até minha esposa gosta e sabe cantar inteira

CONTRAS:
- Muitas faixas de introdução
- Algumas músicas sem graça
- “Complaint in the System” é péssima

Nota: 8.5



Phantom Lord

Savatage… ouvi alguns discos desta banda, mas não sei exatamente quantos. Tenho certeza que ouvi ao menos o Hall of Mountain king de 1987 e o Edge of Thorns de 1993 e até gostei dos dois, apesar de possuírem diferenças significantes...
O Hall of Mountain King apresenta uma produção meio rústica e sonoridade mais “heavy metal clássico”... quero dizer, sem pender para estilos específicos do metal, ou sub-gêneros.
Ao ouvir Edge of Thorns pode-se notar uma diferença razoável tanto na produção como na sonoridade / estilo musical...
Agora vou ao álbum indicado: The Wake of Magelan.
As músicas se afastam ainda mais do estilo rústico e/ou clássico de álbuns como o Hall of Mountain King e a direção tomada me pareceu claramente “progressiva”, um sub-gênero que não me atrai muito. The Ocean é a introdução de Welcome, a faixa que antecede uma das melhores deste disco: Turns to Me. Mas esta faixa não chega a se destacar muito neste álbum, pois o Savatage consegue manter quase todas as músicas em uma “posição” (ou nível) semelhante: não há grandes altos e baixos.



Creio que as faixas menos interessantes (ou mais entediantes) sejam Complaint in the System, Anymore e The Hourglass.
Como Mercante disse, a parte instrumental é muito boa, definitivamente o vocal não é ruim, mas de um modo geral, o álbum apresenta-se devagar com alguns momentos de “despertar”... A variação de ritmo ao longo de suas 12 faixas, ocasionalmente parece repentina, mas a banda mostra-se competente (e a produção não é rústica) não deixando com aquela cara de “frankstein” como acontece com alguns outros álbuns de progressive rock/metal.



The Ocean/Welcome 6,1
Turns to Me 7,6
Morning Sun 6,3
Another Way 6,7
Blackjack Guillotine 7,0
Paragons of Innocence 6,4
Complaint in the System 4,5
Underture/Wake of Magelan 7,0
Anymore 6,0
The Storm 7,0
The Hourglass 5,3


Modificadores: Nenhum

Nota 6,4

The Trooper
3Em primeiro lugar, deve-se deixar bem claro que este não é um álbum para bater cabeça (ok, pode ser que em uma faixa ou outra seja possível), o que quero dizer é que é um álbum para se ouvir boa música, a alternância de velocidade, é na maior parte do tempo, bem colocada, o instrumental, os vocais e a criatividade em geral também são pontos à se destacar, embora em alguns momentos o trabalho possa não parecer muito complexo (em minha humilde análise de ouvinte), a construção das músicas foi muito bem feita.
Em um primeiro momento, o álbum, lá pela metade, começa a ficar um pouco sonolento, mas ao ouvir com mais atenção pude aproveitar melhor o trabalho dos caras. Apesar da experimentação em algumas faixas, não achei nenhuma fraca, tendo algumas muito boas, e na média, posso dizer que o álbum é bom. Destaque para a linha de baixo, e para as faixas Turns to Me, Morning Sun e The Wake of Magellan. O ponto mais sonolento, mas que não chega a ser fraco está na faixa The Storm.

Nota: \m/\m/\m/\m/


Pirikitus Infernalis

Wow! The Wake of Magellan. Mais um album “tiro certo” no blog.

O álbum funciona como um disco conceitual misturando 2 eventos e 1 história, O incidente de Dubai, A história da repórter Veronica Guerin e a história de um velho marujo espanhol, todas facilmente encontradas na net.

Savatage é uma banda bem conceituada, com membros bem técnicos, porém que (geralmente) não caem na armadilha de ultrapassar a linha do bom senso como algumas bandas que tendem a seguir uma linha mais prog (leia-se Dream Theater, uma das bandas mais chatas da história). Tudo soa coerente com a idéia principal da banda: Um cd de heavy metal. O solos de Al Pitrelli são sensacionais, principalmente na música Storm e o vocal de Stevens é muito bom, porém eu devo confessar que sou MUITO fã do vocal do Jon Oliva, mais rasgado e que torna a musica mais agressiva, é simplesmente impressionante.

Musicalmente o cd segue bem em quase sua totalidade. A abertura é muito boa, Morning Sun e Paragons of Innocence (com os vocais de Jon) são sensacionais, The Wake of Magellan é ponto mais alto sem sombra de dúvidas, Complaint in the System é bem legal (provável influencia da minha atual overdose de Faith no More), Storm é um ótimo instrumental, Another Way possui um ótimo solo. Porém é bem difícil um cd não possuir pontos baixos em sua totalidade, e aqui temos umas musicas que passam batidas como Anymore e Hourglass.

Resumindo: Cd para ser apreciado, ouça e seja feliz.

Ps: Para os que gostaram do vocal de Jon Oliva, sugiro o ultimo disco da banda (Poets and Madmen) onde Jon canta o álbum todo, ou algum álbum da banda Jon’s Oliva Pain, de preferência o álbum Festival.

Top 3: Turn to Me, Morning Sun e The Wake of Magellan – Shame Pit: The Hourglass

Nota: 8,5


The Magician


Wake of Magelan é o décimo e primeiro álbum de estúdio da banda norte americana Savatage.

Fico aqui me perguntando debruçado sobre este teclado como um CD como este pode soar interessante para o metal-blogueiro que navega em nosso blog atrás de dicas certeiras e conselhos coerentes de discos e bandas pertencentes ao estilo Metaleiro. 
Direto ao ponto – “Wake of Magelan” agrada aos metaleiros que procuram por um álbum de fortes pitadas experimentalistas, tanto nos quesitos harmônicos, quanto principalmente nos quesitos rítmicos e melódicos; não chega a ser progressivo, daqueles que alcançam o hiperespaço e depois da viagem voltam apenas nos segundos finais para se despedir do ouvinte. Prefiro classificar o CD como Metal Alternativo à Metal Progressivo, já que mesmo com as multiabordagens de estruturas musicais a banda e seu maestro (Jon Oliva) seguem os padrões dentro de cada canção.
Se você, como eu não é este tipo de metaleiro, esquece. Este álbum chega a incomodar, e incomodar bastante se quer saber...
Trata-se de um verdadeiro devaneio, de ponta a ponta. Um álbum desequilibrado tanto no sentido figurado como literal, sendo que ao ouvi-lo terá a real impressão de que está em um delírio febril, ou em um “seasickness” se preferir ambientalizar ao contexto. É um disco excêntrico criado por um cara excêntrico – Jon Oliva (e postado aqui no blog por um Metalcólatra também excêntrico).
Acontece que quando uma melodia surpreendente levada pelos arranjos em piano e suportada pela bateria começa a engrenar, percebemos que não se trata de uma música, e sim de uma introdução ou um interlúdio; quando as guitarras pesadas ensaiam versos aderentes, de repente irrompe-se um vocal ganido, esganiçado, que chega a ser decepcionantemente cômico; em meio às primeiras evoluções mais coerentes de guitarras pesadas são introduzidas as martelada órfãs sobre um piano evocado do alem!; No auge da insanidade musical “Wake of Magelan” nos apresenta uma valsinha traz-traz-pão em seis cordas baseada em métodos de violão-bossa (os bordões batem o solo e as primas criam o acompanhamento); e por fim , como um ato comprobatório da loucura inata o vocalista interpreta uma música inteira com um canto espasmódico...
Se salvam: a faixa título, por conta do refrão, e as famosas faixas bônus.
O post acaba servindo apenas para eu homenagear o falecido Mr. Criss Oliva, um dos mais criativos e surpreendentes guitarristas autodidata que já passaram pelo circuito do Heavy Metal. Tinha a mesma habilidade para criar e interpretar bases e solos, dom bastante raro no segmento em geral, e foi talvez o guitarrista que melhor soube em toda a cena equilibrar as características sonoras de peso com melodia. Escutar seus grandes hits dos anos 80-90 nos dá ideia da infinidade de combinações e possibilidades oferecidas pela guitarra elétrica em sua disposição de seis cordas. Um cara que mesmo não abandonando o gênero do metal, não colocava limites ao seu talento.
 Se levarmos em consideração que morreu em 1993 com apenas 30 anos, não há dúvidas que se vivo, Criss seria um dos melhores e mais festejados guitarristas de sua geração.
Esse aí partir foi sacanagem...
Nota \m/\m/\m/ ou 5,9.

7 comentários:

  1. Após ler as letras das músicas do The Wake of Magellan cheguei a conclusão que ele até merece um bônus de "ambientação/significado" (que eu chamo de "Trough the Mist and the Madness" +0,1).

    Ainda assim, eu prefiro os álbuns anteriores do Savatage que ouvi há um tempo atrás...

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    1. Deveria valer mais do que míseros 0,1...

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    2. Para mim, a transmissão de significado ou ambientação vale no máximo +0,3... No caso de Wake of Magelan +0,1 seria suficiente... Transmitir significado, passar mensagem, enfim essas coisas são essenciais em projetos / design e na área de comunicação, nas músicas elas até tem seu valor... mas nem tanto.
      Em relação a comparação de Savatege com Dream Theater... não sou fã de uma nem de outra... prefiro o álbum Hall of Mountain King que possuí uma faixa-título que destroça todas outras músicas destas duas bandas.

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    3. A unica coisa que o pirikitus escreveu e que teve sentido nesse post foi sobre a musica Compliant in the System, que realmente parece com Faith no More... mas que é uma bosta.

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    4. Independente do cd, mantenho minha opinião Phantom, não estou aqui para defender o Savatage...porém, um cd conceitual ter nota de ambientação/significado valendo 0,1 é completamente fora dos padrões propostos pela banda...e Magician, uma unica coisa ter sentido pra você, significa que 99% da resenha teve sentido para o resto do mundo...me dou por satisfeito.

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  2. Tem razão, Pirikitus, é fora dos padrões da banda (ou mais precisamente fora da proposta do álbum), mas não é fora do padrão do Heavy Metal.

    Heavy Metal é um gênero musical e não literário... Por esta razão, aqui no blog Metalcólatras - Resenhas / Rewiews de Heavy Metal, eu mantenho minha opinião que ambientação e/ou mensagem tem um valor inferior a música em si (melodia, ritmo etc etc)...

    Na verdade acho que eu já escrevi algo sobre contar histórias com músicas no post do At the Edge of Time do Blind Guardian...

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  3. Se o Criss tivesse participado da criação deste CD acho que seria um trabalho um pouco mais "pé no chão".

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