terça-feira, 21 de outubro de 2014

Crystal Eyes - Killer

O álbum Killer lançado pelo Crystal eyes em 2014 foi escolhido para análise por The Trooper.

Faixas: 01-Killer; 02-Warrior; 03-Hail The Fallen; 04-Solar Mariner; 05-Forgotten Realms; 06-Spotlight Rebel; 07-The Lord of Chaos; 08-Dreamers On Trial; 09-Dogs On Holy Ground.



The Trooper
3Gamma Ray? Iron Maiden? Virgin Steele? Blind Guardian? Ed Guy? Afinal que banda é essa? Todas essas e nenhuma dessas. O Crystal Eyes parece ter feito um trabalho de colagem de diversos trechos da história do power metal neste trabalho. Mas peraí, com isso você quer dizer que este álbum é uma porcaria, certo? Errado! Ficou bom pra C@#$*&¨! 

Confesso que este foi o primeiro álbum que eu ouvi dos suecos, e eles estão no cenário desde 1992. Estava vasculhando os lançamentos de 2014 quando ouvi uma das faixas que acabou chamando a atenção (até aí, outras bandas também lançaram algumas músicas boas em 2014, Kaine, Evil Conspiracy, Flashback of Anger, Crosswind), a diferença de Killer para os outros álbuns que eu acabei ouvindo devido à alguma música boa, é que ele agradou faixa após faixa (com exceção talvez de Dreamers On Trial que é mediana), e vez após vez que eu ouvi o álbum. 

No fim o resultado foi esse, uma resenha e a aprovação deste metalcólatra que vos escreve. Destaque para o álbum todo fora Dreamers On Trial. 

Nota: \m/\m/\m/\m/

p.s.: ouvi algumas músicas mais antigas do Crystal Eyes e a diferença foi razoável, talvez devido à boa produção de Killer. 

p.p.s.: bem que a faixa Forgotten Realms podia fazer alusão ao meu cenário de campanha favorito.

Hellraiser
3Bom vamos a resenha desta obra sugerida pelo Trooper, ..... confesso que quando leio a palavra `` Power `` já me vem a mente, rebeldes sem causa, com cabeleiras louras e longas, curtidores das sagas Senhor dos Aneis, Harry Poter, e Como Treinar seu Dragão, ....querendo serem maus mas fazendo Metal super alegre. 
Meu gosto pelo Power Metal é bem diferente dos outros colaboradores daqui, ...considero o Walls of Jericho do Helloween o melhor álbum deste estilo, ... e por que ?? Por que não é alegre, ...é pesado, agressivo, rápido, cru e brutal !

Mas vamos ao Crystal Eyes, que na verdade foi até que bem aceito nas minhas audições, pois não tem refrões alegres a la Balão Magico. O som é até que legal sim.......o vocal é bom ( quando não exagera ) e o instrumental é muito bom também, MAS.....existem VARIOS trechos de musicas de outras bandas incluídas em suas musicas. 
Até parece mensagens subliminares, a quantidade de trechos já manjados por outras bandas me impressionou, acho até que isso foi proposital, ...não chego a citar a palavra `` plagio ``, ...mas acho que tiveram a intenção de chamar a atenção com isso, mas então vamos por partes: 

A musica que leva o nome do disco – Killer, tem um instrumental bem legal, ...apenas achei estranho o refrão, ...não é alegre, é apenas estranho. 
Warrior – talvez a melhor do disco, ...porem é Iron Maiden em quase toda sua essência, ...se pode achar mais de uma musica do Iron incluida nesse som.....quase um medley da Donzela. 
Hail to Falen – Que gritinhos são esses ??????? .....e pra piorar, essa alternância de vocais, a la King Diamond não me agradou em nada, afff ....a musica até que tem uma levada legal, bem ao estilo Randy Rhoads e Ozzy, .....tem um refrão diferente também, ...mas esse até passa meio que de boa. 
Solar Mariner – som legal, refrão chato, ...ahhhh ia me esquecendo, ....um pouco mais de Iron Maiden para os ouvintes ! 
Forgotten Realms – baladinha meio chata, ...e refrão a ser cantado todos com mãos dadas, balançando de um lado para o outro,......porem depois ela até que fica com uma levada mais legal. 
Spotlight Rebel – som legal, ..... mas logo se torna uma musica do Scorpions ( também ? ) sim !! Scorpions também encontramos aqui, ....... tanto no decorrer, quanto no refrão. 
The Lord of Chaos – agora eles chutaram o balde de vez !!!!!!!!!!.......alguem avisa pra eles que esse rif é da Back in the Village do Iron Maiden, por favor !!!!!!!!!!!!!....isso sim é quase um plagio !! 
Dreamers on Trial – baladinha bem chata, ( já não sou fã de baladas ). 
Dogs on Holy Ground – outra musica que os riffs te fazem lembrar da dobradinha Ozzy/Rhoads, ( I Dont Know )......porem com mais um refrão a la Queensryche. 

Nota-se fácil também a influência do Queensryche nos sons, ..embora esse sem aparecer tão notoriamente. Os grandes pontos positivos são a produção do disco, a belíssima capa, e o CD curto, de apenas 09 faixas, pra não ficar muito cansativo ao ouvinte. Bela tentativa de expor suas influências, conseguiram. 
Nota 6,95 

Phantom Lord
De volta ao metal-blog mais "devagar e sempre" da internet... 
Cristal Eyes é mais uma novidade em meu repertório. 
O álbum Killer abre com a faixa título, que logo de cara, como o Trooper citou, lembra os trabalhos de diversas outras bandas. Mantendo a boa qualidade, a faixa 2, Warrior traz mais lembranças de bandas "clássicas" do heavy metal, (como Iron Maiden citado por Helraiser)... Em minha opinião, a faixa 3, Hail to the Fallen mostrou pitadas de Virgin Steele, Hammerfall e até de Massacration nos tons mais forçados e quase desafinados que o vocal alcança. 
No decorrer do álbum podemos notar similaridades com Helloween, Tyr e provavelmente outras zilhões de bandas que devem ter servido de inspiração para este trabalho... Mas apesar de semelhanças aqui e ali, praticamente não há cópias baratas neste álbum: Além de mostrar criatividade, a qualidade instrumental, vocal e de produção são inquestionáveis. Heavy metal é isso, é música! 
Como já citei, em alguns breves momentos o vocal exagera nos agudos, mas nada que comprometa severamente a qualidade do álbum... Não há muito o que acrescentar, pois eu correria o risco de transformar minha resenha numa mera babação de ovo. Ouçam e tirem suas conclusões, pois para mim, este álbum de heavy/power metal não é espetacular, mas é definitivamente bom. Ponto. 

 Killer 7,8; 
 Warrior 7,0; 
 Hail The Fallen 7,8; 
 Solar Mariner 6,6; 
 Forgotten Realms 6,9; 
 Spotlight Rebel 7,3; 
 The Lord of Chaos 6,1; 
 Dreamers On Trial 7,0; 
 Dogs On Holy Ground 7,7 

 Nota Final: 7,13... Mas arredondo para 7,1

Metal Mercante

E mais uma vez aqui no blog temos uma banda velha conhecida de todos: Gama Ray


#sqn

Minha primeira vontade com esse cd era meter aquela minha velha etiqueta de “Metal Genérico” e partir para o próximo álbum, afinal estamos todos de saco cheio de bandinhas aleatórias que tentam se destacar andando exatamente nos mesmos passos de outras bandas já consagradas.

O maior problema é que estamos na quarta ou quinta iteração do Metal e cada nova iteração as bandas competem por uma fatia ainda menor dos ouvintes. Vou tentar brevemente explicar o que é isso que chamo de iterações.

1° - Os Deuses (Black Sabbath, Led, Deep Purple, Judas Priest...)

2° - Os semi-deuses (Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Manowar, Helloween, Blind Guardian Savatage, e provavelmente algumas bandas de Death Metal que eu não conheço tão bem...)

3° - Os mortais (aqui já começam as papagaiadas de misturar gêneros e criar trocentos subgêneros – não vou nem citar essas bandas - ou simplesmente pegar algo que já foi feito em algum momento e espremer até a última gota como por Exemplo Hammerfall, Majesty, Gamma Ray, Angra, Iron Savior, Sonata Arctica, Edguy, Iced Earth, Nightwish, Rhapsody...)

4° Os millenials (As bandas que surgiram depois de 2000, geralmente essas bandas derivam de alguma banda que derivava dos deuses ou semi-deuses, como Persuader, Savage Circus, Alestorm, Cage, Dragonforce e por aí vai...)

5° Os impuros (As bandas que derivam da banda que derivava do derivado...bem, vcs entenderam...O nosso melhor exemplo no blog aqui é Crimson Shadows)

Refletindo um pouco sobre isso me parece que cada iteração é mais numerosa e mais frágil que a anterior, algumas bandas até conseguem fazer um belo som, mas a maioria delas toca algo que já ouvimos no passado, o que faz com que cheguemos no ponto em que está Crystal Eyes, tenho certeza que já ouvi essa banda, nada nela é novo, nada nela é ousado, nada nela me é estranho...

...talvez por isso eu tenha gostado (um pouco), passei o fim de semana inteiro cantarolando esse álbum

Obviamente não somos tolos, sabemos que repetição e previsibilidade são fundamentais para se gostar de uma música e Crystal Eyes tem muito disso, é previsível, é repetitivo, é familiar, mas de uma maneira que todos aprendemos a gostar, afinal se você chegou até aqui na sua leitura, também ouviu Halls of Jericho, Keeper of the Seven Keys I e II, Sigh no more, Insanity and genius, Power Plant, Land of the Free, Heading for tomorrow, no world order e por aí vai...

Nota 6,5

The Magician
Bom álbum no geral. O grupo distribui entre as 9 músicas diferentes tipos de composições que refletem o gênero tradicional do Heavy Metal, com destaque para a versatilidade dos vocais que se performam em no mínimo quatro diferentes abordagens, e para estruturas das músicas montadas nas guitarras, que se não são inspiradas pelo menos se apresentam firmes e contundentes.
 Procurei em cada faixa uma característica estrutural que encaminhasse o som para o estilo Power Metal mas não encontrei, por isso na opinião desse crítico não se trata de um "subgên" e sim de Heavy Metal em estado puro e concentrado.
Um dos pontos altos do disco é que a banda procura alternar a estrutura rítmica dos sons, além de apostar na rápida extensão do conjunto de músicas (de apenas 38 minutos), e esse formato de "Killer" é uma grande contribuição para a aderência do trabalho.
Como citado pelo Hellraiser, destaco a produção geral da obra, dos efeitos dos instrumentos à mixagem, e também achei a equalização ótima, já que não existem linhas sobressalentes.

Destaco os sons "Hail the Fallen" e "Forgotten Realms", que durante as 15 audições que fiz sobre esse trabalho, foram os responsáveis por me puxar para "dentro" do disco quando eu começava a me dispersar.

Agora... não teve UM santo nesse blog que não citou as referências da banda e algumas passagens que podem muito bem ter sido importadas de outros trabalhos. 

E, de fato, é muito óbvia a influência do Iron Maiden (por exemplo) sobre o grupo, com as duas primeiras faixas trazendo algumas partes que são praticamente simulacros de clássicos dos ingleses (a base do solo de "Killer" lembra a base do solo de "Aces High" e ao escutar o refrão de "Warrior" não tem como não se lembrar de "Prisioner"), sem contar Ozzy, Scorpions e outros já citados nas demais resenhas.

Mas oras bolas, se é diferente, é uma bosta, se é igual, é plagio???? 

Esse ponto paradoxal do Heavy Metal - que pode ser considerado um dos "nós" da forca do Metal, já foi discutido aqui por alguns Metalcólatras, mas sempre de forma leviana e sem objetividade, com conclusões sempre ranzinzas dos membros-críticos; e aquele que talvez mais tenha dissecado o tema fui eu com dois destaques: 

1 - na resenha do Dream Theater, onde comentei sobre a limitação da estrutura musical por uma baliza matemática que pode inibir a criatividade; e

2 - na resenha do Kings Among Men do Crinsom Shadows (que disseram alguns que não escrevi nada com nada), onde afirmei que ou a banda se mete nas pirambeiras dos subgens extremos, ou aceita ser uma cópia medíocre de tudo que já foi inventado.

Com o subsídio dessas duas resenhas dá pra propor uma conclusão através de uma terceira reflexão sobre o Metal: 

Já que é quase um consenso que o Metal nasceu na sequência mágica de três notas da música "Black Sabbath" (particularmente gosto de citar também o desfecho do intervalo menor da base de "NIB", com redução de meio ou um tom, que pode ser identificado em outras estruturas de músicas simbólicas do Metal, como Enter Sandman ou Black Number One, por exemplo), onde Iommi evocou a nota do capeta - a 5a bemol ou o "trítono", proibido em uma época onde a igreja tinha poder sobre a estrutura da música - e mudou a história do Rock, é muito lógico afirmar que por mais que esse núcleo fundamental seja desenvolvido ou enriquecido com outras influências, uma hora ele será inevitavelmente desgastado ou saturado.

Graças à sequência mística dessa música os membros do Sabbath ganharam muita fama e dinheiro, mas principalmente, forneceram muito mais fama e muito mais dinheiro para aqueles que seguiram sua fórmula...... só que uma hora a fonte acaba. Talvez seja como alguns dizem, e Iommi (o próprio tinhoso) já tenha coletado o número suficientes de almas para sua coleção.

Nota 7,1, ou \m/\m/\m/\m/.






segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Whitesnake - 1987

O álbum "1987" lançado pelo Whitesnake em 1987 foi escolhido para análise por Phantom Lord.



Phantom Lord
Ao meu ver o Heavy Metal é um gênero musical pertencente ao estilo musical do Rock, que dentro de uma "árvore filogenética" poderia ser chamado de família do Rock, porém o termo Rock possuí diversos outros gêneros e por isso é muito amplo para classificar músicas. Isto explica a criação de "zilhões" de gêneros e sub gêneros (que eu chamaria de espécies) musicais dentro desta "família" musical. Se formos aplicar o termo Rock para classificar as músicas das bandas The Beatles, The Rolling Stones, Cream, Deep Purple, Nazareth, Creedence, Queen, Kiss etc... Já poderemos ver diferenças enormes entre os trabalhos classificados em um mesmo estilo. Imagina classificar Sepultura, The Beatles, Angra e Ramones num mesmo grupo (ou rótulo) musical... Não dá. 

 Digamos que o Rock já era dividido em gêneros antes do surgimento do Heavy Metal: Rock and Roll, Psychedelic rock, Punk Rock, Progressive Rock, Hard Rock etc... Um dos estilos mais influentes no Heavy Metal foi o Hard Rock, (vide Def Leppard, Saxon, Armored Saint, entre outras bandas) e talvez isto explique porque em meados dos anos 80, o Hard se popularizou tanto, se tornando um turbilhão cintilante denominado de Glam Rock que tragou diversas supostas bandas de Heavy Metal! Nos anos 80 podemos ver diversas bandas de Hard Rock e de Heavy Metal, que se afundaram no movimento Glam em busca de sucesso e grana, como: Saxon, Virgin Steele, Def Leppard, Van Halen etc. Mas o que define os gêneros musicais e seus respectivos sub-gêneros? 

Bom, estamos falando de música, então primariamente temos que considerar elementos musicais: No caso do Glam, podemos notar estruturas musicais simples, com momentos de complexidade reservados aos solos de guitarra, produção dos discos (mais comerciais / pop?), os sintetizadores / teclados, bateria que soa "eletrônica" etc. (Creio que tal levantamento de dados seja tarefa para supostos músicos do blog). Secundariamente podemos considerar os temas, letras de música e talvez o visual das bandas. No glam dos anos 80, os temas eram óbvios: Amor / romance / chifradas / sexo / putaria etc etc. 

Finalmente chegando ao álbum, pergunto, se várias bandas de Hard e Heavy se afundavam neste novo gênero um tanto momentâneo (o Glam foi mera moda de um modo geral), porque alguma banda faria um caminho praticamente invertido? Netsa época o Whitesnake lançou o álbum 1987, escolhendo se aproximar do Heavy Metal no que se diz respeito aos elementos muicais: estruturas musicais mais complexas, solos virtuosos e distorção pesada, (comparando com seus trabalhos anteriores e com outras bandas de Hard Rock). Porém o tema de suas músicas continuaram o mesmo de sempre: "Love". 

 Críticos de música da época (como Allmusic etc) classificaram o álbum 1987 como um híbrido de Hard Rock e Heavy Metal. E para o Whitesnake este álbum foi um sucesso comercial absurdo, superando até mesmo seus dois discos antecessores (Saint n Sinners e Slide it In que continham vários clássicos da banda) mesmo cedendo um pouco do estilo Hard Rock da banda ao Heavy Metal! 

Particularmente, demorei vários anos para apreciar a sonoridade de algumas músicas do Whitesnake, isto porque eu devia ser um moleque metaleiro metido a "true" como o Mercante é até os dias de hoje, mesmo sem saber o que está ouvindo. Mas falando do meu colega Mercante, uma vez quando ouvimos uma música do Whitesnake numa estação de rádio entre 2002 e 2004 ele me disse uma verdade: o Whitesnake poderia substituir mais da metade das palavras Love de suas músicas por Kill ou Hate. Daí talvez o Whitesnake passasse a ser uma "baita banda de Heavy Metal"... Vai saber né, o Whitesnake já até lançou capa de disco com arte de mulher nua a lá Manowar, talvez com uns pequenos ajustes este álbum ficaria melhor do que muitos outros de bandas "troozonas":



 Ainda aproveitando a sessão de alfinetadas, relembro os leitores aqui, que se o Mercante se recusar a entender a "metalização" deste disco do Whitesnake, provavelmente o Magician, um músico frustrado condenado ao mundo corporativo e viciado em produção musical e distorções de guitarra pós oitentistas, deve concordar que o 1987, ao menos, é bem mais heavy metal do que o Fighting the World do Manowar lançado no mesmo ano. Na verdade, creio que o Magician afirmará que o 1987 é "mais heavy metal" do que o Stained Class do Judas Priest, afinal ele nem deve ter escutado os álbuns do "truzíssimo" Manowar gravados entre 83 e 88. 

 Finalizando a resenha, destaco a porrada na orelha Children of the Night, a regravação metalizada da Crying in the Rain e a virtuosa Still of the Night. Os pontos fracos ficam a cargo das nada "metalizadas", mais lentas / pops e/ou "Glamourizadas": Is This Love e Dont Turn Away. 

 "Crying in the Rain '87" 8,1 
"Bad Boys" 8,0 
"Still of the Night" 8,8 
"Here I Go Again '87" 8,0 (ainda bem que o teclado fica ofuscado depois dos 1:00...) 
"Give Me All Your Love" 7,8 
 "Is This Love" 6,8 (hit de consultório, via estações de rádio como a Alfa FM...) 
"Children of the Night" 8,2 
"Straight for the Heart" 7,6 
"Don't Turn Away" 6,0 

 Nota Final: 7,7

The Trooper
3Vai ser difícil avaliar este álbum, por ser temático, e por ser uma temática que se encaixa em momentos específicos, pior, este álbum é de uma BANDA temática. Mas vamos lá, abordando primeiramente a temática: amor, o Whitesnake foca totalmente nessa temática, e eu acabei de afirmar que essa temática se encaixa em momentos específicos. Até aí, tudo bem, como citei em outras resenhas, como a de Chaos AD ou a do Demons & Wizards, às vezes você quer ouvir um som apropriado para aquele momento. Para mim entretanto tenho que afirmar que eu já ouvi mais Whitesnake, mas foi uma banda que eu fui ouvindo menos, menos e menos, e hoje se encontra quase no ostracismo das minhas seleções.

E o motivo não é só a temática com letras melosas, ao contrário do que o Phantom afirma, eu não vejo essa ligação óbvia com o heavy metal, ainda mais o flerte propriamente dito. Sim, o guitarrista esmerilha nos solos de guitarra, muitas das músicas aceleram bastante o ritmo, mas não é o bastante. Parece que as distorções escolhidas e mais ainda, a produção do álbum, foi voltada para focar nos vocais (e portanto letras), vocais aliás, de boa qualidade, mas mesmo assim, para mim, este é um trabalho totalmente hard rock, e não um hard rock de farra e putaria como Guns ou AC/DC, mas um hard rock meloso. 

Enfim, não há como negar a qualidade do trabalho em questão, mas você tem que estar no pique para ouvir. Estando no pique, meu destaque vai para Still Of The Night, Here I Go Again e Is This Love, músicas realmente grudentas e de qualidade superior ao restante do cd (que não é ruim, mas fica um pouco abaixo). 

Nota: \m/\m/\m/\m/ 

p.s.: Para mim, Whitesnake sempre terá uma enorme semelhança com Van Halen, então, se você curte muito um desses, já recomendo automaticamente o outro.



Hellraiser
3Eu acredito que sempre que escutamos pela primeira vez um álbum de uma certa banda, esse álbum ganha uma certa posição de destaque na sua vida, …...comigo foi assim com varias bandas, …...e com o Whitesnake não foi diferente. Minha primeira audição inteira de um disco deles foi com o Saints and Sinners, o que pra mim é um otimo disco de puro Hard Rock, ...cru, simples, direto, mas com as melodias e os LOVES sempre presentes nos discos deles. Isso aconteceu por volta de 1985, quando tinha conhecido a banda pelo Rock in Rio e estourou aqui o maravilhoso álbum Slid it In de 1984, o qual realmente trouxe a banda ao verdadeiro mainstream, repleto de sucessos, e que pra mim, são os dois melhores discos da Cobra Branca, esse ultimo com um pouco mais de peso, distorção e boas melodias do grande John Sykes, …. ai temos um disco sequente ( que vou pular por enquanto ), e vem o terceiro ( pra mim ) melhor disco da banda, o altamente trabalhado Slip of the Tongue, que conta com nada mais nada menos que Steve Vai na guitarra e ainda o tambem talentoso Adrian Vandenberg, sem contar os mestres Rudy Sarzo e Tommy Aldridge ( que time hein ), o que se transformou num álbum ( alem de comercial tambem ) muitissimo trabalhado e com boas doses de peso ( vide faixa titulo, por exemplo e a maravilhosa Judgment Day ), ...ai voltamos ao trabalho de 87, ….o ( tambem ) altamente comercial Whitesnake 87 ou apenas Serpens Albun, que tem algumas coisas boas e pesadas como Still of the Night, Children of the Night, Bad Boys, a super conhecida Give Me all your Love Tonight, presente nas ( ainda liberadas ) propagandas de cigarros pra esportistas. Ai temos os pontos fracos ( e bem fracos ), …..as super mega extrema hyper mela cuecas Is this Love e Dont Turn Away, e as duas pessimas versões para as classicas do Saints and Sinners, Crying in the Rain e Here I go Again, totalmente sem graça, o que pra mim, já não aconteceu com a versão de Fool for your Loving do Slip. Nota 6,3

The Magician
Para mim o Whitesnake é uma daquelas bandas detentoras de um assento acima do bem e do mal, seus diversos trabalhos geraram muito mais do que 4 ou 5 clássicos para uma geração. A banda de Mr. Coverdale na verdade ajudou a dar contorno à uma época inteira do rock'n roll, e se tornou uma das protagonistas do verdadeiro Hard Rock, que durante os anos 80 foi elevado em níveis absurdos de popularidade.

Essa peça em exposição - o disco Whitesnake 1987 - é uma das generosas contribuições para a década oitentista e sua voluptuosa (melhor palavra que encontrei para ilustrar a musicalidade libidinosa e contagiante daquele movimento e época) manifestação do Hard Rock, sendo que não é exagero dizer que diversas de suas músicas foram tocadas exaustivamente nas rádios de todo planeta. 

Neste trabalho residem clássicos impagáveis como "Bad Boys", "Give me All Your Love", "Children of the Night", a progressiva e pesada "Still of the Night" (dedo de Blackmore) e a mais emocionante canção do eixo rock/metal de todos os tempos "Is This Love"... tá bom pra você? 

Não tem muito o que adicionar, as músicas são espetaculares com Sykes distribuindo partes inspiradas de composições de guitarras por todo o álbum enquanto Coverdale desfrutava de seu melhor momento como vocalista. O ponto fraco é que os teclados podem ser encarados, ao escutarmos o disco nos dias de hoje como datados e meramente ornamentais, sem contribuição real às melodias, mas era uma imposição da época.

Obviamente dentro de um panorama super comercial o Whitesnake não poderia deixar de ser parte da estratégia da indústria milionária da música, e isso se reflete nas revisões das já mega populares "Here I Go Again" e "Crying in the Rain", pra mim desnecessárias no álbum, embora eu não ache que aqui sejam versões desastrosas das originais. O fato é, que embora os produtores da época tenham despejado muita porcaria no público geral durante os anos 80, no caso do WS havia muita gente competente envolvida com a banda. O maior motivo talvez, seja o fato da envergadura de Coverdale como ex-Deep Purple, o que lhe rendeu ótimas formações de bandas ao longo da sua carreira capaz de causar inveja em qualquer super seleção musical do rock (Steve Vai, Doug Audrich, Rudy Sarzo, Ian Paice, Cozy Powell, Tommy Aldridge, John Lord foram membros do WS.... , só pra citar alguns nomes).  

Fora o Curriculum, David C. foi (e ainda hoje é surpreendentemente capaz) um dos melhores vocalistas da história do Rock'n Roll, na minha lista particular ocupa um lugar entre os cinco melhores de todos os tempos. 

Nunca escondi de ninguém meu gosto pelo Hard Rock, e já repeti diversas vezes nesse blog que o Hard Rock é o "coração do Rock Roll" se manifestando da forma mais expressiva possível, ou seja, Rock espremido até sua última gota. Digo isso porquê vejo no Hard Rock a interpretação do rock clássico com menos blues e muito mais distorções, swing e técnica (vocal e instrumental), ao tempo que o estilo não chegou a modificar a estrutura rítmica de forma traumática como o Heavy Metal fez.

Você pode até achar que o Whitesnake não tem nada a ver com Heavy Metal, mas não foram poucos Metaleiros que se inspiraram em Coverdale, Sykes ou Vanderberg quando gravaram suas próprias obras, e sob um certo ponto de vista o Trash e o Death Metal nasceu como um contra-movimento do Hard Rock comercial daqueles anos...  sem HR sem Metal Extremo (?).

Nota 8,2 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S1: Certa vez fui ver o WS em uma casa de shows extremamente lotada em SP. No momento apoteótico da apresentação, dentro da casa completamente apagada e iluminada apenas pelas luzes dos isqueiros e celulares do público, David Coverdale irrompe o silêncio com sua doce voz aveludada, com a frase inesquecível:

" - São Paulo....................................................... Amor!"

E então despertam os primeiros acordes de "Is This Love". 

O público obviamente foi a loucura, e presenciei muito tiozão motoqueiro e barbudo soltar a franga.

P.S.2: Momento inesquecível, mas como um bom Metalcólatra observei tudo isso isento à qualquer emoção...

P.S.3: Ainda bem que usamos os alter-egos no blog.......